Testemunha acusa segurança em morte de torcedor no Mineirão
Polícia abrirá inquérito para resolução do caso, de acordo com informações da Espn
Futebol|Do R7


A morte do torcedor Eros Dátilo, de 37 anos, na derrota do Cruzeiro para o Grêmio por 2 a 0, pela Copa do Brasil, ganhou um novo capítulo. Inicialmente, a Rádio Itatiaia informou que o torcedor havia sofrido um infarto logo após o primeiro gol do Tricolor, no Estádio Mineirão. No entanto, em contato com o Espn.com.br, uma testemunha, que estava com Eros no estádio, afirma que dois seguranças teriam agredido o torcedor antes de ele sofrer o problema cardíaco. Alexsandra Luciana de Abreu, integrante da Pavilhão Independente, assim como Eros, deu a sua versão do caso.
— Nós ficamos com a torcida no setor laranja inferior. Eros estava com dois ingressos de sócio-torcedor para o setor vermelho superior. Fomos a um segurança perguntar se nós poderíamos mudar de local, mas ele disse que não podia, porque tinham câmeras. Voltamos para cima de novo. Em questão de quatro, cinco minutos, descemos e pedimos de novo, e ele recusou. O segurança deve ter achado que íamos invadir, e ele já foi aplicando um ‘mata-leão' no Eros, que foi tentando reagir. E nisso veio outro segurança. Levaram-no para um quartinho e taparam a boca dele, como se quisessem asfixiá-lo. Esse outro veio por trás e batia na cabeça dele, não sei se com algum aparelho de choque... Daí o Eros acordou, bambeou, e foram puxando ele para fora. Eu entrei em pânico.
Sem sucesso, Alexsandra falou com outro segurança, pedindo desesperadamente que ele fizesse algo para evitar o pior.
— Moço, ele tá muito ruim, está morrendo'. Então, chamaram o SAMU, mas virei pro segurança e disse: ‘Se ele morrer, você é o culpado'. Outra pessoa me levou no setor S inferior e me deixou lá. Ela sumiu. Ele foi encaminhado pro hospital inconsciente, não falava mais nada. Voltei ao Mineirão para prestar depoimento à Policia Civil.
Após o ocorrido, a Polícia Civil de Minas Gerais informou que já instaurou um inquérito para apurar o caso.