Antigo "parça" de Neymar nas categorias de base da seleção brasileira, o atacante Henrique Almeida, hoje no Belenenses, da primeira divisão de Portugal, conversou com o R7 sobre o episódio de agressão envolvendo o jogador do Paris Saint-Germain e um torcedor, na final da Copa da França, na última semana.
Henrique Almeida também lembrou os tempos em que os dois atuaram juntos no time verde-amarelo campeão do mundo sub-20, em 2011, e falou sobre sua carreira.
Com contrato com o Grêmio até o final de 2019, ele também demonstrou vontade de atuar no futebol brasileiro. Um dos destinos do favoritos seria o São Paulo, clube pelo qual surgiu e chegou a se destacar como profissional.
Longe, não tão longe
Fora do Brasil desde o começo de 2018, Henrique volta ao país sempre que surge a oportunidade. O empecilho não é nem a distância, conta — o voo a Brasília dura cerca de oito horas e não tem escala. Duro mesmo é conciliar o calendário da temporada europeia com as brechas que surgem entre um jogo e outro.
Para contornar a situação e diminuir a saudade da família, o atleta levou seus pais para a Europa e também conta com a presença dos pais da esposa: “É um longe não tão longe. Deu para conciliar legal”.
A adaptação em Portugal não foi um grande desafio para Henrique e aconteceu de forma bem rápida. Além de contar com uma culinária parecida com a brasileira, ele também pode frequentar restaurantes com comida do país por lá. No tempo livre, costuma visitar pontos turísticos e frequentar teatros que tratam da cultura do país.
Igual, mas nem tanto
Apesar do português falado por lá ser bem parecido com o nosso, Henrique lembrou de uma situação engraçada que aconteceu em um hotel:
“Se você falar ao pé da letra, eles acabam não entendendo. Eu estava no hotel, apertei o botão do elevador e estava esperando chegar. Ele chegou, tinha uma senhora portuguesa dentro e eu perguntei se iria subir ou iria descer, porque eu tinha apertado para baixo. Ela me respondeu: 'Não, não, o elevador está parado'."
Neymar
Um dos parceiros mais “ilustres” que Henrique Almeida teve a oportunidade de dividir um time foi o astro Neymar, do Paris Saint-Germain. Os dois foram campeões do mundo sub-20 com a seleção brasileira, em 2011, ao lado de jogadores como Oscar, Lucas, Alex Sandro e Willian José. Estes, são amigos do atacante belenense até hoje.
Na conversa com o R7, o atleta deu sua opinião sobre a agressão do camisa 10 do PSG contra um torcedor após a final da Copa da França, no sábado passado (27).
“Ali, na hora, cabeça quente, eu sei como que é isso, mas é uma coisa que a gente tem que evitar. Somos humanos, a gente erra. Às vezes, o sangue esquenta, você faz sem pensar. Mas eu tenho certeza que ele está arrependido, que ele não queria ter feito aquilo”, disse.
Mesmo com a crise vivida por Neymar na França, Henrique aconselha ex-companheiro a continuar no clube: “Tem que conquistar o título tão sonhado, que é a Champions League. Com ele, fica muito mais próximo desse título acontecer”.
Cria de Cotia
O atacante começou sua carreira profissional como jogador do São Paulo, depois de ser um dos destaques da base do clube. Foram dois anos em Cotia, de 2007 a 2009, e outros quatro anos de contrato com a equipe profissional — não teve muito espaço, porém, e foi emprestado a outros times neste período. Perguntado se planeja voltar ao clube, Henrique foi enfático:
“Tenho muita vontade, sim, de voltar ao São Paulo. É um excepcional clube, por onde eu passei e tenho muita vontade de retornar. Tenho um carinho enorme. Um clube que eu tenho um grande respeito pela torcida. É um gigante. O São Paulo é um clube que todo jogador quer jogar.”
Depende do professor
Embora emprestado ao Belenenses, o jogador de 27 anos tem vínculo com o Grêmio até o final deste ano. Ele foi campeão da Copa do Brasil, em 2016, pelo Tricolor Gaúcho e vê com bons olhos um possível retorno à equipe brasileira:
"Se o Renato Gaúcho optasse por ficar comigo, eu ficaria muito feliz, muito contente. Tentaria fazer de tudo para provar o meu valor dentro do Grêmio e poder ficar lá."
Aposentadoria e futuro
Apesar de ter uma idade mediana para um jogador profissional, Henrique já planeja sua carreira para quando pendurar as chuteiras. A vontade do atleta é de permanecer no mundo da bola:
"A pessoa que vive no meio do futebol quer sempre estar no meio do futebol. Quer sempre estar junto. Eu tenho vontade, sim, de trabalhar como empresário, dirigente... pretendo começar a pensar nisso mais para frente."
* Estagiário do R7, sob supervisão de André Avelar
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