Entenda o impacto da premiação do Brasileirão 2025 na gestão dos times
Competição não tem maior premiação por valor, mas é essencial para o planejamento dos clubes no país
Lance|Do R7

O Campeonato Brasileiro estreia no próximo sábado (29) e a temporada 2025 entrará, enfim, em seu período mais complexo, que envolve jogos a cada três dias para as equipes e divisão de datas com outras duas competições. Mas em um torneio de tiro longo, o melhor time será o que conseguir gerir bem seu elenco e equilibrar o calendário apertado. Afinal, além do troféu, o Brasileirão distribui uma boa premiação e impacta diretamente no planejamento das gestões de cada um dos 20 clubes da elite nacional.
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) ainda não divulgou oficialmente a premiação do campeonato nesta temporada, mas é possível traçar o peso financeiro da competição para os clubes participantes a partir do dinheiro distribuído pela entidade na última temporada. Em 2024, o bônus variou entre R$ 16,3 milhões, quantia arrecadada pelo RB Bragantino, 16º colocado, e R$ 48,1 milhões, valor pago ao campeão Botafogo. Como em todos os anos, é possível que as cifras sofram correção e o valor aumente, mas ainda não há uma definição oficial da CBF.
Fato é que o Brasileirão não é a competição que mais paga no calendário do país e que, muitas vezes, o campeonato não é colocado como prioridade por alguns clubes, que focam sua disputa nas copas, seja a Copa Do Brasil, a nível nacional, e a Libertadores ou Sul-Americana, continentais. Mas a posição final na tabela da liga se torna essencial para direcionar o trabalho de médio e longo prazo das diretorias, já que uma classificação a um torneio internacional ou um rebaixamento mudam completamente o restante o planejamento das equipes.
Ou seja, mais que a premiação financeira, a disputa do Brasileirão se torna importante para as equipes porque dita o patamar de disputa da próxima temporada. O Fortaleza, por exemplo, vem se consolidando como um dos principais clubes do país pelo nível de disputa conquistado a cada ano, onde a Libertadores tem se tornado frequente ou a possibilidade de um título de Sul-Americana ter virado uma realidade.
Outro exemplo é o Corinthians, que saiu de uma realidade de rebaixamento e terminou o ano com vaga em copa continental. Agora, por mais que tenha caído precocemente na Libertadores, entra na Sul-Americana como uma das principais equipes na briga pelo título. O Bahia, por sua vez, joga a principal competição internacional com o objetivo de subir o sarrafo e acompanhar o planejamento do Grupo City, investidor e dono da SAF do clube.
Os times brasileiros ainda têm o privilégio de ter uma tabela de classifcação repleta de "mini conquistas" a cada posição. No ano passado, foram oito classificados à Libertadores, sendo dois para a fase preliminar e seis vagas na Sul-Americana, o que deixou apenas dois times sem nenhuma competição continental no calendário. Uma boa posição garante mais dinheiro e uma vaga assegurada para jogos internacionais no ano seguinte.
Comparação da premiação com outras competições
Enquanto o Brasileirão entrega cerca de R$ 50 milhões para a melhor equipe do torneio, a outra disputa nacional do calendário pode dar mais que o dobro de premiação para o vencedor. Neste ano, a CBF definiu que a cota da Copa Do Brasil pode chegar a R$ 101 milhões pela conquista, maior valor pago em um campeonato de nível nacional da história.
A entidade fez um reajuste de cerca de 5% no valor pago na Copa do Brasil e a vitória na grande final paga, sozinha, R$ 77 milhões para o vencedor. O valor se soma aos bônus conquistados ao longo das fases anteriores. Pra equipes de menor expressão, chegar longe na copa rende mais do que uma posição de meio de tabela nos pontos corridos.
A competição de mata-mata brasileira tem uma premiação tão expressiva que consegue sueprar com larga vantagem o dinheiro pago pela Conmebol na Copa Sul-Americana. Em 2025, a copa também teve aumento no valor pago ao campeão. No total, o vencedor levará pouco mais de R$ 36 milhões pelo título, quase um terço do que a Copa do Brasil pagará neste ano.
A maior cota segue sendo a da Libertadores. Neste ano, a premiação máxima da disputa continental é de US$ 34,2 milhões, o que corresponde a R$ 195 milhões na cotação atual. A cifra é quase o dobro do que é pago na Copa do Brasil e quatro vezes maior do valor investido pela CBF no campeão do Brasileirão.
A título de comparação, o Botafogo, atual vencedor das duas competições, ficou com R$ 48 milhões pela liga brasileira e R$ 137 milhões pelo troféu da Libertadores, valor quase três vezes maior.
Brasileirão em meio a calendário caótico
A partir de agora, as equipes entrarão numa maratona de jogos que se estende até junho, quando inicia a disputa do Mundial de Clubes. Para Palmeiras, Flamengo, Botafogo e Fluminense, representantes brasileiros na disputa, o descanso não acontecerá. Para os demais, a disputa de quase todo o primeiro turno dos pontos corridos será feita projetando os dias de descanso no meio da temporada.
Neste período, os clubes da elite brasileira terão no horizonte uma disputa de 20 a 25 jogos, o que obrigará as equipes a entrarem em campo a cada dois dias, em média. Além dos jogos do Brasileirão, as fases de grupos da Libertadores e Sul-Americana serão disputadas até a para o Mundial, além dos jogos da terceira fase da Copa do Brasil. Na Série A, Bahia, Vitória, Sport, Ceará e Fortaleza ainda têm jogos da Copa do Nordeste na escala, que serão encaixados ao longo dos próximos meses.