Possível rebaixamento do Santos pode atrapalhar permanência de Neymar? Veja situação do Peixe

O Santos vive dias de tensão. A sete rodadas do fim do Campeonato Brasileiro, o time está na zona de rebaixamento e sabe que uma nova queda teria consequências graves dentro e fora de campo. Entre elas, a permanência de Neymar é uma das maiores preocupações da diretoria.

Sem o craque em campo na derrota por 2 a 0 para o Palmeiras na noite de quarta-feira (6), o Santos terminou a rodada na 17ª colocação, com 33 pontos, um a menos que o Vitória. O time ainda enfrenta uma sequência difícil, com duelos contra Flamengo, Palmeiras, Mirassol e Cruzeiro.

Com o rebaixamento, surge redução de orçamento, impacto político - sem falar do risco de um vexame histórico. Mas o ponto mais sensível envolve o custo do craque, cujo gasto mensal é de R$ 4,14 milhões. Em caso de queda, manter esse valor seria inviável sem a colaboração do próprio jogador.

Além da questão financeira, o Peixe dependeria da vontade de Neymar em disputar a Série B às vésperas da Copa do Mundo. Carlo Ancelotti, técnico da seleção brasileira, já deixou claro que só convocará o atacante se ele estiver em alto nível físico e técnico.

O Santos mantém o discurso de concentração total para evitar o fantasma da Série B. Falar sobre rebaixamento chega a causar incômodo nos bastidores, mas a ameaça é real.

O clube ainda enfrenta outro desafio: o pagamento da dívida com a N&R Sports, empresa responsável pela exploração da imagem de Neymar. O valor de R$ 85 milhões foi acordado em janeiro e será quitado até o fim de 2026, de forma parcelada.

Para renovar com o camisa 10 a partir de 1º de janeiro de 2026, o Santos precisará refazer o acordo de imagem dentro do novo orçamento. Caso caia de divisão, a arrecadação menor obrigaria o clube a revisar todos os contratos. Isso inclui possíveis reduções salariais, como ocorreu em 2024, quando jogadores como Tomás Rincón aceitaram diminuir vencimentos para permanecer durante a disputa da Série B.

Neymar também precisaria avaliar o lado esportivo. Se quiser voltar à seleção, terá de mostrar desempenho em alto nível. O atacante planejava brilhar pelo Santos e ser convocado ainda neste ano, mas as lesões impediram uma sequência regular e o time não engrenou em nenhuma competição.

Fora de campo, o pai de Neymar tem sido presença constante na rotina santista. Ele atua ao lado do presidente Marcelo Teixeira em ações administrativas, como reformas no CT Rei Pelé e na Vila Belmiro, além de participar de reuniões com a WTorre. Também reformou camarotes no estádio e tem usado a estrutura do clube para eventos e encontros.

Neymar, por sua vez, está adaptado a Santos. Adquiriu mansões na cidade, costuma dizer que voltou por amor à camisa e se mostra satisfeito com a rotina entre treinos e compromissos pessoais. Ele chegou a planejar, com o pai, a construção de um centro de treinamento e de um estádio na Praia Grande para colocar à disposição do clube, mas as obras ainda não começaram.

Mesmo com os riscos, há espaço para negociação. A boa relação com a diretoria e o envolvimento familiar indicam que Neymar e Santos podem discutir a continuidade do vínculo, mesmo diante de um possível rebaixamento. O jogador já afirmou internamente que não pretende defender outro clube brasileiro.

O Santos volta a campo no domingo (9), às 18h30 (de Brasília), contra o vice-líder Flamengo, no Maracanã, pela 33ª rodada do Brasileirão.

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