MP pede medida de proteção para criança de 3 anos carregada pelo pai em invasão de campo

O Ministério Público do Rio Grande do Sul entrou com um pedido de aplicação de medida de proteção para a menina de 3 anos que foi carregada no colo pelo pai durante invasão do gramado do Beira-Rio, após derrota do Internacional para o Caxias, nos pênaltis, pelas semifinais do Campeonato Gaúcho. 

No pedido, feito na segunda-feira (27), o promotor João Paulo Fontoura de Medeiros explica que a criança corria "extremo risco de ser agredida e lesionada". O documento ainda ressalta o papel de jogadores do Caxias, que protegeram a menina de 3 anos enquanto o próprio pai a colocou em perigo.

Além da medida de proteção, caso se revele necessário, o promotor também pede o "acolhimento institucional da criança ou a sua entrega a membro da família natural ou extensa em condições de cuidá-la, a fim de que tenha seus direitos resguardados”.

O caso aconteceu no último domingo (26), depois que o atacante Wesley Pomba, do Caxias, comemorou o gol que eliminou o Inter fazendo sinal como se quisesse ouvir o estádio do Beira-Rio. Alguns jogadores do Inter não gostaram da comemoração e correram em sua direção.

Na sequência, o torcedor que estava com uma garotinha no colo também invadiu o gramado e deu um chute por trás em um dos atletas do Caxias. Veja no vídeo acima.

Confira a nota do MP-RS na íntegra: 

O Ministério Público do Rio Grande do Sul, por meio do promotor de Justiça João Paulo Fontoura de Medeiros, com atribuição na Infância e Juventude em Canoas, ingressou, nesta segunda-feira, 27 de março, com pedido de aplicação de medida de proteção para menina de 3 anos que foi submetida pelo pai a grave situação de risco durante invasão do gramado do Estádio Beira-Rio. No final da partida entre Internacional e Caxias, o homem pulou da arquibancada para dentro do campo para agredir um jogador do Caxias.

No documento, o promotor explica que “a filha estava em seu colo, correndo extremo risco de ser agredida e lesionada. Fato mais grave apenas não veio a ocorrer por conta de alguns jogadores do time do Caxias terem-na protegido enquanto estava a implementar a ação intempestiva [e impensada] de seu próprio genitor”.

O promotor pede que “seja aplicada medida de proteção e - em se revelando necessário - o acolhimento institucional da criança ou a sua entrega a membro da família natural ou extensa em condições de cuidá-la, a fim de que tenha seus direitos resguardados”.

Ainda, que seja determinada a realização de avaliação técnica por parte da equipe judiciária e designada audiência com os pais, avó materna, Conselho Tutelar e com o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), para que os responsáveis possam ser advertidos quanto aos deveres de proteção e de cuidado que devem ter com a filha. Bem como que seja expedido ofício ao Conselho Tutelar para que verifique a situação da menina e dos genitores e da família extensa, e ao CREAS, para que efetue avaliação da criança e do grupo familiar.

No âmbito da Promotoria do Torcedor, a promotora Débora Balzan, irá analisar as imagens oficiais para adotar as medidas cabíveis.

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