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Pressão e silêncio no Almería: por que saída de Scarpa não é definida

Clube espanhol ofereceu mais de R$ 32 milhões, mas ainda não respondeu contraproposta feita pelo Palmeiras e tenta reajustar seu orçamento

Lance

Lance|Do R7

Gustavo Scarpa foi para os EUA com a delegação e não jogou à espera de definição
Gustavo Scarpa foi para os EUA com a delegação e não jogou à espera de definição

Gustavo Scarpa passou a semana passada nos Estados Unidos, treinando, e sequer ficou no banco nos dois jogos da Florida Cup. Voltou a trabalhar na Academia de Futebol, sem estar entre titulares ou reservas nem com qualquer esperança de participar da estreia no Campeonato Paulista, nesta quarta-feira, contra o Ituano. Tudo por que o Palmeiras o vê na iminência de sair e prefere evitar riscos. E motivo da demora está exatamente em quem o quer: o Almería.

O LANCE! apurou que a última movimentação na arrastada negociação foi do Verdão. Os valores são mantidos sob sigilo, mas, nas últimas semanas, o clube enviou uma contraproposta à oferta de 7 milhões de euros (R$ 32,4 milhões), mais a participação em 30% do lucro de uma futura venda. Esses números foram apresentados pelo Almería em 28 de dezembro e até agradaram ao Palmeiras, que gostaria de abrir uma negociação. Porém, no momento, há um silêncio dos espanhóis. E eles têm enfrentado problemas internos.

Na Espanha, o fair play financeiro é bastante considerado, e o Almería tem buscado formas de aliviar sua folha salarial para contratar reforços. Houve até um pedido para que se pudesse investir mais do que os 8 milhões de euros (R$ 37 milhões) já previstos para contratações nesta janela. Foi liberado só 1 milhão de euros extra (R$ 4,6 milhões), segundo a rádio local Onda Cero.

Como Scarpa não é o único alvo - o clube também busca o atacante Julian Álvarez e o meia Matías Palacios, argentinos de River Plate e San Lorenzo, respectivamente -, esses 9 milhões de euros não são suficientes. O objetivo, segundo a imprensa espanhola, é gastar 20 milhões de euros em reforços (R$ 92,7 milhões). O aporte, incomum para um time de segunda divisão, é possível porque, em agosto, Turki Al-Sheikh, ministro da Arábia Saudita, tornou-se sócio majoritário, disposto a não economizar para tornar a equipe uma potência.


A alternativa, então, passou a ser liberar espaço na folha salarial. O Almería anunciou que jogadores seriam liberados para equipes do exterior. Recentemente, um dirigente falou que quatro atletas vão para quatro países diferentes. Porém, o jornal espanhol As noticiou que jogadores do clube fizeram denúncias à Associação de Futebolistas Espanhóis de que estão sendo pressionados a aceitarem ofertas de valor acima do mercado, de equipes dos Emirados Árabes Unidos, para que se atinja 20 milhões de euros em saídas.

Tamanho problema pode explicar o atual silêncio do Almería à contraoferta alviverde. Em campo, ao menos, o time tem correspondido: assumiu neste fim de semana a liderança da segunda divisão, com 45 pontos, a 18 rodadas do final da competição. Os dois primeiros colocados têm o acesso garantido e quem ficar entre a terceira e a sexta posições disputam mata-mata para subir.


Em meio ao imbróglio, Gustavo Scarpa segue treinando. O Palmeiras gastou 6 milhões de euros (quase R$ 24 milhões na época) para contratá-lo em janeiro de 2018, firmando contrato até dezembro de 2022. O jogador de 26 anos não faz força para sair, mostrando-se satisfeito com o que tem no Verdão. Mas sempre deixou claro que tem como sonho atuar na Europa e, dependendo da estrutura que encontrar - e o Almería tende a subir -, aceitaria a oferta.

Matheus Fernandes vive situação completamente diferente


​Tal como Scarpa, Matheus Fernandes também foi aos Estados Unidos só treinar e segue trabalhando na Academia de Futebol sem a expectativa de ser usado. Mas o caso é bem distinto. O Palmeiras já aceitou a oferta de 7 milhões de euros (R$ 32,4 milhões) do Barcelona pelo volante, em valor que pode crescer se ele atingir metas. Faltam somente detalhes burocráticos, e o diretor de futebol Anderson Barros tem como perfil liberar apenas quando absolutamente tudo está assinado por todas as partes envolvidas.

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