Jemerson comenta chegada no Corinthians: 'Não pensei duas vezes'

Zagueiro desembarcou em São Paulo nesta terça-feira e falou do contrato, que será assinado até metade de 2021 e após será discutido para renovação

03/11/2020 - 12h52 (Atualizado em 05/04/2024 - 03h59)

Falta pouco para o Corinthians anunciar a contratação de Jemerson como novo reforço do clube para a temporada. Nesta terça-feira, o jogador desembarcou em São Paulo para fazer exames e assinar o contrato até metade de 2021. Na chegada ao Brasil, ele conversou com a imprensa que foi até o aeroporto e falou como quem já vestiu a camisa alvinegra.

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Ainda sem anunciar oficialmente a contratação, o Timão acertou os últimos detalhes com o Monaco, que aceitou receber cerca de 700 mil euros (R$ 4,5 milhões) para liberar o zagueiro antecipadamente de seu contrato, que terminaria em junho de 2021. Antes, a negociação seria por empréstimo, mas as partes chegaram ao acordo para o rompimento do vínculo.

- É uma oportunidade boa. Quando a pessoa fica muito tempo parada e aparece uma oportunidade dessas, não pode deixar escapar. O Corinthians é um time enorme mundialmente, não pensei duas vezes. Quero jogar, agora é focar e trabalhar bastante, conseguir recuperar o tempo perdido e ajudar o Corinthians - comentou o defensor.

Com apenas oito meses de contrato neste primeiro momento, Jemerson e a diretoria corintiana se reunirão quando esse vínculo se encerrar para discutir uma extensão contratual, provavelmente com novas bases salarias e luvas. O Monaco ainda ficará com 20% de uma venda futura. O zagueiro confirmou:

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- Fechei até o final de junho, dia 31, e depois a gente vê. Agora é passar nos exames, voltar a jogar, no futuro pensamos isso.

Sobre a data para estrear, Jemerson prefere não fazer projeções, já que não joga desde janeiro deste ano, quando fez sua última partida oficial, pela Copa da França. De lá para cá, o zagueiro só treinou afastado do elenco do Monaco e precisará de um tempo ainda para se readequar ao ritmo de jogo necessário.

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- É complicado falar, isso aí é só depois dos exames para saber o tempo ideal para voltar. Ficava duas horas por dia, fazendo reforço, com bola, não com grupo. Estou me sentindo bem, só vai faltar um pouco do ritmo de treinos e jogos - ponderou o defensor, que também mandou um recado para a Fiel:

- E aí bando de loucos, chegou mais um aqui para ajudar. Valeu torcida pelo carinho e pelas mensagens, estamos aqui, espero estar em forma o mais rápido possível.

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Jemerson chega a um time que passa por momentos de oscilação e ainda busca se recuperar com Vagner Mancini. Além disso, passou por protestos da torcida recentemente, com jogadores (inclusive ídolos) sendo cobrados por torcedores de forma mais firme. O ex-Atlético-MG, porém, vê uma boa oportunidade para ele e para os companheiros darem uma resposta.

- No Corinthians e em time grande, é assim: quando não passa por uma fase boa, tem cobrança. Mas eu penso pelo lado positivo, é uma oportunidade boa para a gente mostrar. Venho focado para isso, fazer uma boa temporada.

Antes de assinar com o Corinthians, Jemerson pegou referências do clube com um velho conhecido: Jô, já que jogaram juntos no Atlético-MG, ao lado de Michel Macedo, que também fazia parte do grupo. O papo com o centroavante rendeu algumas dicas, que farão com que o zagueiro chegue mais tranquilo.

- Troquei mensagem com o Jô outro dia e ele me deu umas dicas, é bom chegar num grupo conhecidos, com atletas com quem você jogou, isso ajuda na adaptação. Foi um papo legal, perguntei como era o dia a dia do Corinthians, ele falou da grandeza do clube. Essas coisas que jogadores conversam.

Jemerson foi revelado pelo Atlético-MG, onde foi campeão da Libertadores (2013), da Recopa Sul-Americana (2014) e da Copa do Brasil (2014). O sucesso despertou o interesse do Monaco, que o contratou em 2016. As boas atuações no futebol europeu renderam cinco convocações para a Seleção Brasileira e dois jogos com a camisa amarela, sendo o último no ano de 2017.

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Afinal, o substituto, como no caso do goleiro Wálter, do Corinthians, costuma fechar o gol, muitas vezes acostumado com o ritmo intenso dos treinamentos do titular. Cássio, que vem passando por pressão neste momento, teve de ficar de fora contra o Athletico-PR, mas o reserva de luxo fez excelentes defesas e ajudou o time a vencer por 1 a 0, no último dia 14

Leia mais: Palmeiras é time do Brasil com mais gols na história da Libertadores

O Palmeiras é uma equipe que tem tradição em revelar e também contar com excelentes goleiros. Tanto é que, em 2016, Jaílson substituiu o titular Fernando Prass, contundido, e foi um dos melhores jogadores da campanha que levou a equipe ao título brasileiro. Agora, também tem correspondido quando substitui Wéverton, campeão olímpico e goleiro da seleção brasileira

No fim de setembro, Jaílson, de 39 anos, renovou contrato com o clube até o fim de 2021. Ele foi contratado em outubro de 2014, vindo do Ceará. E mesmo já veterano, agarrou a chance e se tornou um dos jogadores de confiança no clube, sempre com importante papel agregador fora de campo e, quando exigido, correspondendo durante os jogos

Situação semelhante vive o Botafogo, que tem no titular (?) Gatito Fernández a principal referência da equipe.
Gatito, de 32 anos, vinha atuando bem, mas não participa dos jogos do Botafogo desde o dia 23 de setembro último, por causa de questões físicas e por ter sido convocado para a seleção paraguaia

Mas Diego Cavalieri, 37 anos, como tem ocorrido com frequência, o substituiu à altura, mostrando a tranquilidade e o reflexo que o levaram até a seleção brasileira em 2012. Contra o Palmeiras, por exemplo, defendeu pênalti, teve grande atuação e foi fundamental para a vitória por 2 a 1

No Flamengo, o titular Diego Alves era um dos líderes do time campeão da Libertadores em 2019. Mas, após a pandemia, jogou pouco, tendo de ficar de fora. Ele se lesionou no jogo contra o Santos, pelo Campeonato Brasileiro, em 30 de agosto. E depois testou positivo para covid-19, ficando de quarentena. Retornou aos treinos, mas ainda se recupera de contusão no ombro

Neste ínterim, alguns reservas o substituíram. César, como sempre, tem mostrado qualidade, mas quem se destacou mesmo foi o jovem Hugo, de 21 anos, vindo das categorias de base. Ele até já foi convocado por Tite para a seleção, para ganhar experiência, mas nunca tinha tido uma sequência tão grande. No seu primeiro jogo, contra o Palmeiras, o famoso jogo da covid-19, foi um dos melhores em campo e pode até ser considerado titular no momento

Este tipo de situação não é inédito no futebol brasileiro. Nos anos 50, por exemplo, o Corinthians teve em seu elenco dois grandes goleiros: Gylmar dos Santos Neves e Luiz Morais, o Cabeção. Gylmar acabou ganhando a posição de Cabeção e foi campeão do famoso IV Centenário, denominação do Paulista daquele ano de 1954. Depois se tornou titular da seleção brasileira e o maior goleiro do clube em todos os tempos

Mas Cabeção manteve a "cabeça erguida". Acabou fazendo sucesso na Portuguesa. Seu nível técnico era altíssimo, a ponto de ter sido um dos goleiros da seleção brasileira que participou da Copa do Mundo de 1954. Era reserva do grande Castilho. E fez uma longa carreira no Corinthians, sendo titular na conquista do Paulista de 1951 e da Pequena Taça do Mundo, realizada na Venezuela, enfrentando o Barcelona e a Roma, nesta que foi a primeira conquista internacional do Corinthians. Ele morreu neste ano de 2020, no dia 6 de janeiro, aos 89 anos

Nos anos 80, o Palmeiras viveu uma fase em que várias gerações de grandes goleiros se encontraram. Em 1986, Leão, titular da seleção nas Copas de 1974 e 1978, novamente era o goleiro da equipe mas, já veterano, via o jovem Zetti crescer nos treinamentos (na foto, Leão treina com Zetti). Zetti assumiu a titularidade em 1987, substituindo Martorelli e vinha bem até fraturar a perna, em dividida com o atacante Bebeto, contra o Flamengo, em 1989

Foi substituído pelo jovem Velloso, que entrou e praticamente ganhou a posição, chegando inclusive a defender a seleção brasileira em 1990, quando Falcão era o técnico. Em 1993, fazia parte do grupo campeão paulista, mas o titular passou a ser Sérgio, antes de outro grande nome da história do clube, Marcos, assumir a posição

Durante a boa campanha do Corinthians no Campeonato Brasileiro de 1986, quando o time caiu nas quartas de final, Carlos e Waldir Peres se revezaram no gol. Dois goleiros de nível de seleção brasileira. Waldir Peres foi o titular do Brasil na Copa de 1982 e Carlos, na de 1986. Curiosamente, com boas atuações, Waldir acabou se tornando titular, justamente durante as ausências de Carlos, convocado para a seleção brasileira e, no clube, "punido" por essas convocações

Com a saída de Waldir, Carlos ficou mais tranquilo no posto e foi titular durante quase toda a campanha do Corinthians no Paulista de 1988, quando a equipe foi campeã. Mas, na reta final, se contundiu e foi substituído pelo jovem Ronaldo, que se tornou titular na final contra o Guarani, mostrou qualidade, personalidade e ganhou a posição, tornando-se um dos maiores goleiros da história do clube e sendo convocado para a seleção brasileira
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