Em ano de reconstrução, líbero do Brasil celebra 'união' após virada na VNL
Seleção Brasileira venceu por 3 sets a 2 a Ucrânia de virada
Lance|Do R7

Após a dura derrota para Cuba, a Seleção Brasileira de Vôlei Masculino venceu de virada a Ucrânia por 3 sets a 2 neste sábado (14). A partir do terceiro set, o Brasil controlou os passes e superou o forte bloqueios dos ucranianos, que travou o ataque brasileiro no início da partida. Para o líbero Maique, a nova vitória na Liga das Nações de Vôlei (VNL) tem ainda mais significado do que "apenas" um triunfo.
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— O jogo de hoje representa muito o que a nossa seleção vem construindo, todo o nosso trabalho, o processo que a gente tem trabalhado dia após dia. E eu acho que um dos diferenciais, além de ter o nosso trabalho, qualidade técnica, é a nossa união. É aquela intensidade que a gente coloca ali dentro, um cobrando o outro — destacou
Além das questões técnicas, que podem ser positivas ou negativas durante o jogo, a construção e fortalecimento do novo elenco também são pontos de destaques na partida deste sábado (14). Segundo Maique, a conexão do time foi um ponto de diferença na mudança de chave do terceiro set.
— Tem muito carinho, muito amor envolvido ali. Isso faz a diferença, a união da nossa equipe é um dos pilares de todo o nosso sucesso. Claro que tem muita coisa para a gente melhorar, mas hoje essa partida foi um exemplo claro do que é a seleção brasileira, de onde a gente quer chegar, do que a gente está construindo — concluiu Maique.
De virada, Brasil supera a Ucrânia na VNL
O primeiro set começou com problemas para o Brasil, que sofria com os bloqueios altos da Ucrânia. Os adversários logo abriram a vantagem e administraram bem até o fim. A parcial seguinte não contou com muitas mudanças da Seleção Brasileira. Na defesa brasileira, alguns problemas foram aproveitados pelos adversários, tanto no saque localizado ou numa encaixadinha inteligente.
O terceiro set foi diferente, o Brasil assumiu a liderança do placar logo no início. Com destaque para Flávio, na defesa e no ataque, o time comandado por Bernardinho levava a melhor dentro de quadra. A quarta parcial começou como a anterior, com placar igualado constantemente e mudanças de liderança. Era possível acompanhar um show de "monster blocks", de ambos os lados, e as equipes apresentavam um alto nível de voleibol. Uma sequência de saques de Honorato levou o Brasil a abrir vantagem, que foi mantida até o ponto final.
Brasil começou muito forte o set decisivo! Apesar do bloqueio da Ucrânia, que incomodou o jogo todo, o ataque brasileiro garantiu que as brechas fossem achadas e aproveitadas. Após ficar cinco pontos em desvantagem, a Ucrânia recuperou e quase voltou a empatar com o Brasil. Apesar disso, a vitória de virada já estava muito bem encaminhada.
Tranquilidade e confiança no novo projeto
Antes mesmo da vitória sobre a Ucrânia, o levantador Fernando Cachopa não via o resultado negativo contra Cuba como preocupação para a equipe. Com elenco renovado - e jovem -, o Brasil ainda tem duas etapas da Liga das Nações de Vôlei (VNL) na atual temporada.
— Já faz um tempo que a seleção está nessa luta para voltar ao topo, para brigar por títulos. É uma responsabilidade grande. Existe sempre uma expectativa de chegar à final, de disputar medalhas, mas estou tranquilo. O meu foco agora é ajudar a construir um time forte. O vôlei hoje é muito coletivo. Precisamos montar um grupo em que cada um conheça seu papel e contribua com sua especialidade. É por esse caminho que a gente tem que seguir — disse Cachopa.
Sem título desde os Jogos Pan-Americanos de 2023, o Brasil sofreu algumas derrotas difíceis e decisivas nos últimos anos, principalmente nas Olimpíadas e na VNL. Na última edição, em Paris, a equipe brasileira caiu para os Estados Unidos nas quartas de final. A cobrança da torcida, então, é forte sobre a nova geração para "repetir" os grandes feitos.
Embora seja normal que os torcedores busquem que as equipes saiam vencedoras, o levantador brasileiro analisou a fase do elenco no vôlei. Cachopa acredita que a evolução do Brasil será alcançada, mas que o processo precisa acontecer por etapas.
— Eu gosto muito de jogar pela seleção e entendo que exista cobrança, mas talvez a maior expectativa venha de fora. A gente sabe que é um grupo renovado, muito jovem, que está apenas começando uma caminhada. Ninguém aqui entra achando que vai sair ganhando logo no primeiro ano. O que a gente pode fazer agora é o nosso melhor, colocar um tijolinho de cada vez nessa construção, sempre que entrarmos em quadra. Quem sabe, lá na frente, a gente chegue a algum lugar — explicou o levantador.
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Novo formato da VNL 2025
A Liga das Nações de Vôlei (VNL) estreia um novo formato em 2025, que será válido até 2027. A partir de 2028, o calendário deve ser adaptado por conta dos Jogos Olímpicos de Los Angeles. A principal mudança está no aumento do número de seleções participantes, que passa de 16 para 18 em cada gênero. Com isso, a fase classificatória será organizada em três grupos de seis equipes, substituindo o antigo modelo com dois grupos de oito seleções.
Cada equipe continuará disputando 12 partidas na primeira fase, realizadas ao longo de três semanas. A distribuição dos confrontos seguirá um sistema rotativo de grupos e sedes, garantindo que cada seleção jogue contra três adversários do Top 6 do ranking mundial, três do 7º ao 12º lugar e três do 13º ao 18º.
Ao final dessa etapa, as oito melhores seleções avançam para a fase final, disputada em formato eliminatório simples a partir das quartas de final: o 1º colocado enfrenta o 8º, o 2º pega o 7º, o 3º encara o 6º e o 4º joga contra o 5º. As vencedoras seguem para as semifinais, disputa de terceiro lugar e final, todas em jogo único. Além disso, Polônia e China, por serem sedes das fases finais feminina e masculina respectivamente, já têm vaga garantida no mata-mata.