“Jogadores deveriam ser proibidos de comemorar com acrobacias”, diz técnico da seleção de ginástica

A alegria de comemorar um gol não pode ser extravasada em um salto literalmente mortal. O exemplo de acrobacia mal sucedida vai além do que matou um jogador indiano no último fim de semana e é condenado por quem entende do assunto. Coordenador das seleções brasileiras de ginástica artística, Leonardo Finco lembra os anos de preparação para um atleta conseguir realizar o movimento perfeito e aterrissar sem lesão alguma. Finco defende ainda que clubes proíbam seus jogadores de comemorar com acrobacias.

Depois de balançar as redes e correr para o abraço, o jogador transborda de felicidade e não raro toma atitudes sem pensar. A opção das sucessivas cambalhotas no ar do indiano Peter Biaksangzuala, na vitória do Chanmari West sobre o Bethlehem Vengthlang FC, pela terceira divisão do campeonato local, foi um fatídico exemplo de como tal atitude pode fugir dos planos. O jovem, de apenas 23 anos, sofreu uma lesão na coluna vertebral e morreu depois de cinco dias na UTI.

“Observo esses movimentos nos outros esportes, mas não recomendo de forma alguma. Deveria ser proibido pelos clubes porque é um risco desnecessário em um movimento que não é característico do esporte. Não é aconselhável nem em piscina, em areia... Lugar nenhum. Além de tudo, não é um exemplo para a juventude”, explica o coordenador.

Ainda em 2013, um caso levantou a polêmica das comemorações no Brasil. O jovem Maurides entrou aos 35 minutos do segundo tempo da vitória do Internacional sobre o América-MG, pela Copa do Brasil. Mesmo com pouco tempo em campo, o atacante marcou e comemorou com uma estrela, seguida de uma cambalhota para trás. Assim que caiu, já levou a mão no joelho direito, com os ligamentos rompidos. O jogador ficou incríveis 13 meses sem atuar e não retomou seu espaço no Colorado.

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Em outubro de 2014, uma tragédia marcou o futebol na Índia

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O coordenador da seleção brasileira explica que não é preciso só vontade para fazer um salto tão arriscado. Atletas profissionais começam a desenvolver o salto ainda com cinco ou seis anos e só depois de outros quatro anos de treino estão aptos a executar com perfeição o movimento. Ainda assim, ele tem de ser feitos sempre em ambiente controlado.

“Temos meios para desenvolver o salto como colchões e espumas. Somos treinados para orientar a técnica, como também cuidar da parte aérea e segurar na aterrissagem. As acrobacias com rotação, tanto faz para frente ou para trás, são extremamente perigosas mesmo para atletas experimentados. Tem que ter uma base de preparo físico e técnico por mais simples que seja. Se o movimento não é feito no tempo e na técnica exata, faz uma carga muito forte nos joelhos. Não habilito e não recomendo para ninguém”, disse.

Para quem acha exagero clubes proibirem jogadores de comemorações inusitadas, contratos de atletas já proíbem participações em outros esportes, principalmente, os que levam maior risco de lesões. Alguns jogadores inclusive são proibidos de andar de moto sob o risco de queda.

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