Vinicius Júnior decidiu enfrentar o mundo após ter sido novamente vítima de racismo na Espanha. O brasileiro questionou a arbitragem da partida contra o Valencia, criticou a conivência da La Liga com os gritos de "macaco" e rebateu o presidente da competição - que tentou culpá-lo pelo ocorrido. A voz do atacante de 22 anos ecoou e ultrapassou fronteiras, chegando a ser o assunto mais buscado na internet em países como Brasil e Bolívia, por exemplo.
E foi pela coragem de Vinicius Júnior, em bater de frente, que a luta contra o racismo deixou de ser apenas em notas oficiais para começar a se transformar em punição. Pessoas envolvidas em ataques ao brasileiro já foram presas e o árbitro da partida entre Valencia x Real Madrid, no domingo (21), demitido. Para o jornalista espanhol Alfredo Relando, o atacante de 22 anos "desencadeou uma catarse".
— Bem, a reação de Valência é bem-vinda se culminar, como esperamos, com a severa expulsão dos culpados e as devidas sanções penais. Bem-vinda esta catarse que Vinicius desencadeou com sua coragem incombustível e bem-vindos todos os gestos de apoio ao jogador, exceto aquela decisão do Comitê de exonerá-lo da bofetada -, e continuou:
— Ancelotti disse em que coletiva que a Espanha não é racista, mas que existem racistas, que abundam nos campos de futebol e que as autoridades realmente não estão cientes do que está acontecendo. E ele está certo. E chegou a hora. Este não será um país racista, como protestam em coro as autoridades, mas não incomoda quem está dentro dele -, opinou o jornalista.
Cabe pontuar que a Federação Espanhola de Futebol (RFEF) retirou o cartão vermelho dado a Vinicius Júnior no jogo entre Valencia x Real Madrid, após o ataque racista. Além disso, a entidade puniu o clube da casa com o fechamento parcial, do setor sul, do Estádio Mestalla.