O bicampeão mundial Gabriel Medina avançou às oitavas de final da etapa de Hossegor (FRA) do Circuito Mundial, enquanto o vice-líder, Filipe Toledo, ficou pelo caminho. Nesta segunda-feira, dos nove brasileiros que disputaram a terceira fase, apenas Italo Ferreira e Yago Dora também passaram. A primeira chamada da terça-feira será às 3h30 (de Brasília).
– Estou feliz por passar para a próxima fase, mas foi uma bateria difícil, porque o mar estava bem ruim na hora da minha bateria. Era uma fase importante para mim e estou feliz por ter avançado. Agora é me concentrar para o próximo round e espero que de tudo certo, que Deus me abençoe para conseguir um bom resultado aqui. Vamos com tudo e, se Deus quiser, vai dar tudo certo –disse Gabriel, que terá pela frente o australiano Adrian Buchan.
Quando Medina entrou no mar na nona bateria, quatro brasileiros já haviam sido eliminados. Um deles foi Filipe Toledo, barrado pelo convidado francês, Marc Lacomare, na maior surpresa do dia.
O local começou bem, com um tubo nota 6,83 nas direitas e somou 6,00 na quarta onda que surfou para liderar com 12,83 pontos. Enquanto isso, o vice-líder do ranking errava as manobras, até achar um bom tubo que arrancou 7,10 dos juízes. Ele ainda precisava de 5,73 para vencer e chegou perto disso na última onda, porém a nota saiu 5,07 e Filipe acabou derrotado: 12,17 pontos.
Já Medina, bicampeão mundial, competiu em um momento de transformação do mar, com poucas ondas boas entrando para os dois surfistas. O francês Marco Mignot começou com um tubo nas direitas que valeu nota 5,67, para liderar quase toda a bateria. Medina escolheu as esquerdas e tentou passar por dentro dos tubos, arriscou os aéreos e nada dava certo. Mas ele não desistiu e entrou na briga quando conseguiu uma nota 4,23. Depois, somente na última onda, achou um tubo e na saída mandou um rasgadão para receber 5,53 e confirmar a vitória por um baixo placar de 9,76 a 8,84 pontos.
Na sequência, veio mais uma eliminação brasileira, mas o catarinense Yago Dora fez a maior pontuação do dia até ali, 14,50 pontos, para despachar o norte-americano Griffin Colapinto. A segunda vitória verde-amarela também foi construída nas esquerdas. Primeiro, Yago completou um aéreo “alley oop” com boa altitude, para ganhar um boeing 7,67 dos juízes. O californiano respondeu com nota 8,23 nas direitas, mas o catarinense também surfou um que valeu 6,83, para superar os 13,23 pontos do seu oponente.
A outra única vitória verde-amarela na terceira fase aconteceu no duelo brasileiro que fechou a participação masculina na segunda-feira. O potiguar Italo Ferreira começou forte, acertando um aéreo de grande amplitude logo em sua primeira onda, que ganhou nota 7,00 dos juízes. O paulista Jessé Mendes também foi para os aéreos, mas sem completar nenhum. Italo pega uma direita e ataca a junção com uma manobra explosiva que vale 6,83. Jessé ainda acerta um aéreo no final que recebe a maior nota, 7,37, mas era tarde e só somou 11,77 pontos, contra 13,83 do potiguar.
No feminino, a gaúcha Tatiana Weston-Webb foi a única que se garantiu nas quartas de final. Ela dominou toda a bateria contra a australiana Keely Andrew, desde a nota 5,67 da sua primeira onda. Depois, conseguiu um 6,67 para vencer por 12,34 a 8,50 pontos. Agora, vai enfrentar a líder na corrida pelo título mundial, a havaiana Carissa Moore.
Como fica o ranking?
Com a derrota prematura de Filipe, Medina pode aumentar a vantagem na busca pelo tricampeonato mundial e Italo Ferreira ganhou motivação para brigar pela segunda vaga do Brasil para as Olimpíadas de Tóquio-2020.
Serão dez classificados pelo ranking do CT, limitado a dois de cada país. Italo está em quinto e não consegue ultrapassar Filipe nesta etapa da França, mas pode se aproximar bastante, para decidir a vaga nas duas provas que restam para fechar a temporada.
Na segunda-feira, a World Surf League anunciou que os primeiros a já garantirem seus nomes nas Olimpíadas são o sul-africano Jordy Smith e o japonês Kanoa Igarashi.
Entre as mulheres, a gaúcha Tatiana Weston-Webb avançou para as quartas de final e praticamente já confirmou a sua também. Já a cearense Silvana Lima perdeu para a vice-líder do ranking, Lakey Peterson, então ainda segue ameaçada pela neozelandesa Paige Hareb.
No entanto, a missão da sua única oponente pela oitava e última vaga do CT feminino é bem difícil. Paige também foi batida pela australiana Sally Fitzgibbons e terminou em nono lugar noa França, como a cearense. Ela continua em 16º no ranking, enquanto Silvana subiu do 13º para o 12º lugar.
Para superar a brasileira, a surfista da Nova Zelândia vai precisar de um resultado que nunca conseguiu na carreira: chegar a uma final do CT.