Saiba qual é o maior erro de Carille até agora no Corinthians
Virou rotina dizer que o time do Corinthians é limitado e Carille tem concordado com essa tese, baseado em seu estilo transparente
Futebol|Eugenio Goussinsky, do R7
O futebol é feito de chavões. Sem dúvida, muitas destas frases feitas são verdadeiras. Mas dependem das circunstâncias. E, se levadas de forma distorcida, podem ter outro sentido, mudando significados. Trocando as bolas.
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Ser transparente, por exemplo, é fundamental. Indispensável. E o técnico do Corinthians, Fábio Carille, tornou-se conhecido por isso. Já reclamou de regulamento, falou sobre fraquezas do time, opinou sobre o dia a dia do clube.
Mas, embalado em sua transparência, embarcou e lastreou alguns chavões. Em 2017, aceitava a definição de limitado para o próprio elenco, mesmo ele tendo sido campeão paulista e brasileiro, com folga.
Virou rotina dizer que o time do Corinthians é limitado. Em 2015, esta definição acompanhava o time até então com desconhecidos como Bruno Henrique e Felipe ou desacreditados como Rodriguinho ou Malcom.
Além disso, no elenco, campeão brasileiro daquele ano, sobravam nomes de qualidade: Renato Augusto, Jádson, Luciano, Vágner Love, Danilo. E mesmo assim o time era visto como apenas regular. Até o time de Sócrates, nos anos 80, era tido muitas vezes como azarão.
Carille, em sua transparência, parece aceitar essa tese. Não vai além. Ele mesmo, com os jogadores que tem, os induz a jogarem sentindo-se mais limitados. E isso nem sempre é real.
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Neste momento, Carille conta com 16 reforços, de bom nível, que pediu. Tem um belo potencial para trabalhar. E, apesar de elogios pontuais, ele retoma com frequência a tese de que ainda faltam cerejas. Se o seu discurso fosse mais otimista, neste caso realista, os jogadores estariam muito mais estimulados.
Involuntariamente, ele está confundindo o significado de transparência. Neste caso, a transparência mais importante é a dele com ele mesmo, com suas atuais limitações para dar a tão esperada ofensividade ao time. Superá-las, ou pelo menos compreendê-las, o faria um treinador ainda melhor. Há tipos de transparência em que ser transparente não significa ter razão.
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