Presidente do COB explica a importância do Pan-Americano ser realizado no Rio de Janeiro
Em evento realizado nesta sexta, foi discutida a criação do PIB do esporte
Lance|Do R7

Em entrevista coletiva na sede da Associação Comercial do Rio de Janeiro, a ACRJ, nesta sexta-feira (21), o presidente do COB, Marco La Porta, falou sobre a candidatura do Rio de Janeiro e Niterói para os Jogos Pan-Americanos de 2027 e explicou a importância da realização do evento para o estado. Além disso, foi debatida a criação do PIB do esporte, que irá impulsionar o cenário esportivo no estado fluminense.
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Durante a coletiva, Marco La Porta foi perguntado sobre a importância do Rio de Janeiro e Niterói sediar os Jogos Pan-Americanos de 2027. O presidente do COB defendeu a candidatura das cidades ao afirmar que irá ajudar no desenvolvimento de novos atletas e como o evento pode influenciar na base e formação.
— E em relação à candidatura do Pan. Por que a gente briga por isso, né? Porque é a forma de você
alavancar os investimentos no esporte. E não há receita de bolo. Para você ter os melhores resultados esportivos, você tem que ter mais investimento. E mais investimentos passa por você ter uma possibilidade de ter recursos suficientes para investir na maior carência que nós temos hoje no nosso esporte, que é a formação do atleta, a base, né? Hoje, infelizmente, nós não temos no Brasil um caminho para aquele atleta detectado como talento poder chegar no alto rendimento. Nós temos diversos tipos de ações diferentes, mas não tem alguma coisa estruturada, planejada — afirmou La Porta, que seguiu falando dos problemas que o esporte passa antes do nível profissional.
— Então, varia muito de acordo com a iniciativa. Então, às vezes é o atleta descoberto por um clube, às vezes é o atleta que sai de um projeto social, às vezes é o atleta que é revelado numa competição e aproveitado por alguma confederação. Então, você não tem efetivamente um caminho, como existe nos países que são hoje considerados potências olímpicas, para aquele atleta que é detectado como talento. E a gente chega nessa idade, mais ou menos 16 a 18 anos, que é aquela idade das decisões, em que o atleta começa a ser pressionado dentro de casa, pela família. Como é que é? Você vai trabalhar ou vai continuar treinando? Vai botar dinheiro em casa? Vai casar? E aí começa a perda que a gente tem daquele atleta para a vida cotidiana. Então, a gente precisa criar mais oportunidades para ter esse crescimento do atleta — completou o presidente do COB.
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Investimentos e criação do PIB do esporte
Logo depois, Marco La Porta seguiu ao falar sobre os investimentos que o esporte necessita para seguir avançando. O dirigente relatou que após as Olimpíadas de 2016, o incentivo aos atletas secou e que o Brasil estagnou nos quadros de medalhas nos dois Jogos seguintes.
— Depois de 2016, que houve um investimento gigante devido aos Jogos Olímpicos, várias empresas aportaram recursos, o governo obrigou os estatais a apoiarem o esporte. Então, jorrou o dinheiro no esporte naquele período até 2016. E aí as confederações conseguiram, naquele período, fazer um investimento que não é um investimento coberto ou curto. Você investia no alto rendimento, não investia na base. Você investia na base, não investia no alto rendimento. Você conseguia investir do desenvolvimento na base até o alto rendimento. Qual foi a consequência disso? O melhor resultado da história nos Jogos Olímpicos de Tóquio — iniciou o presidente
— Então, em 2021, nós batemos o recorde de medalhas. Depois de 2016, esse investimento secou. Passou o Rio, as empresas saíram, os estatais saíram, não foi aproveitado para desenvolver mais o esporte com esse recurso, e aí ocorreu uma diminuição do recurso. Qual é o primeiro impacto disso? Parou de crescer. Então, se você pega o resultado de Paris comparado com o resultado de Tóquio, é praticamente o mesmo. 21 medalhas em Tóquio, 20 medalhas em Paris. Então, parou de crescer. Então, a gente precisa, nesse momento agora, buscar, porque não vem outro cometa, os Jogos Pan-Americanos importante, mas não tem o impacto que tem os Jogos Olímpicos — completou.
Na coletiva de imprensa, foi falado sobre o PIB do Esporte, um novo mecanismo para incentivo ao esporte no Brasil. Fabiana Bentes, do Sou do Esporte, explicou como o investimento irá funcionar e os impactos para o esporte no país.
— Com o apoio aqui do Comitê Olímpico do Brasil, com a emenda parlamentar do então deputado federal, Paulo Ganime, que foi o estudo do PIB do esporte que vai ser lançado dia 23 de maio, com o Marco, e um estudo junto com a UI também, com a metodologia toda de análise do PIB da UI. Felizmente vamos ter um número para o esporte brasileiro, que a gente nunca teve. E o resultado desse PIB vai refletir efetivamente nessa questão de a gente mudar a pauta do esporte, porque não adianta a gente falar de inclusão sem ter o recurso da política pública, se a gente não falar de inclusão sem ter o protagonismo do que é efetivamente a transformação do esporte, se a gente falar de qualquer outro assunto relacionado ao esporte, se a gente não falar de emprego e geração de renda — iniciou Bentes.
— Então esse é o projeto do PIB que a gente vai lançar, e tendo isso, tendo o nosso conselho do esporte, que é um conselho que tem características bem ecléticas, digamos assim, de personalidade de diferentes áreas, a gente vai começar a criar o primeiro fórum de secretário municipais do Rio, aqui com a associação do comercial, para a gente trazer os secretários e trazer eventos muito importantes, como o próprio Rio Open, para o Rio de Janeiro, a World Surf League, a etapa vivo para a Saquarema — prosseguiu.
— A Copa do Mundo Feminina vai ser aqui, e, dentro dessa questão desse ecossistema de atrair essas etapas internacionais, trazer essa visão de prefeitos que abraçam o esporte, como o caso de Saquarema, para que a gente meio que mapeie quais são as vocações dessas regiões municipais, a gente possa auxiliar cada vez mais que eventos e etapas internacionais venham para o Rio e trazer, dentro daquele projeto de "shared service", um filtro inicial dos eventos que querem vir para o Rio. Lá atrás, no outro time do conselho de esportes, o presidente era o Lasgrael, eu era Vice-Presidente, e um dos nossos membros era o Allan Adler, que é hoje o que comanda o Rio Open, junto com a Marcia Kays, e o CIGP, o Fórmula 1 e outros eventos — finalizou.