Palmeiras demite Felipão para sacudir elenco com novo técnico
Diretoria temia que apatia dos últimos jogos continuasse e comprometesse a classificação para a Libertadores. Saída foi dizer muito obrigado e até mais
Futebol|Eduardo Marini, do R7
“Uma mudança de ares de Felipão talvez fosse a melhor saída. Para as duas partes”.
Essa foi a última frase de um dos textos publicados pelo R7 no início da madrugada do último 28 de agosto, após a vitória do Grêmio por 2 a 1 sobre o Palmeiras, de virada, no Pacaembu, e a eliminação do time alviverde da Libertadores da América. A terceira do ano e a quinta da nova passagem do técnico em mata-matas.
Leia também
Não deu outra: Felipão foi demitido no início da noite dessa segunda-feira (2) pela cúpula do futebol palmeirense. Foram 46 vitórias, 21 empates e nove derrotas nessa passagem. Os auxiliares Paulo Turra e Carlos Pracidelli também deixaram o clube.
O Palmeiras não vence uma partida desde a volta das disputas após o final da Copa América. Cinco empates e duas derrotas em sete jogos. Apesar da campanha pífia, em contraste com um início de ano vencedor, ouvia-se nos bastidores do que o presidente, Maurício Galiotte, e seus colaboradores não pensavam em demitir o técnico ao menos até o final de 2019.
Os resultados decepcionavam, mas sobrevivia a crença de que Felipão teria condições de reverter o clima e fazer o time voltar a jogar como em 2018 e no primeiro semestre de 2019. E havia o temor de que a dispensa de Felipão, com tudo o que simboliza para a história de conquistas do Palmeiras, jogasse de vez a equipe ladeira abaixo no Brasileirão e comprometesse a classificação para a Libertadores 2020, o que seria um abalo esportivo e econômico para o clube.
Mas a maneira apática com que o time perdeu de 3 a 0 para o Flamengo no domingo (1º), no Maracanã, destruiu essas esperanças. Para a cúpula do futebol palmeirense, pior do que ver o rubro-negro definir o jogo como quis foi testemunhar a passividade com que Felipão assistiu ao naufrágio.
Não alterou o esquema pesado e ultrapassado com sete defensores (quatro na linha da zaga e três volantes). Acumulou substituições sem efeito e limitou-se a ruminar o resultado que se construía em caretas e cochichos com os auxiliares. O abatimento do instável time em campo era plenamente refletido em seu semblante.
A exemplo do que ocorrera com o Grêmio, o Palmeiras foi novamente mapeado e neutralizado no Maracanã. Um time envelhecido, naftalinado em todos os aspectos. Do esquema tático covarde de gente fincada no chão ao espanto de não saber como marcar um adversário que se movimentou intensamente e até pareceu ter ‘tirado o pé’ em respeito ao elenco badalado do atual campeão brasileiro. Parecia, de fato, um time dos anos 2000 enfrentado outro da década de 1970.
Mano Menezes? Abel Braga? Vanderlei Luxemburgo? Dorival Júnior? Levir Culpi? Sampaoli? Outro estrangeiro? A ver. Tudo ainda poderá acontecer nas 21 rodadas restantes do Brasileirão.
Mas, a essa altura do (único) campeonato, o objetivo da diretoria do Palmeiras é salvar o projeto Libertadores 2020. Se conseguirá, as próximas semanas dirão. Mas, com a rápida decisão pela dispensa, fica claro que a diretoria chegou à conclusão de que, com Felipão, o projeto caminhava a passos largos e ferozes para a inviabilidade.
A torcida palmeirense torce para que a mudança de ares seja, como sugere o R7, boa para as duas partes.
Veja sete técnicos brasileiros disponíveis no mercado da bola