Leila diz que vai pedir exclusão do Cerro por racismo: ‘Não é a primeira vez’
Em coletiva, mandatária deu fortes declarações sobre o caso de racismo sofrido por Luighi e disse que não conseguiu falar com a Conmebol...
Jogada 10|Do R7

A presidente Leila Pereira aproveitou a apresentação do centroavante Vitor Roque para falar do caso Luighi. O atacante do Palmeiras sofreu um ataque racista nesta quinta-feira (06/3) durante a partida contra o Cerro Porteño, pela Libertadores Sub-20. O caso chocou o mundo, já que o árbitro e as autoridades do Paraguai não fizeram nada para punir o crime.
A mandatária disse que vai pedir a exclusão do Cerro Porteño das competições sul-americanas e relembrou casos antigos que aconteceram com o Palmeiras nos últimos anos.
“Estava marcado para apresentarmos nosso novo reforço Vitor Roque, mas por tudo que aconteceu com o Luighi ontem, não posso deixar de comentar sobre o caso e as atitudes que o Palmeiras vai tomar sobre esse crime. Assim que acabou o jogo, eu não estava no Paraguai, depois do pronunciamento, liguei e falei com o atleta e com o João Paulo. Parabenizei o Luighi pela coragem, pelo que ele falou e falei que vamos chegar até as últimas instâncias para que o Cerro Porteño, os criminosos, porque foram três ou quatro, sejam punidos de forma exemplar”, disse Leila, que seguiu.
“A gente vai requisitar a exclusão do Cerro Porteño da competição. Não é a primeira vez que esse clube ataca nossos jogadores e torcedores. Em 2022 imitaram macaco para os nossos torcedores e nada aconteceu. Em 2023 os nossos atletas foram chamados de macaco e o Bruno Tabata foi revidar a agressão e teve 4 meses de suspensão. Tentamos reverter e não conseguimos. Agora pela terceira vez nossos atletas são atacados por racistas e que todos viram quem foi. O Luighi chamou a atenção do árbitro e ele viu”, completou Leila
Leila comenta que vai além das ‘notas oficiais’
Além disso, a presidente também comentou sobre as providências que vai tomar. Muitos torcedores reclamaram que o Verdão emitiu apenas uma nota. Mas a mandatária reiterou que vai até as últimas instâncias para punir os criminosos.
O torcedor me cobra do que adianta emitir notas, mas chega num ponto que o presidente de um clube se torna impotente. Eu não tenho poder de polícia, poder de punição. O que posso fazer é protestar, manifestar. Não posso fazer justiça com as próprias mãos. Me pedem para os atletas se retriraram da competição, mas não. Aí você vai punir a vítima. Eles são meninos que o sonho deles é brilhar no futebol. Eu não vou coibir o sonho desses meninos. Quem tem que ser punido é o criminoso. “, falou Leila, que prosseguiu.
“Nós nunca abandonaremos o campo. A gente vai lutar sim por punição extremamente séria para os criminosos e clubes coniventes que não tomam atitude nenhuma contra esse crime. Vamos tomar com nossos advogados, já estão em contato com advogados da CBF, com a Conmebol, para que ela tome medidas drásticas contra esse torcedor e o clube que concorda com isso. É isso que o Palmeiras pode fazer. E continuar denunciando. O Luighi teve uma atitude corajosa, haja vista que tem 18 anos, um menino, que foi extremamente corajoso em expor o seu sofrimento. Nenhum ser humano pode ser chamado de ser humano com a cena de ontem”, completou.
Cena repetida de anos e semanas atrás
Após o duelo contra o Mirassol, um dos seguranças do Palmeiras também sofreu ataques racistas, na saída do estádio. O episódio foi relembrado pela empresária que também procura prender o culpado.
“Há 15 dias aconteceu o mesmo fato aqui no Brasil, com um segurança nosso. Ele foi atacado pelo crime de racismo pelo vice-prefeito de São José do Rio Preto. Essa pessoa que atingiu nosso colaborador de forma racista devia ser preso em flagrante na frente de três policiais, mas não fizeram nada. Estamos fazendo de uma forma jurídica. Essa pessoa vai ser processada na esfera cível e criminal, mas poderia ser preso ali em flagrante, mas nada foi feito. Enquanto tiver impunidade esse crime vai continuar acontecendo. É um trabalho de diretores, dos jogadores, Luigihi foi gigante, e da imprensa também. Não vou descansar enquanto todos estiverem punidos”. disse a mandatária.
Leila não conseguiu falar com a Conmebol
Leila Pereira ainda revelou que ligou para Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, para falar sobre o assunto, mas não conseguiu falar com o dirigente. Ela também falou do apoio que recebeu de Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF e afirmou que vai até a Fifa.
Essa punição que estamos pensando é para o clube Cerro Porteño, está com nossos advogados junto com a CBF. Eu tentei falar com o presidente da Conmebol e não consegui. Foi desagradável, porque é um tema grave, não é a primeira vez que acontece e a Conmebol está sendo displicente nesse caso. Não consegui falar com o Alejandro, falei por muito tempo com o presidente Ednaldo e ele se dispôs a nos ajudar e colocou o corpo jurídico da CBF para trabalhar com o nosso e ver dentro da legislação o que poderá ser feito. Não vamos pedir a exclusão do Cerro só por esse caso, mas por fatos recorrentes. Aliás, nosso departamento está trabalhando nisso. Se não resolver na Conmebol vai ser na Fifa”
Apoio a Luighi
Por fim, a mandatária explicou o tratamento de apoio que o Palmeiras vai oferecer a Luighi para que ele siga brilhando com a camisa Alviverde.
“O tratamento que damos aos nossos atletas é completo. Damos total apoio, mas não só nesses casos, mas no dia a dia. A base do Palmeiras é a melhor da América do Sul, revelando jogadores fantásticos. Porque nós preparamos o atleta e o homem. O apoio que damos e continuaremos dando ao Luighi e outros… Todos sofrem. Quando é sofrimento de um, o outro também afeta. Mas isso não pode atrapalhar a carreira profissional deles. A gente dá apoio psicológico, nosso diretor é presente, eu também. Eles se sentem seguros aqui com a gente. Temos que prepara os nossos meninos para a vida, porque a vida é dura para todos nós. A gente encontra pessoas má intencionadas e quando não consegue nada fazem isso”, finalizou. Siga nosso conteúdo nas redes sociais: Bluesky, Threads, Twitter, Instagram e Facebook.