Marin pede revisão da pena um mês após ser preso no Fifagate
Defesa do ex-presidente da CBF alega que promotoria norte-americana não conseguiu provar relação das empresas de marketing com cartola brasileiro
Futebol|André Avelar, do R7
Um mês após ser enviado para uma prisão federal nos Estados Unidos, José Maria Marin pediu na noite desta segunda-feira (22) a revisão do seu julgamento. Ele foi considerado culpado em seis das sete acusações que respondia no Fifagate.
As informações são do jornalista Ken Bensinger, que cobre em Nova York o julgamento do ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
A promotoria do caso não teria conseguido provar a relação entre empresas de marketing esportivo e o cartola brasileiro. Segundo os advogados, essa falta de relação enfraqueceriam as acusações sobre as acusações do recebimento de propina na comercialização de direitos de transmissões esportivas.
Marin, de 85 anos, responde a sete acusações de conspiração em esquema internacional de corrupção. O dirigente brasileiro é acusado de receber aproximadamente US$ 2,7 milhões (R$ 8,9 milhões) em pagamento de propinas da Copa Libertadores e da Copa América — o cartola foi inocentado da acusação de lavagem de dinheiro na Copa do Brasil.
Apesar de ter sido encaminhado ao Centro de Detenção Metropolitana do Brooklyn (MDC Brooklyn), essa ainda não significa a condenação definitiva de Marin. A sentença foi marcada para 4 de abril. Se os argumentos dos advogados forem aceitos, haverá um novo julgamento. A juíza Pamela Chen, no entanto, já havia dito durante os trabalhos no Tribunal do Brooklyn que não considerava a atual tese da defesa.
Desde o início do julgamento em 13 de novembro, a defesa de Marin nega todas as acusações e tenta distanciar o cliente da função de principal articulador dentro da própria CBF. Segundo os advogados, Marin atuava como 'rei', mas Marco Polo del Nero era o 'presidente do futebol brasileiro'. Na semana passada, Del Nero respondeu ao interrogatório da Fifa e, ao longo das cinco horas de videoconferência, insistiu que é inocente e que não existem provas contra ele.