Rubiales recorrerá da decisão da Fifa de suspendê-lo por três anos pelo caso Jenni Hermoso
Ex-presidente da Real Federação Espanhola de Futebol diz que não foi ouvido e que irá até a última instância para a 'verdade aparecer'
Futebol|Do R7
Luis Rubiales, ex-presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), anunciou nesta segunda-feira (30) que recorrerá ao Comitê de Apelação contra a decisão da Comissão Disciplinar da Fifa de afastá-lo durante três anos de todas as atividades relacionadas ao futebol em nível nacional e internacional.
Nas redes sociais, o espanhol afirmou que irá "até a última instância para que se faça Justiça e a verdade apareça" e deu sua versão do que aconteceu no processo instaurado contra ele devido a fatos ocorridos após a final da Copa do Mundo feminina deste ano.
Rubiales foi inicialmente suspenso provisoriamente por 90 dias, e hoje o afastamento foi fundamentado com o argumento de que ele violou o artigo 13 do código da organização após a final, ao colocar as mãos nos órgãos genitais nas tribunas, após a vitória da Espanha sobre a Inglaterra, e beijar na boca, sem consentimento, a jogadora Jenni Hermoso durante a cerimônia de premiação, no gramado.
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Em nota, o espanhol afirmou que a Fifa, após abertura dos autos, lhe concedeu um prazo de dez dias para apresentar seu posicionamento, mas que dois dias depois foi notificado da suspensão cautelar de seu cargo de presidente da RFEF sem ter sido ouvido.
O ex-presidente acredita que “o procedimento da Fifa tem sido caracterizado pela divulgação de decisões sem fundamento das mesmas” e que foi suspenso durante 66 dos 90 dias sem ter tido uma audiência completa para se defender.
“Com base na primeira decisão que me suspendeu provisoriamente por 90 dias e que só foi proferida em 15 de setembro e notificada no dia 19, a Comissão Disciplinar baseou a decisão e a urgência em que ‘minha presença como presidente da RFEF poderia impedir o administração de justiça' (no procedimento disciplinar da Fifa)", alegou.
"No entanto, a decisão do Comitê de Apelação rejeitou o meu recurso em 29 de setembro, apesar de, em 11 de setembro, ter apresentado a minha renúncia tanto do meu cargo na RFEF como na UEFA, onde ocupava a vice-presidência. Se já não ocupava nenhum cargo no mundo do futebol, como posso ser um perigo para o procedimento por ter um cargo? Mais uma vez, tudo foi notificado sem fundamentos, fundamentos que hoje, 30 de outubro, ainda não me foram transferidos, impedindo-me novamente de recorrer da decisão à CAS (Corte Arbitral do Esporte). E tudo isso, apenas no que diz respeito às medidas cautelares impostas", acrescentou.
Ele também disse que solicitou uma audiência para apresentar pessoalmente seus argumentos perante a Comissão Disciplinar e que ela foi negada “sem explicação do motivo”. “Denunciei repetidamente, perante a própria Fifa e perante a CAS, que a Comissão Disciplinar decidiu desde o início incluir no processo apenas as declarações de pessoas que, segundo a imprensa, testemunharam contra mim perante a Audiência Nacional”, argumentou.
“Notícias que mergulharam em uma ideia negativa a meu respeito, sem levar em conta em nenhum momento qualquer notícia ou publicação em qualquer outro sentido. Entendo que qualquer entidade julgadora deve levar em consideração todas as provas disponíveis e não apenas as provas que sustentam a versão da parte que quer me condenar", acrescentou.
Ele também lamentou que as declarações tenham sido feitas ocasionalmente por pessoas que não fazem parte do procedimento, como a secretária-geral da Fifa, a senegalesa Fatma Samoura, o que, na sua opinião, coloca "em causa a imparcialidade e independência das organizações que estão a seu cargo".
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