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Físico, emocional, característica... Por que o Palmeiras não usa tanto a base

Base do Verdão tem acumulado títulos em todas as categorias e levado jogadores às seleções, mas a avaliação da comissão técnica não aponta espaço no time principal

Lance

Lance|Do R7

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O Palmeiras vem acumulando títulos na base. No sub-20, último passo antes do time principal, ganhou o Paulista, o Brasileiro e a Copa RS em 2018, levando sete jogadores para o Sul-Americano da categoria (seis pelo Brasil e um pelo Paraguai). Ainda assim, só o atacante Yan foi promovido ao elenco profissional, enquanto Papagaio, destaque da equipe, deve ser emprestado ao Atlético-MG. Mas há uma explicação para tão pouca chance, e está na comissão técnica.

O Verdão buscou nomes como os atacantes Carlos Eduardo, jogador de 22 anos adquirido por US$ 6 milhões (mais de R$ 23 milhões) do Pyramids, do Egito, e Felipe Pires, emprestado pelo Hoffenheim, da Alemanha, porque são superiores às opções que existem na base aos olhos do departamento comandado por Luiz Felipe Scolari. É o que diz o diretor de futebol Alexandre Mattos, apontando que a questão técnica não é o único fator analisado.

- Hoje, quando o Palmeiras vai contratar, observa o mercado, mas também a base. Se, na avaliação da comissão técnica, a base supre, o Palmeiras não traz ninguém. Quem avalia se o jogador tem condição e maturidade para atuar é a comissão técnica. E ninguém melhor do que eles, que estão no dia a dia, para dizer se o jogador está pronto - argumentou Mattos.

- Muitas vezes, falam 'ah, o menino joga demais'. Sim, mas na base. Aí ele sobe para o profissional e demonstra no dia a dia. Às vezes, ele joga, mas emocionalmente ou fisicamente não está pronto. O torcedor pode ter certeza e convicção de que quem avalia se o contratado é melhor do que o que está aqui é a comissão técnica, que tem a nossa confiança para tal situação - prosseguiu.


O dirigente ressalta que a base costuma treinar na Academia de Futebol, local de trabalho do time principal, e que há integração direta com o sub-20 e sub-17, com atletas completando atividades comandadas por Felipão, que mantém diálogo frequente com os técnicos dessas categorias. Na visão da diretoria, é o melhor cenário possível para se avaliar os garotos.

Por isso, Yan foi integrado, mas demorará a ter chances. O atacante é elogiado por Scolari e também tinha sido aprovado pela comissão técnica anterior, de Roger Machado, que o levou na excursão para Panamá e Costa Rica durante a Copa do Mundo. Mas detectou-se uma fragilidade física que, espera-se, será resolvida com sua promoção ao elenco principal.


- O Yan não tem estrutura física, até o momento, para atuar no profissional. No ano passado, ele subiu, porque estávamos com dificuldade de jogador de velocidade, e teve uma lesão atrás da outra, inclusive desfalcou o time sub-20. Vai fazer a pré-temporada porque precisa ganhar massa, crescer. É mais ou menos o trabalho que fizemos com o Hyoran em 2017 para ele ter conseguido jogar bem no ano passado - disse Mattos, pedindo mais tranquilidade a quem pede mais oportunidades aos jogadores que vêm da base.

- O Palmeiras é o campeão brasileiro e, mesmo assim, tem uma forte cobrança pela base porque tem um projeto de excelência. O Palmeiras nunca teve, na sua história, um projeto de excelência na base como tem desde 2015. Em 2015, priorizamos sub-13, sub-15 e sub-17, e esses meninos foram crescendo. Mas o que não pode é pedir para colocar jogador do sub-17, de 15 anos. Calma, né?

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