MP do Trabalho do RJ cria força-tarefa para apurar incêndio em CT
Uma das medidas possíveis é o bloqueio de bens do clube rubro-negro para garantir a reparação de vítimas e familiares por danos materiais e morais
Futebol|Cesar Sacheto, do R7
O Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro criou nesta sexta-feira (8) uma força-tarefa para investigar o incêndio em um alojamento do CT do Flamengo, conhecido como Ninho do Urubu, em Vargem Grande, na zona oeste do Rio de Janeiro, que matou dez pessoas e deixou outras três feridas. Uma das opções avaliadas é solicitar à Justiça o bloqueio dos bens do clube como forma de garantir a reparação de vítimas e familiares da tragédia por danos materiais e morais.
"É tudo muito recente. Não existe nenhuma deliberação concreta a respeito de qualquer medida que seja. O que foi aventado é que, sempre quando se pede indenização, existe a possibilidade de se bloquear numerários ou bens do responsável para fazer frente aos pedidos. É uma possibilidade", enfatizou a procuradora do Trabalho do Rio de Janeiro Danielle Cramer.
Veja mais:Lei Pelé garante segurança em alojamentos das categorias de base
Danielle Cramer revelou que a força-tarefa é formada por cinco procuradores do Trabalho. O grupo se reuniu para definir os próximos passos a serem adotados na investigação e quais são as medidas cabíveis e mais eficazes para o caso.
Leia também
Tratamento de vítimas do CT do Flamengo deverá ser longo
Djalminha chora ao vivo morte de jogadores da base do Flamengo
Torcida do Fla faz campanha para Maracanã ser local de homenagens
Parente de vítima critica estrutura do Flamengo oferecida à base
Prefeitura diz que alojamento era estacionamento em projeto original
"A gente vai atuar em duas frentes. Uma delas é assegurar que as vítimas ou familiares tenham a devida reparação pelos danos sofridos, morais e patrimoniais. Outro caminho é atuar de forma preventiva, verificando o que realmente aconteceu, se houve o descumprimento de alguma norma de proteção trabalhista e, se for o caso, promover a adequação desse ambiente para que incêndios ou infortúnios não voltem a acontecer", explicou a procuradora.
Os integrantes da força-tarefa do Ministério Público do Trabalho fluminense atuarão em colaboração com outros órgãos do Estado na investigação sobre o incêndio, como a Polícia Civil, o Ministério Público Estadual e o Corpo de Bombeiros.
MP Estadual também investiga Fla
O Ministério Público Estadual fluminense também iniciou, nesta sexta, uma apuração as condições do centro de treinamento do Flamengo e o tratamento oferecido aos jovens das categorias de base do clube.
Em nota, o órgão informa que um procedimento administrativo foi instaurado na 5ª Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude para averiguar "a garantia e prevenção dos direitos individuais indisponíveis dos adolescentes do Flamengo, identificar os adolescentes em eventual situação de risco sem contato com seus representantes legais no Estado, acompanhar a assistência psicológica e material das vítimas".
Ação antiga
O MP fluminense já havia ajuizado, em março de 2015, uma ação civil pública com pedido de tutela antecipada contra o Flamengo na qual requeria a adoção de medidas para correção de diversas irregularidades constatadas no tratamento dado aos atletas adolescentes residentes no Ninho do Urubu.
A medida também solicitava adequações nas intalações do alojamento e que fossem observadas todas as peculiaridades inerentes ao serviço de acolhimento de crianças e adolescentes, como acompanhamento pedagógico, social, psicológico e médico.
Veja quem são as vítimas da tragédia no CT do Flamengo: