João Fonseca se impõe e alcança, aos 18 anos, inédita terceira rodada de Grand Slam
Brasileiro derrota o francês Pierre-Hugues Herbert e aguarda por Monfls ou Draper
Lance|Do R7

É muito incomum um tenista, com a idade de João Fonseca, alcançar a terceira rodada de um Grand Slam. Pois, nesta quinta-feira (29), o número 1 do Brasil e 65º do mundo, aos 18 anos, garantiu vaga nessa fase de Roland Garros. Graças à vitória, em um jogo de altíssimo nível e poucos erros, contra o anfitrião Pierre-Hugues Herbert (de 34 anos e 147º), por 7/6 (4), 7/6 (4) e 6/4, em 2h54m. Com o feito, o carioca já garante o melhor ranking da carreira: 54º(em março, ele chegou ao 59º lugar).
Para se ter uma ideia do equilíbrio do jogo, apenas o segundo set durou 1h28m, apenas doze minutos a menos do que toda a partida de estreia do carioca: 3 a 0 sobre o Hubert Hurkacz, de 28 anos e 28º do mundo.
O torneio em Paris é apenas o segundo de Slam da carreira do pupilo do técnico Guilherme Teixeira. Na estreia do Aberto da Austrália, em janeiro, após vencer os três jogos do classificação, João Fonseca conquistou a maior vitória (até aqui) na carreira, desbancando o russo Andrey Rublev (9º).
Na fase seguinte, o brasileiro caiu diante do italiano Lorenzo Sonego (55º), numa batalha de cinco sets. Com o feito de terça-feira, o tenista se tornou o mais jovem, desde o espanhol Carlos Alcaraz, em 2021, a vencer uma partida no torneio. João Fonseca também se tornou o brasileiro mais jovem desde 1963 a ganhar um jogo desse nível. O último havia sido a lenda Thomaz Koch.
O jogo desta quinta
Contra Herbert, o clima é de Copa Davis, com brasileiros e franceses se dividindo na acanhada quadra 14, a quarta maior de Roland Garros. Logo no terceiro game, João Fonseca conquistou a primeira quebra da partida. Em seguida, sacando em 2/1 e 15/40, o brasileiro salvou dois breaks, mas o rival deu o troco.
Não satisfeito, o francês repetiu a dose no sexto game, abrindo 4/2. No entanto, o número 1 do Brasil não se abateu e voltou a levar a melhor no serviço do adversário no sétimo game. Sem mais quebras, a parcial foi para o tiebreak. O primeiro minibreak foi a favor do brasileiro, quando o adversário sacava em 2/1. Mas, sacando em 3/2, João Fonseca fez uma dupla-falta para, em seguida, encaixar um ace. Sacando em 4/3, Herbert também cometeu uma dupla-falta. Dois pontos depois, com seu ace no jogo, o brasileiro fechou o set em 7/4.
João Fonseca fez duas duplas-faltas na abertura da segunda parcial, mas salvou dois breaks. Herbert, dois games depois, quebrou o saque do brasileiro. Em seguida, servindo em 2/1, o anfitrião salvou três breaks, mas o carioca, com uma passada, devolveu a quebra e virou a parcial para 3/1. Sacando em 3/3, o pupilo do técnico Guilherme Teixeira salvou um break.
No game seguinte, que durou 8 minutos, foi o 147º do mundo quem salvou dois breaks. Herbert, dois games depois, salvou os três primeiros set points. Sem mais quebras, a parcial também foi para o tiebreak. Com uma ótima devolução de saque, um ace e um smash, o francês abriu 3/0.
Mas o brasileiro, com dois ótimos primeiros saques e uma contra-curta sensacional, empatou em 3/3. E depois virou, com outra devolução excelente. Com uma passada de backhand, o número 1 do Brasil fechou o set, que durou 1h28m.
Na terceira rodada, no sábado, o brasileiro enfrenta o francês Gael Monfils ou o britânico Jack Draper.Os dois medem forças às 15h15 desta quinta.Jogador dos mais habilidosos e versáteis, um verdadeiro showman,Monfils, ex-número 6, em 2016, atualmente, é o 42º do mundo.
Com a vitória na estreia, sobre o boliviano Hugo Dellien (90º), o francês bateu um recorde na Era Aberta (desde 1969): o de vitórias em cinco sets em Paris. São, agora, 12, em 17.