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Investigação aponta que houve manipulação de resultados do boxe nos Jogos Olímpicos do Rio

Relatório de 149 página reúne elementos que indicam corrupção no torneio na capital fluminense. Pelo menos 11 combates teriam sido fraudados, com aval de cartolas da AIBA

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Uma investigação realizada a pedido da Associação Internacional de Boxe (AIBA) concluiu que houve um esquema de manipulação de resultados no torneio da modalidade nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. Pelo menos 11 combates teriam sido fraudados.

Os resultados foram divulgados em um relatório de 149 páginas da equipe do advogado canadense Richard McLaren, o mesmo que liderou a apuração do complexo esquema de dopagem da Rússia nos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, em 2014.

Segundo o documento, juízes e árbitros eram informados sobre quem deveria vencer determinado combate horas antes da luta. As lutas manipuladas incluíram as quartas-de-final do peso galo (até 56kg) entre o irlandês Michael Conlan e o russo Vladimir Nikitin, e a disputa pela medalha de ouro no peso-pesado, vencida pelo russo Evgeny Tishchenko, contra o cazaque Vasily Levit.

Conlan dominou a polêmica luta contra Nikitin, mas a arbitragem deu a vitória ao russo na decisão dividida. O vencedor, inclusive, não conseguiu voltar ao ringue para as semifinais, devido aos ferimentos causados pelo oponente.

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Os investigadores também apontaram "problemas" na escolha do francês Tony Yoka como campeão na final dos superpesados, contra o britânico Joe Joyce.

Um suborno de 250 mil dólares (cerca de R$ 1,3 milhão) também teria sido oferecido para definir o resultado da semifinal o peso leve, entre Otgondalai Dorjnyambuu, da Mongólia, e o francês Sofiane Oumiha.

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- Essa estrutura informal permitia cumplicidade e anuência dos árbitros e juízes, que eram designados para garantir resultados previamente acordados em combates específicos - disse McLaren, durante apresentação dos resultados em Lausanne, na Suíça, nesta quinta-feira.

A investigação liga as fraudes a ex-dirigentes do alto escalão da AIBA, como Ching-Kuo Wu e Karim Bouzidi, então presidente e diretor executivo da entidade.

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"As sementes disso foram plantadas anos antes, começando pelo menos desde os Jogos Olímpicos do século 21 até os eventos em torno de 2011 e Londres 2012", informou McLaren.

Em resposta ao relatório, a AIBA disse que "observou as conclusões sobre o torneio de boxe da Rio-2016 com preocupação e confirmou que extensas reformas foram implementadas para garantir a integridade esportiva nas competições atuais da AIBA".

A entidade também esclareceu que contratou o professor McLaren porque "não tem nada a esconder”, acrescentou o presidente da AIBA, Umar Kremlev.

- Trabalharemos para incorporar todas as recomendações úteis feitas. Também buscaremos assessoria jurídica a respeito de quais ações são possíveis contra aqueles que tenham participado de qualquer manipulação. Não deveria haver lugar na família AIBA para alguém que consertou uma briga - afirmou o dirigente.

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