Futebol Maioria das jogadoras da seleção espanhola encerra boicote após acordo com governo

Maioria das jogadoras da seleção espanhola encerra boicote após acordo com governo

Apesar dos termos do acordo não terem sido revelados, é esperado que aconteçam mudanças estruturais na federação da Espanha

Agência Estado - Esportes
Espanha enfrenta a Suécia na Liga das Nações da UEFA

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Isabel Infantes/Reuters - 19.09.2023

A maioria das jogadoras da seleção de futebol da Espanha encerrou o boicote à Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), nesta quarta-feira (20), após intervenção do governo para fazer mudanças estruturais na entidade. Apenas duas atletas mantiveram o boicote à equipe, que se sagrou campeã mundial no mês passado, na Austrália e na Nova Zelândia.

Patri Guijarro e Mapi León, ambas do Barcelona, foram as jogadoras que decidiram deixar o centro de treinamento da seleção espanhola, nesta quarta, em Valência, após terem a garantia do governo que não sofreriam punições.

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A dupla se apresentou com as demais jogadoras da seleção na terça, contra a vontade, após convocação da nova técnica da seleção, Montse Tomé. A treinadora, que assumiu o time depois da conquista da Copa do Mundo, chamou quase todas as jogadoras que assinaram manifesto contra a RFEF, apesar do boicote.

Governo, RFEF e jogadoras não revelaram os termos do acordo, que pretende fazer mudanças estruturais na entidade. A reunião desta quarta durou algumas horas e contou com a presença das atletas, de membros do governo federal e da federação, além da própria técnica.

A presidente do sindicato dos jogadores, Amanda Gutiérrez, disse que foram tomadas medidas para estabelecer o mesmo tratamento para as seleções femininas e masculinas da Espanha, sem mencionar eventuais cifras a serem pagas como bonificação aos atletas. "Foi alcançado um acordo para fazer mudanças na estrutura do futebol feminino, para que o quadro executivo e administrativo se iguale ao da equipe masculina, para profissionalizar ainda mais a equipe e o estafe."

Víctor Francos, secretário de Esporte da Espanha e presidente do Conselho Superior do Esporte, disse que as "reuniões cordiais" levaram à criação de um comitê envolvendo jogadores, a federação e o governo. Ele disse que os acordos devem promover avanços nas políticas de gênero e na igualdade salarial, bem como levar a mudanças estruturais no futebol feminino. Não ficou claro, porém, se vão acontecer demissões na federação.

A crise entre as jogadoras da seleção espanhola e a federação é de longa data. Antes mesmo da Copa do Mundo, algumas já haviam ameaçado boicote ao pedir a demissão de Jorge Vilda, acusado de assédio moral. Havia também insatisfação com o tratamento desigual da federação quanto ao time feminino, em comparação ao masculino.

A insatisfação explodiu quando Luis Rubiales, então presidente da RFEF, deu um beijo na boca da atacante Jenni Hermoso durante a cerimônia de premiação da Copa do Mundo. A jogadora alegou que o beijo não foi consentido. A situação piorou porque Rubiales resistiu a renunciar ao cargo, apesar da pressão externa, do governo e até da Fifa, que o suspendeu por 90 dias.

Quase ao mesmo tempo, a RFEF decidiu demitir Vilda, substituído por sua auxiliar técnica Montse Tomé.

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