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Mais de 30 clubes e novo desafio a caminho: L! entrevista técnico português há mais tempo no Brasil

No país desde 2006, Luís Miguel detalha missão de comandar Sete de Setembro no Pernambucano, desafios em clubes de menor investimento e espaço para compatriotas

Lance|

Enquanto Abel Ferreira treina o Palmeiras para a disputa do Mundial de Clubes e Paulo Sousa faz os últimos ajustes antes do Flamengo estrear no Campeonato Carioca, outro técnico português parte para mais um desafio em solo brasileiro. No Brasil desde 2006 com mais de 30 clubes no currículo, Luís Miguel detalhou ao LANCE! na Jogada a missão de levar o Sete de Setembro a uma boa campanha no Campeonato Pernambucano. O primeiro desafio será nesta quarta-feira (26), às 20h30, na Ilha do Retiro, contra o Sport. O técnico do Lobo-guará não se esquivou de falar da busca de clubes brasileiros por comandantes de Portugal.

- É gratificante no aspecto que são compatriotas meus com sucesso aqui e demonstrando que a escola portuguesa de treinadores é muito boa, o que eu já pregava desde que cheguei. Mas isso não quer dizer que a escola brasileira esteja toda errada. Parece que querem demonizar tudo quanto é brasileiro. Há treinadores brasileiros com tanta capacidade quanto os portugueses! Nós (portugueses), até por termos o espírito de ganhar o mundo vamos com a cara e a coragem, como eu vim - e frisou:

- Quando se dá tempo, tem geralmente sucesso, como aconteceu como o Abel Ferreira e o Jorge Jesus. Claro que não tem uma receita pronta de que o treinador português vai dar certo - concluiu.

Antes da equipe de Garanhuns, Luís Miguel comandou o Vitória-PE, Vera Cruz-PE, Corinthians-RN, Vila Rica-PA, Santa Rosa-PA, Ananindeua, América-AM, Iranduba-AM, São Raimundo-AM, Holanda-AM, Cordino-MA, 4 de Julho, Tianguá, São José-MA, Tiradentes-CE, Parnahyba-PI, Imperatriz-MA, Maranhão, Moto Club, Pinheiro-MA, Timom-MA, Cascavel, Timon-PI, Itapipoca-CE, Aliança-CE, Potiguar e Caiçara-PI. Luis Miguel já venceu a Série B do Ceará pelo Tiradentes em 2015 e, em 2018, foi campeão da segunda divisão do Maranhão pelo Pinheiro.

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O treinador contou que o olhar sobre seu trabalho teve uma leve mudança nos últimos anos.

- Bom, eu já tinha feito meu nome aqui por meus trabalhos na região. Mas de alguns tempos para cá, as pessoas já me veem de outra maneira. Agora até já acham bom ter treinador português (risos). Isto aconteceu a partir principalmente do Jorge Jesus (técnico campeão brasileiro e da Copa Libertadores de 2019, além da Recopa Sul-Americana, da Supercopa do Brasil e do Carioca de 2020 pelo Flamengo), foi um pouco isso. Aqui no Sete de Setembro, aconteceu um pouco isso - revelou.

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Sem papas na língua, o técnico, que tem vasta experiência em equipes de menor investimento no Brasil, detalhou como é se desdobrar em alguns momentos.

- A gente tem de fazer um pouquinho de tudo. Às vezes, tem um probleminha na alimentação, que não está como a gente quer, ou vai ao supervisor para agilizar a inscrição de um jogador... Nessa realidade a gente não pode pensar só na parte de dentro de campo, senão chega na hora e falta muita coisa - e reconhece:

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- Além de treinador, a gente se torna um gerente geral. Vamos reportando ao presidente nossas necessidades. É mais fácil trabalhar em um time da Série A, que há um planejamento. Só chega para trabalhar e dar o treino, observa os jogadores. Aqui, a gente faz um pouco de tudo - concluiu.

Aos seus olhos, os Campeonatos Estaduais têm de passar por ajustes.

- A organização dos Estaduais melhorou, os estádios também, mas há poucas datas. Times montam uma estrutura para fazer sete, oito jogos é complicado. Logo depois, muitos ficam desempregados e jogadores não têm chance de evoluir. Sei que há muitos interesses financeiros por trás, mas seria interessante os Estaduais serem disputados como os Regionais em Portugal, sendo uma divisão de acesso ao nacional - constatou.

Luis Miguel
Luis Miguel Luis Miguel

Técnico iniciou seu trabalho no Brasil em 2006, no Vitória-PE (Foto: Juscelino Soares / Sete de Setembro

O treinador falou sobre como chega o "Lobo-Guará" para a disputa do Estadual.

- O objetivo é não cair. O orçamento é muito baixo. Temos alguns jogadores experientes, como o Saulo, goleiro que jogou no Sport, uma dupla de zaga experiente. Agora eles fecharam com o Abuda, centroavante que jogou no Corinthians e no Vasco e que já trabalhou comigo no Maranhão e no Ceará. O resto do grupo é jovem, estamos trazendo jogadores que disputaram a copinha. Tentamos dar um fio de jogo, trabalhando a parte tática pra eles entenderem - disse.

Antes do acerto com Abuda, outro jogador chegou a fechar acordo para ser esperança de gols do Sete de Setembro: Jobson. Porém, o rodado atacante recebeu uma proposta de um clube paraguaio.

- Ele (Jobson) fez uma semana de treinamento com a gente em Recife, mas recebeu uma proposta e, claro, a gente não ia atrapalhá-lo, até por ser uma proposta superior - afirmou Luís Miguel.

O português projetou o duelo com o Sport, na primeira rodada do Estadual, e como será o desafio do Sete na competição.

- Sabemos que o que a gente conseguir nesses jogos e lucro (na segunda rodada, a equipe enfrenta o Náutico). Não vamos decidir ali nosso campeonato. Temos de decidir com quem vai disputar com a gente diretamente: Íbis, Afogados, Retrô, Salgueiro, Vera cruz, Caruaru City... É contra eles que temos que fazer entre 10 e 11 pontos. Se fizermos estaremos fora do grupo de rebaixamento. Sabemos que não é fácil, é ter convicção, mas também sorte da bola entrar - declarou.

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