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BRASILEIRO 2022

Novas receitas e torcedor engajado: o que é o fan token do Corinthians

Lançamento do ativo digital do Timão arrecadou R$ 4 milhões aos cofres corinthianos em ação com torcedores

Futebol|Pietro Otsuka, do R7

Enquanto não há bilheteria, fan token é nova forma de gerar receitas com o torcedor
Enquanto não há bilheteria, fan token é nova forma de gerar receitas com o torcedor

O Corinthians é o clube mais recente a entrar no mundo dos criptoativos. O $SCCP (fan token do Timão) foi lançado no aniversário do time, em 1º de setembro, e conquistou números expressivos. No primeiro dia, o clube disponibilizou 850 mil unidades de fan tokens, que esgotaram em apenas duas horas. Ao todo, a ação gerou cerca de R$ 9 milhões, com R$ 4 mihões entrando nos cofres alvinegros como novas receitas.

A estreia do Corinthians em um novo mercado é um movimento já ensaiado por muitos outros clubes do Brasil, como o Atlético-MG, que lançou seu fan token um pouco antes que o Timão, e o Flamengo, que está perto de entrar no mundo dos criptoativos, após fechar parceria com a mesma empresa envolvida na operação com o Alvinegro.

No exterior, o mercado de fan tokens já está em estágio mais avançado, com grandes equipes da Europa inclusive usando receitas oriundas de ações com os ativos digitais para viabilizar contratações.

Mas, o que são os fan tokens? Segundo Bruno Milanello, executivo de conta do Mercado Bitcoin, parceiro do Corinthians nessa empreitada, se trata de um criptoativo, não uma criptomoeda, ou seja, não é, necessariamente, uma moeda de troca, como o bitcoin. “Os fan tokens são criptoativos de utilidade, e essa utilidade, no caso do Corinthians, serve de engajamento dos fãs com decisões do clube”, afirma Milanello.


“O fan token não é uma ação, não é uma representação da participação do torcedor dentro do clube. Ele não está atrelado ao desempenho esportivo do clube, nem ao desempenho financeiro. O ativo digital dá ao donos o direito de participar de votações no clube, ganhar brindes e participar de promoções exclusivas. Para o clube, é uma forma de se capitalizar e ter uma base organizada de torcedores para envolvê-los no dia a dia do time”, explica o executivo.

Engajamento com o torcedor e internacionalização da marca

A estreia do Timão no mundo dos ativos digitais se deu em uma ação que envolvia trazer a torcida para escolher qual ídolo histórico do Alvinegro seria eternizado em homenagem no Parque São Jorge. Três opções foram apresentadas ao torcedor, que escolheria seu jogador de preferência por meio da compra do fan token.


As três opções foram o ex-goleiro Gilmar dos Santos Neves, Basílio, herói do título paulista de 1977, e o ex-atacante Ronaldo Fenômeno. “Essas enquetes são uma forma que os clubes têm de interagir com a sua base. O clube, nesse caso, apela para um torcedor apaixonado, alguém ligado a história do time”, analisa Milanello.

Além do apelo ao emocional do torcedor, a estratégia do Corinthians considerou também o mercado internacional, tanto que apenas 33% das compras de fan tokens no lançamento ocorreram no Brasil. “Isso é muito bacana para o clube, porque ele amplia a base dele. O clube está engajando um torcedor internacional, pessoas de 100 países diferentes compraram o fan token”, comenta.


Por que tinha o Ronaldo Fenômeno na lista%3F O Ronaldo%2C para um corinthiano de longa data%2C tem uma representação muito menor em relação aos outros dois (Gilmar e Basílio)%2C só que ele é colocado ali porque o Corinthians quer se engajar com torcedor internacional. Esse é o apelo%2C entender onde o peso do nome%2C da marca%2C tem valor no mundo

(Bruno Milanello, executivo de conta do Mercado Bitcoin)

Exemplos no exterior

Em outras praças do futebol mundial, especialmente na Europa, os fan tokens são uma nova forma de receita já explorada há algum tempo pelos grandes clubes. O PSG é um bom exemplo de como os ativos digitais podem se tornar ferramentas para os clubes, entre outras coisas, viabilizarem contratações.

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No caso do time francês, Lionel Messi, principal reforço dessa temporada, recebeu fan tokens como parte do pagamento de luvas envolvidas na negociação. O clube não divulgou exatamente a quantidade de tokens que o craque argentino recebeu, mas disse que foi uma quantia "considerável". 

Para Bruno Milanello, a ação do PSG é uma das "mais brilhantes que se possa ter", porque "virtualmente não tem como o clube se prejudicar". "O Messi ganha um caminhão de dinheiro, se só um pouco dessa quantia for de fan tokens, o preço do ativo digital dá uma subida, porque é um cara grande ali", explica. 

"E tem outra coisa, o Messi aceitou receber essa fan token, isso passa credibilidade. Para o torcedor que tem uma fan token, ele está na mesma 'prateleira' que o Messi. O torcedor, na visão dele, tem o mesmo ativo digital que o argentino, está na mesma 'lista' que o jogador", completa Milanello.

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