A Copa do Mundo Feminina, que começa nesta quinta-feira (19) com a estreia das anfitriãs, Nova Zelândia e Austrália, também será palco de uma série de mudanças de regras impostas pela Ifab (International Football Association Board), órgão independente que regulamenta o futebol mundial.
Tendo como base a temporada europeia, a Ifab atualiza suas regras anualmente. Portanto, após o Mundial, todas as partidas, inclusive no Brasil, deverão se adequar a uma série de mudanças, que envolvem os itens listados abaixo:
• invasão de campo no momento do gol;
• árbitro assistente reserva com poder de decisão;
• comemorações de gols vão influenciar nos acréscimos;
• mudança de nomenclatura para identificar os pênaltis;
• jogador impedido pode continuar jogando caso receba a bola “deliberadamente”;
• mudança na orientação de cartão vermelho em lances de pênaltis;
• goleiros não poderão provocar adversários antes dos pênaltis;
• árbitros terão que explicar as decisões do VAR*.
Confira abaixo a explicação para cada regra:
Invasão de campo no momento do gol
Se, após um gol ser marcado, a arbitragem, incluindo o VAR, identificar que um jogador reserva, um atleta expulso ou um membro de comissão técnica interferiu diretamente na jogada, o gol será anulado, e a partida será retomada com um tiro livre para o adversário, do local em que a pessoa fora do jogo estava.
Árbitro assistente reserva com poder de decisão
Além da equipe de arbitragem (árbitro de jogo, bandeirinha, quarto árbitro e equipe do VAR), o árbitro assistente reserva passa a ter direito a assisti-la em decisões importantes do jogo, caso tenha uma “visão clara” da jogada em questão.
Comemorações de gols vão influenciar nos acréscimos
Comemorações de gols entrarão na lista de itens que “subsidiam” o tempo perdido das partidas. Segundo a Ifab, a justificativa para incluir as celebrações no mesmo rol que as substituições, a assistência médica em campo e as sanções disciplinares ocorre porque elas “muitas vezes resultam em uma quantidade significativa de tempo perdido” nos jogos.
Mudança de nomenclatura para identificar os pênaltis
A regra acima não interfere diretamente nas partidas de futebol. A mudança do termo usado pelos árbitros, de “chutes da marca do pênalti” para “disputas de pênalti”, é um reajuste, já que a expressão anterior era considerada "desatualizada" pelo órgão.
Jogador impedido pode continuar jogando caso receba bola “deliberadamente”
Um jogador em posição de impedimento que receber a bola de um adversário de forma deliberada poderá continuar a jogar, sem que isso seja considerado uma infração de jogo.
Segundo a Ifab, “jogadas deliberadas” ocorrem quando um jogador com total controle da bola tem a possibilidade de passá-la a um companheiro, chutá-la ou cabeceá-la.
A regra não vale para um goleiro que faz uma defesa e rebate uma bola. Nessa situação, o jogador adversário que fica com a posse deve ser alertado sobre a posição de impedimento.
Outro ponto relevante é que, nos casos de jogada deliberada, a arbitragem pode interpretar se o jogador tinha ou não total controle da bola para marcar ou não o impedimento de jogadas.
Mudança na orientação de cartão vermelho em lances de pênaltis
Pela atualização das normas, quando um jogador comete uma falta contra um adversário dentro da sua própria pequena área, o árbitro da partida só deve expulsá-lo caso ele não tenha tentado disputar a bola em nenhum momento daquele lance.
Se, em qualquer momento da jogada, ele tiver buscado parar o lance de forma regular, a advertência deverá ser com o cartão amarelo, sem a expulsão.
Goleiros não poderão provocar adversários antes dos pênaltis
Momentos vistos na Copa do Mundo do Catar, como quando o goleiro argentino Dibu Martínez levantava os braços, conversava com os batedores e gesticulava, batendo os braços nas traves, acabaram.
Segundo a atualização da norma, os goleiros “não deverão se comportar de maneira que distraia injustamente o chutador, como, por exemplo, atrasar a execução do pênalti ou tocar nos postes, na trave ou na rede do gol”.
Caso o goleiro realize uma das ações consideradas “injustas” pela arbitragem, deverá ser advertido.
Árbitros terão que explicar as decisões do VAR*
*Esta determinação é válida, pelo menos por enquanto, para a Copa do Mundo Feminina e não está presente na atualização deste ano da Ifab
As decisões e revisões do VAR e do árbitro de campo responsável pela partida deverão ser explicadas pelo próprio juiz no campo de jogo, para que os torcedores presentes ao estádio possam escutá-las.
Na Copa feminina, as decisões serão proferidas em inglês e anunciadas pelos sistemas de som dos estádios. A medida visa trazer transparência e clareza às explicações da arbitragem.
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