Como uma defesa em 2018 levou o Fluminense à semifinal do Mundial de Clubes
Entenda o "efeito borboleta" que mudou o destino do Tricolor
Lance|Do R7

NOVA JERSEY (EUA) — É isso mesmo: uma defesa no Brasileirão de 2018 ajudou o Fluminense a chegar na semifinal do Mundial de Clubes em 2025. Embora pareça distante, a relação é mais direta do que parece. O Tricolor enfrenta o Chelsea nesta terça-feira (8), para definir o primeiro finalista da competição.
O "efeito borboleta" é um conceito da Teoria do Caos que explica como pequenas mudanças no início de um evento podem desencadear alterações drásticas no futuro. Foi o caso do pênalti defendido por Júlio César, ex-goleiro do Fluminense, no duelo contra o América-MG, pela última rodada do Campeonato Brasileiro de 2018. O que isso tem a ver com a campanha do Flu no Mundial? O Lance! explica.
A vitória sobre o América-MG e o Mundial de 2025
Na reta final do campeonato, depois de vencer o Atlético-MG por 1 a 0 na 30ª rodada, o Fluminense passou sete jogos sem balançar as redes, perdendo cinco vezes e empatando duas. Em 14º lugar, dependia apenas de si para não cair para a Série B, mas precisava empatar ou vencer o América-MG, no Maracanã, para a permanência se concretizar. Uma derrota faria com que dependesse de resultados de Vasco, Chapecoense e Sport.
Diante de mais de 35 mil torcedores, o Fluminense, comandado pelo interino Fábio Moreno (Marcelo Oliveira, que sucedeu Abel Braga, deixou o cargo dias antes), entrou em campo pressionado. E a partida começou com sufoco para o torcedor carioca: ainda no primeiro tempo, Júlio Cesar defendeu pênalti de Luan e o zagueiro Gum tirou uma bola em cima da linha. O gol salvador de Richard saiu aos 41 minutos, de cabeça, para afastar a Série B e garantir a classificação para a Sul-Americana.
Com isso, o Tricolor teve maior tranquilidade para se reerguer nas temporadas seguintes até chegar ao Mundial de Clubes de 2025. Afinal, além do impacto emocional, o rebaixamento traz prejuízos financeiros de perda de receita, redução de patrocínios e cotas de televisão, dificultando contratações e o desempenho em campo.
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Outros "acasos" que levaram o Fluminense ao Mundial
Negativa de Ricardo Goulart
A diretoria do Fluminense abriu negociação com Germán Cano em dezembro de 2020, desejando tê-lo para a próxima temporada. Com as conversas caminhando em passos lentos, o Tricolor fez uma proposta para Ricardo Goulart, que também estava livre no mercado. Se ele aceitasse, não haveria espaço no orçamento para o atacante argentino. Depois de Goulart informar que esperaria outras propostas, o Flu saiu da negociação e acabou fechando com Cano. Dois anos depois, ele seria eleito o Rei da América pela atuação no título da Libertadores de 2023 e autor do primeiro gol sobre a Inter de Milão no Mundial.
Sorteio da Libertadores de 2021
Um evento muito importante para o Fluminense foi o sorteio da Libertadores de 2021, em que caiu no mesmo grupo do Independiente Santa Fé, da Colômbia. Isso porque, naquele time, estava ninguém menos que o jovem Jhon Arias, então com 23 anos. Na fase de grupos, o Tricolor venceu os dois jogos, mas se impressionou com o talento do meia-atacante, contratando-o no mesmo ano. Hoje, Arias é o destaque da equipe e já foi premiado por isso três vezes neste Mundial de Clubes.
Lesão do volante Hudson
Em maio de 2021, o Fluminense anunciava que o volante Hudson havia rompido o ligamento do joelho. Na época, era um dos titulares e, com pouco espaço no elenco, o jovem André, recém-promovido da base, estava em vias de ser emprestado para o Botafogo ou CRB. Por conta da contusão, o futuro ídolo passou a receber mais oportunidades, se consolidou no time titular e foi peça fundamental para a conquista da Libertadores de 2023, que deu ao Tricolor a vaga no Mundial de Clubes.
Compra do Saf do Cruzeiro por Ronaldo
Em março de 2022, Ronaldo "Fenômeno", concretizou a compra da Saf do Cruzeiro. Apalavrado com a gestão anterior, o goleiro havia acertado um aumento de seu contrato, considerado inviável pelo novo dono. Assim, o ídolo cruzeirense ficou livre no mercado e abriu caminhos para que o Fluminense o contratasse. Aos 44 anos, Fábio segue atuando em alto nível e sendo decisivo para o Tricolor desde que passou a defender o clube.