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Perguntar não ofende: o que fez Sheik como coordenador do Timão?

Ex-craques costumam ser contratados para fazer média com sócio e torcida. Trabalho assim nunca aparece porque não é feito ou ninguém presta conta

Futebol|Eduardo Marini, do R7

Emerson Sheik ficou onze meses 'escondido' na coordenação do Corinthians
Emerson Sheik ficou onze meses 'escondido' na coordenação do Corinthians Emerson Sheik ficou onze meses 'escondido' na coordenação do Corinthians

Emerson Sheik, ídolo da torcida do Corinthians, autor dos dois gols da vitória por 2 a 0 sobre o Boca Juniors que valeu o título da Libertadores em 2012, pediu demissão do cargo de coordenador de futebol do time paulista em reunião com o presidente Andrés Sanchez na tarde de segunda-feira (4).

"Imaginava que seria por um tempo maior, mas não foi assim. Vida que segue. Assim como nas outras oportunidades, saio com amigos e pela porta da frente. Só não dá para ficar nesse vai e volta toda hora", disse o ex-jogador em entrevista coletiva nesta terça-feira (5).

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A presença de ex-atletas na administração de clubes, federações e estruturas esportivas é comum em todo o mundo. Faz todo sentido porque os esportistas vencedores viveram uma carreira no ramo e possuem experiência e segurança de sobra a passar. Mas isso desde que as funções sejam publicamente definidas, o trabalho executado e os resultados divulgados, como em qualquer outra ocupação profissional.

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No futebol brasileiro, isso não ocorre. Cartolas não pensam duas vezes na hora de encaixar um ídolo, de preferência recém-aposentado, na estrutura do departamento de futebol. Na maioria dos casos, a principal motivação das contratações é fazer média com sócios e torcedores. Todos ficam bem: o dirigente prestigiado, o ex-jogador de bolso recheado com mais um salário oceânico e os associados e apaixonados felizes nas visitas e selfies. O retorno costuma ficar por isso mesmo porque, a respeito do trabalho desenvolvido por esses ex-jogadores, quase sempre é o tal cadê, sumiu, ninguém sabe, ninguém viu.

Ao menos na aparência (talvez o correto seja dizer na falta dela), foi o caso de Emerson Sheik na coordenação de futebol do Corinthians. Trabalhos como o dele nunca aparecem aos olhos dos jornalistas e do público porque não são definidos e realizados na prática ou, quando são, acabam inexplicavelmente escondidos pelos clubes. Uma falta de divulgação e de prestação de contas inaceitável, mas aparentemente proposital, com o objetivo de cumprir a velha regra de não oferecer dados, números, argumentos e informações que possam ser usados como prova contra você. De qualquer forma, as duas situações são condenáveis

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Em caso semelhante ao de Sheik no Corinthians, Mozer foi demitido em março de 2018 da gerência de futebol do Flamengo, clube que o revelou, após uma razoável temporada na gestão do então presidente Eduardo Bandeira de Mello. Mozer foi um zagueiro espetacular, um dos maiores da história do futebol rubro-negro e do País. Mas muitos duvidam que até mesmo Bandeira de Mello consiga identificar, explicar e mostrar o que o ex-craque fez na gerência de futebol do atual líder do Brasileiro.

Por essas e outras sinecuras, frutos de usos e costumes ultrapassados do futebol brasileiro, as estruturas dos departamentos de futebol dos principais clubes do País ficam cada dia mais inchadas. Corinthians e Flamengo têm 32 atletas cada um no elenco profissional. No time paulista, mesmo após a saída de Carille, Sheik e outros cinco profissionais, o departamento de futebol abriga 59 premiados. No rubro-negro, a administração da bola conta com 49 felizardos, cinco deles entre o técnico Jorge Jesus e o presidente Rodolfo Landim.

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Apenas dois exemplos. E por aí vai. Uma festa. O futebol brasileiro é, de fato, uma bênção.

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