Data Fifa: o que os clubes irão fazer e quem pode ser beneficiado ou prejudicado com a pausa?
Brasileirão só será retomado na próxima quarta-feira (22); 'O grande perdedor é o torcedor. Estamos vivendo o ápice do campeonato', critica Cosme Rímoli
Futebol|Do R7
No último fim de semana, os 20 times da Série A do Brasileirão entraram em campo pela 34ª rodada. Entre luta por título, vaga na Libertadores e briga contra o rebaixamento, muito continua em jogo.
A quatro rodadas do fim, as equipes terão que esperar mais sete dias para voltar a campo. A parada forçada se dá por conta do período de data Fifa. A 35ª rodada só será retomada na próxima quarta-feira (22).
No calendário do futebol masculino profissional para 2023, a CBF determinou, pela primeira vez, que o campeonato iria sofrer paralisações durante o período destinado às disputas de partidas das seleções.
As únicas equipes que entrarão em campo neste período serão Fortaleza e Cruzeiro. O encontro é valido pela 30ª rodada da competição, em partida “atrasada”, que será jogada neste sábado (18), às 18h30 (horário de Brasília).
A seleção brasileira, que conta com sete jogadores que atuam em times da elite nacional, entra em campo nesta quinta (16), contra a Colômbia, e na próxima terça (21), contra a Argentina, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.
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Se, por um lado, as equipes terão um grande período apenas para treinamento, algo raro no caótico calendário do futebol no país, a eletrizante reta final do Brasileirão, com times dando o sprint final, sofre uma pausa que pode prejudicar o ritmo dos jogadores.
"Os clubes vão ter 12 dias para trabalhar. É sempre bom este tempo para os melhores treinadores, de ponta, colocarem suas equipes para dar tudo nas últimas rodadas, seja para ganhar título ou para não cair. Treinador ruim não vai conseguir fazer nada de bom. Quantas datas Fifa não tivemos?", questiona o colunista Cosme Rímoli.
Confira a programação semanal dos times no G-6 do Brasileirão
• Palmeiras: 12 e 13 de novembro: folga geral; de 14 a 18 de novembro: treino às 10h; dia 19: folga geral
• Botafogo: não divulgado
• Bragantino: de 13 a 17 de novembro: folga; dia 18: treino
• Grêmio: de 13 a 16 de novembro: treino; de 17 a 20 de novembro: folga
• Atlético-MG: não divulgado
• Flamengo: 12 e 13 de novembro: folga; de 14 a 18 de novembro: treino; dia 19: folga
E quem é o grande beneficiado pelo período de treinos?
Para o jornalista e comentarista Pedro Alvarez, o Botafogo, que somou apenas dois pontos nas últimas seis partidas e perdeu a liderança após 30 rodadas na dianteira do campeonato, é o clube para o qual a pausa veio no momento mais oportuno.
Na segunda-feira (13), o Glorioso anunciou a saída de Lúcio Flávio. Embora ainda não tenha tido anúncio oficial, o treinador Tiago Nunes será o substituto e comanda o time de General Severiano na reta final, que terá um intervalo de 11 dias sem partidas.
“O Botafogo é beneficiado porque ganha fôlego e pode juntar os cacos da sequência horrível que teve. Eles vão ter 11 dias para colocar a cabeça no lugar, corrigir problemas, e o Tiago Nunes terá tempo de trabalho, com o elenco quase completo [apenas sem o goleiro Lucas Perri] para se organizar”, opina.
Por outro lado, o Palmeiras, que antes estava praticamente descartado da briga pelo título e agora lidera a competição, pela primeira vez, a quatro rodadas do fim, é apontado como um dos clubes mais prejudicados.
“Quem sai perdendo é o Palmeiras, que interrompe essa sequência de bons resultados. Ele vinha construindo um perfil psicológico. E, mais do que isso, o Palmeiras trabalhará nestes 12 dias sem Endrick, Veiga, Richard Rios e Gustavo Gomez, que estarão disputando as Eliminatórias”, completa Alvarez.
Na parte de baixo da tabela, o desesperado Cruzeiro, que está na 17ª colocação, com 37 pontos, e que demitiu Zé Ricardo, após derrota para o Coritiba, no sábado (11), e anunciou Paulo Autuori, que ocupava o cargo de diretor-técnico, como interino, também foi apontado como uma das equipes que podem aproveitar o período de descanso para arrumar a casa e se livrar da degola.
No último sábado (11) e domingo (12), mais de 235 mil pessoas lotaram as arquibancadas dos dez estádios que sediaram as partidas da Série A. O sentimento que fica é de “anticlímax”, em ter que esperar quase duas semanas para ver o clube do coração, com tantas histórias a serem escritas nesta edição do Brasileirão.
“O grande perdedor é o torcedor. Estamos vivendo o ápice do campeonato, todo mundo parado para assistir, querendo saber quem vai ser campeão, quem vai cair, e a gente fica 12 dias travados. Por isso a rejeição com a seleção brasileira só aumenta. As eliminatórias são gigantescas, desinteressantes e sabotam campeonatos no mundo inteiro”, ressalta Cosme Rímoli.
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