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A Copa Rio de Palmeiras e Fluminense, a Copa União do Flamengo, o Mundial de Clubes do Corinthians em 2000... O valor de alguns títulos até hoje rende debates acalorados entre torcedores. Entre reconhecimentos, imbróglios que chegaram à Justiça passando por regulamentos mirabolantes, relembre algumas dessas 'polêmicas' do futebol
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O Expresso da Vitória, emblemática equipe do Vasco que trazia nomes como Ademir de Menezes, Ely, Chico, Maneca e Rafagnelli, foi representar o país no Torneio de Clubes Campeões Sul-Americanos, disputado no Chile. Após derrotar o El Litoral (BOL), aplicar goleadas por 4 a 1 sobre o Nacional (URU) e 4 a 0 sobre o Municipal (PER), um empate em 1 a 1 com o Colo Colo deixou o Cruz-Maltino bem perto da conquista
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Após um jogo acirrado e nervoso (no qual o histórico goleiro Barbosa defendeu um pênalti), o Vasco garantiu o empate em 0 a 0 contra "La Maquina" River Plate e se sagrou campeão da competição. Décadas depois, a diretoria cruz-maltina pleiteou na Conmebol que a competição tivesse seu nível equiparado ao da conquista da Copa Libertadores. Em ata divulgada em 29 de abril de 1996, o Comitê Executivo da entidade anunciou que "após analisar o pedido, resolveu aceitar o reconhecimento do êxito esportivo e à sua verdade histórica". Além disto, frisou que em 1997 o Vasco passaria a ter o direito de disputar a Supercopa dos Campeões da Libertadores
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O Palmeiras tem Mundial? A Copa Rio, competição internacional com oito clubes (além do Alviverde, Vasco, Juventus, Nacional-URU, Áustria Viena, Sporting, Nice e Estrela Vermelha) tinha chancela do presidente da Fifa, Jules Rimet. O time de Ventura Cambon superou a Velha Senhora, ao vencer por 1 a 0 no jogo de ida (com gol de Rodrigues) e, no jogo decisivo, empatar em 2 a 2 (gols de Liminha e Rodrigues, em duelos no Maracanã. À época, a imprensa paulista destacou os atletas como "campeões mundiais". Em 2004, o Palmeiras entregou um dossiê à Fifa pedindo o reconhecimento do título mundial
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Em 2007, o secretário-geral da Fifa, Urs Linsi, enviou fax no qual "atestava" que o Palmeiras era o primeiro campeão mundial (posteriormente ratificado pelo presidente da entidade, Joseph Blatter). Contudo, anos depois, houve mudança de posicionamento. Primeiramente, só eram "campeões do Mundial de Clubes a partir de 2000". Após o reconhecimento de vencedores do Mundial Interclubes, a Copa Rio do Palmeiras continuou a não ser reconhecido pela Fifa
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Em 1952, a Copa Rio voltou a ser organizada pela CBD nos mesmos moldes e teve o Fluminense como campeão. O Tricolor das Laranjeiras superou o Corinthians (outro representante brasileiro) na final, ao vencer por 2 a 0 na ida e assegurar o empate em 2 a 2 no jogo da volta. Jornais de todo país na época indicaram a equipe de Castilho, Orlando Pingo de Ouro, Didi e Telê Santana como "campeã do mundo". A diretoria tricolor ficou de mandar um dossiê, mas não foi à frente. O mandatário Gianni Infantino também ratificou que a Copa Rio não pode ser considerado título mundial
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A CBF inicialmente colocava no panteão de campeões brasileiros quem conquistou os títulos das edições de 1971 em diante. Entretanto, em 2009, seis clubes (Bahia, Botafogo, Cruzeiro, Fluminense, Palmeiras e Santos) elaboraram um documento para que os seus títulos em edições da Taça Brasil (disputada entre 1959 a 1968) e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967 a 1970) fossem reconhecidos como conquistas nacionais
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A entidade achou o pedido "factível", por "justiça histórica" e decidiu unificar os títulos nacionais. A medida fez com que entre 1967 e 1970, houvesse dois campeões brasileiros. O Palmeiras, que teve um ano de 1967 impecável ao vencer a Taça Brasil e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, acrescentou dois Brasileiros em seu currículo e é o maior vencedor da história: dez títulos. O Santos, que também foi magistral na época de Pelé, Pepe, Coutinho e Mengálvio, tem nove títulos
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O Botafogo publicou três títulos mundiais em seu site oficial no início de abril. As conquistas são da Pequena Taça do Mundo de 1967, 1968 e 1970, torneio triangular sediado em Caracas, na Venezuela, que agora passam a ser considerados pelo Glorioso desta forma. O clube estuda ir à Fifa pelo reconhecimento das conquistas
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Um tricampeão estadual em apenas dois anos? A curiosa conquista do Flamengo começou a se tornar possível devido a uma mudança administrativa: com as fusões das FERJ e da Federação Fluminense de Futebol (quatro anos após a fusão dos estados do Rio de Janeiro e da Guanabara), inicialmente a Ferj bateu o martelo e criou o Campeonato Estadual 1979 - Especial, que reuniria dez clubes (seis da capital e quatro do interior) e, para não atropelar o Campeonato Brasileiro, duraria entre fevereiro e abril
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O Rubro-Negro, que vivia o início do ápice da sua era de ouro, chegou ao bicampeonato estadual de forma invicta. Entretanto, a realização do Especial rendeu discórdia: oito clubes que se sentiram excluídos do Especial pleitearam ao então presidente da CBD, Heleno Nunes, a realização de um novo campeonato. O ano de 1979 teve nova competição, com 18 equipes (um recorde). No primeiro turno, todos jogavam entre si e, no segundo, existia a divisão de um grupo com oito equipes e outro com dez times. Em novembro, o Flamengo de Zico, Junior, Andrade, Claudio Adão e Julio Cesar conquistou mais um título e passou a ser convencionado que obteve um "tri em dois anos"
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O imbróglio sobre o vencedor do Campeonato Brasileiro de 1987 ultrapassou décadas, com direito a guerra de liminares em diversas instâncias entre Flamengo e Sport
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Após a confusa edição de 1986 (marcada por viradas de mesa, inchaço e clubes entrando na Justiça Comum), o presidente da CBF, Octávio Pinto Guimarães, declarou que a entidade "não tinha condições financeiras de organizar a competição". A frase foi o estopim para que as equipes de maior apelo no país fundassem o Clube dos 13 e rompessem com a entidade
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O Clube dos 13 organizou a Copa União com um inovador formato curto e envolvendo apenas 16 clubes de massa. Porém, os critérios adotados causaram discórdia: o finalista de 1986, Guarani, e o semifinalista América foram colocados no Módulo Amarelo
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Inicialmente, uma reunião na Ferj na qual estava o dirigente do Vasco, Eurico Miranda, confirmou o quadrangular final com o cruzamento dos módulos e previsto pela CBF. Contudo, a rodada de estreia do Módulo Amarelo foi suspensa e gerou protesto encabeçado pela Portuguesa contra a entidade e o Clube dos 13. A competição teve início, com as equipes projetando o quadrangular
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O Flamengo sagrou-se campeão da Copa União ao derrotar o Internacional por 1 a 0, com gol de Bebeto, no Maracanã (após empate em 1 a 1 no Beira-Rio). A conquista consagrou a equipe que tinha Zico, Andrade, Leandro, Zé Carlos, Zinho, Leonardo e Renato Gaúcho
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No mesmo dia, o Módulo Amarelo terminou de maneira inusitada. Após ter perdido por 2 a 0 no jogo de ida, o Sport se impôs e garantiu uma vitória por 3 a 0, resultado que forçou uma prorrogação. O empate persistiu nos 30 minutos. A disputa de pênaltis estava empatada em 11 a 11 quando cartolas das duas equipes entraram em campo e decidiram encerrar a disputa (que já havia invadido o horário do "Show de Calouros", programa exibido pelo SBT, detentor das transmissões). Posteriormente, o Bugre abdicou do título, mas ambos estavam classificados para o quadrangular final, de acordo com o regulamento previsto pela CBF
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Flamengo e Internacional decidiram boicotar o quadrangular final. Com isto, Sport e Guarani fizeram a final do Brasileiro de 1987 no início de 1988, nos moldes planejados pela CBF. Após o empate em 1 a 1 em Campinas, Marco Antônio fez o gol do título leonino na Ilha do Retiro na final. O Sport tinha como destaques os meias Ribamar e Robertinho (ex-Flamengo), o atacante Nando, o lateral Zé Carlos Macaé, o zagueiro Estevam, o veterano goleiro Leão e, curiosamente, também contava com um meio-campista chamado Zico
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Em 10 de fevereiro de 1988, o Sport entrou na Justiça Comum com ação pedindo reconhecimento do título brasileiro de 1987. O caso foi transitado em julgado em 1994 e o STJ ratificou a decisão. Pesou o fato de não haver unanimidade no Clube dos 13 sobre o cruzamento dos módulos
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Em 2011, a CBF reconheceu os dois torneios como oficiais e abriu caminho para novas batalhas na Justiça. A decisão foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF) em 2017. Inicialmente, o ministro Marco Aurélio Mello deu parecer favorável ao Sport. Depois, o caso foi julgado na Primeira Turma. Por três votos a um, o título do Campeonato Brasileiro de 1987 foi considerado que é exclusivamente do Leão
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A interpretação no regulamento do Campeonato Carioca de 1990 rendeu uma curiosíssima situação na decisão entre Botafogo e Vasco. Em campo, Carlos Alberto Dias marcou o gol que definiu a vitória por 1 a 0 dos alvinegros e, ao apito final, os botafoguenses deram a volta olímpica com uma taça que a Rede Manchete ofereceu
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No entanto, tanto Ferj quanto dirigentes do Vasco interpretaram que, caso a equipe perdesse, haveria uma prorrogação de 30 minutos para definir o campeão estadual. Passada meia hora, os jogadores, a pedido do dirigente Eurico Miranda, também deram uma volta olímpica, conduzindo uma caravela de papel presenteada por um torcedor que estava na geral
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A polêmica chegou ao fim no dia 9 de agosto. Por 7 votos a 1, o STJD considerou que o Botafogo era o legítimo campeão carioca
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Outra discussão que paira entre torcedores é sobre o Mundial de Clubes de 2000, realizado no Brasil. A competição, com sedes no Rio de Janeiro e em São Paulo e realizada em janeiro, foi a primeira a envolver representantes dos cinco continentes. Mas o critério dos participantes tinha fórmulas discrepantes. Englobava "vencedores" de 1998, como o Corinthians (país-sede como campeão brasileiro), Vasco (campeão da Libertadores), Al Nassr (que triunfou na Supercopa da Ásia) e Real Madrid (vencedor do Mundial Interclubes). E também os campeões de 1999, como o Manchester United (da Liga dos Campeões), Necaxa (Liga dos Campeões da Concacaf), South Melbourne (Liga dos Campeões da OFC) e Raja Casablanca (vencedor da Liga dos Campeões da CAF)
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No Maracanã, a final envolveu Corinthians e Vasco. Após 120 minutos marcados por emoção e muito equilíbrio, o empate em 0 a 0 persistiu e, nos pênaltis, o Timão sagrou-se campeão. Porém, o formato do Mundial de Clubes seria momentaneamente abandonado. Além de, em 2000, o Boca Juniors vencer o Real Madrid no Mundial Interclubes, o formato com equipes de todos os continentes só voltou a ser disputado em 2005, tentando evitar a presença de dois clubes do mesmo país
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