‘Não é golpe’: Leila tem discussão acalorada com conselheiro do Palmeiras após críticas à sua gestão
CD do clube se reuniu na noite da última quarta-feira (16) para votar orçamento para a temporada 2026
Lance|Do R7

A reunião do Conselho Deliberativo do Palmeiras, na noite da última quarta-feira (17), com o intuito de aprovar o orçamento para a temporada 2026, foi marcada por confronto entre a presidente Leila Pereira e o conselheiro José Corona Netto.
Em meio à reunião, o conselheiro pediu a palavra e criticou a gestão da atual mandatária, além das movimentações para um possível terceiro mandato à frente do comando do clube. Entre os pontos, destacou-se o desempenho aquém do esperado dentro de campo, em que a equipe terminou sem títulos e com três vices, e o alto valor investido em contratações, que, na visão de Corona, não se justificou.
Ademais, José Corona Netto afirmou que Leila “não entende de futebol” e também teceu críticas ao trabalho de Anderson Barros, diretor de futebol.
O diálogo entre as partes foi divulgado na íntegra pelo jornalista "Fredy Junior" em seu canal no YouTube.
- Eu vejo essa gestão perdulária, incompetente. Gastou R$ 700 milhões em jogadores medíocres. Mais R$ 300 milhões de luvas e salários. Hoje, o time da Leila, o time que foi campeão, veio do Luxemburgo, do Mattos e do Sr. Maurício Galiotte. Esse time, a Leila pegou e foi campeão (...) Faz dois anos que nós não ganhamos nada, nada. Ganhamos um paulistinha, como diz o nosso ex-presidente Galiotte - disse José Corona Netto em parte da fala.
- E quem não entende de futebol, não pode ser presidente do Palmeiras. Quem não entende de futebol, tem que ficar em casa. O Palmeiras não nasceu de 10 anos pra cá. O Palmeiras nasceu há 100 anos. O Palmeiras é campeão há 100 anos. Não foi a Crefisa que descobriu o Palmeiras.
- Todos esses jogadores foram 700 milhões de reais. Esse é o time da Leila, é o time do scout. É o time do diretor de futebol que é medíocre, só pensa em comer. Não entende nada de futebol. Ele derrubou o Fluminense, derrubou o Botafogo e derrubou o Vitória - prosseguiu.
Após a fala de Corona na reunião, Leila Pereira rebateu as críticas, reclamou que o conselheiro havia deixado o local sem escutar sua répilica e ameaçou processá-lo judicialmente por ofensas relacionadas à sua gestão no Palmeiras.
A atual mandatária afirmou fazer parte da “gestão mais vitoriosa da história do clube” e citou as dificuldades financeiras enfrentadas pelo Palmeiras antes da chegada da Crefisa, uma de suas empresas, como patrocinadora master.
- Mas esse conselheiro que veio aqui me ofendeu. Ofendeu a minha gestão. Ele fala e vai embora? Ele é covarde? - iniciou.
- O Palmeiras nunca foi tão vitorioso como na minha gestão. Na gestão de Leila Pereira. Eu, quando vim para o Palmeiras, que a Crefisa só começou a aparecer quando eu vim patrocinar o Palmeiras, é mentira, é mentira. A Crefisa tem 60 anos. A Crefisa veio pro Palmeiras quando o Palmeiras estava quebrado. O Palmeiras não tinha dinheiro pra absolutamente nada - disse, ao defender seu trabalho.
- E eu estou aqui porque eu fui eleita por vocês (do conselho e associados do clube). E eu fui eleita pela grande maioria dos associados do Palmeiras. É isso que eu tenho para falar com vocês. E eu não vou admitir em hipótese nenhuma que eu ofendo o Palmeiras. E se alguém passar dos limites, não é que eu vou tomar providência só aqui, eu vou tomar providência judicialmente. Eu não admito que me desrespeite - finalizou.
Mudança no estatuto
Para ser novamente candidata à presidência do Palmeiras, Leila Pereira necessita de uma mudança no atual estatuto do clube. Essa, por sua vez, teria que ser aprovada pelo Conselho Deliberativo e, posteriormente, pelos associados.
O movimento foi encarado como tentativa de “golpe” por José Corona Netto e outros membros da oposição.
- Eu só tenho mais uma coisa pra falar. É o terceiro mandato. Isso é imoral, isso é amoral. A primeira coisa que vai acontecer é ela pedir pra votar o terceiro mandato. Aí ela vai fechar o Conselho - disse Corona.
Leila Pereira, por sua vez, rechaçou que uma eventual mudança no estatuto seja considerada um movimento golpista, uma vez que o texto, em caso de votação e aprovação, pode ser alterado.
- Uma última observação sobre essa questão do terceiro mandato. Esse assunto não foi iniciado por mim, foi iniciado por alguns conselheiros que estão aqui, agradeço a confiança de cada um de vocês. Vi algumas entrevistas absurdas, rídiculas, dizendo que isso seria golpe. Nosso estatuto prevê a possibilidade de ser alterado. Alteramos várias vezes, na gestão do Galiotte, umas duas, três vezes, ninguém falou em golpe - encerrou a presidente.










