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Luighi se manifesta e fala sobre ‘dor na alma’ após ser vítima de racismo em jogo do Palmeiras

Jogador foi alvo de injúria racial durante a vitória brasileira por 3 a 0 sobre o Cerro Porteño, no Paraguai, pela Libertadores Sub...

Jogada 10

Jogada 10|Do R7

Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Vítima de racismo no Paraguai, o atacante Luighi falou sobre a “dor na alma” que sentiu na noite da última quinta-feira, 6, no Estádio Gunther Vogel. O jogador de 18 anos defende o Palmeiras e estava disputando a segunda rodada da fase de grupos da Libertadores Sub-20 quando se tornou alvo de injúrias raciais oriundas das arquibancadas. O Alviverde prestou solidariedade ao atleta, bem como outros clubes do futebol brasileiro.

“Dói na alma. A mesma dor que todos os pretos sentiram ao longo da história, porque as coisas evoluem, mas nunca são 100% resolvidas. O episódio de hoje deixa cicatrizes e precisa ser encarado como é de fato: crime. Até quando? É a pergunta que espero não ser necessária ser feita em algum momento. Por enquanto, seguimos lutando”, escreveu

O torcedor do Cerro Porteño, adversário do Palmeiras na partida, estava com uma criança no colo no momento em que imitou um macaco na direção do jogador. O atacante se revoltou, deixou o campo chorando e desabafou sobre o episódio em entrevista à beira do gramado.


Entrevista de Luighi

Alvo de injúria racial e de uma cusparada, o atacante se encaminhou para dar entrevista na beira do gramado após o apito final. Ele, então, confrontou o repórter de campo ao ser questionado sobre o jogo: “Não, não. Sério isso? Vocês não vão me perguntar sobre o ato de racismo que ocorreu hoje comigo? Sério? Até quando vamos passar por isso? Me fala, até quando? O que fizeram comigo é crime, não vai perguntar sobre isso?”, iniciou.


“Vai me perguntar sobre o jogo? A Conmebol vai fazer o que sobre isso? Ou a CBF, sei lá. Você não ia perguntar sobre isso né? Não ia. Um crime o que ocorreu hoje. Isso aqui é formação, estamos aqui para aprender”, desabafou o jovem aos prantos.

Palmeiras se posiciona


O Alviverde emitiu uma nota de repúdio momentos após a impactante entrevista do jovem de 18 anos e garantiu que irá “até as últimas instâncias” para penalizar os responsáveis. João Paulo Sampaio, coordenador das categorias de base do clube, reiterou o posicionamento e garantiu que o Palmeiras agirá de forma dura para que o racismo não vença.

“Primeiro a gente acolheu para que ele se acalmasse. Claro, a gente começou a reivindicar também com a própria polícia e com o terceiro árbitro, mas o próprio banco do Cerro estava indo contra, querendo que mirasse para o jogo e tentando entender que aquilo era normal. E que é normal no país, eles acham que é uma provocação. Na lei de 27/11 do ano passado, de 2024, o presidente Santiago Penha ele fala só em prevenir, aqui não é crime, não tem sanção dura, principalmente em ser um crime como é no Brasil”, disse.

“Se a gente abandona o campo ou se a gente retira a equipe, podia acontecer a mesma coisa que aconteceu com o Tabata, contra a mesma equipe, no mesmo país, e oTabata que foi punido. E o mais importante, eles não vão vencer. Eles não serão mais fortes que nós”, acresceu.

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