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Vinícius Jr. foi, mais uma vez, vítima de racismo no Campeonato Espanhol. Em jogo do Real Madrid contra o Valencia, torcedores xingaram o brasileiro de "macaco" e o hostilizaram. Nas redes sociais, o camisa 20 se pronunciou pela primeira vez sobre os ataques e cobrou ações das federações reguladoras do futebol. Um dos melhores jogadores do time comandado por Carlo Ancelotti, no entanto, não é o primeiro a sofrer racismo. Veja a lista:
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Daniel Alves
Em abril de 2014, em um jogo entre Barcelona e Villareal pelo Campeonato Espanhol, o lateral-direito foi vítima de racismo. Momentos antes de cobrar o escanteio para o Barça, um torcedor arremessou uma banana em direção ao brasileiro. O atleta pegou a fruta, descascou e deu uma mordida. Após o ocorrido, o clube adversário recebeu uma multa de 12 mil euros (mais de R$ 37 mil, na cotação da época) e teve parte das arquibancadas fechadas por uma partida -
Ronaldo
O atacante do Real Madrid, em março de 2005, foi alvo de insultos racistas em jogo contra o Málaga, também pelo Campeonato da Espanha. Na ocasião, o brasileiro atirou uma garrafa de água nos criminosos. Dias antes, no mesmo estádio, torcedores imitaram um macaco para o atacante costa-riquenho Paulo César Wanchope -
Samuel Eto'o
Um dos maiores jogadores que já passaram pelo Barcelona foi alvo de ofensas racistas pela torcida do Getafe, em 2004. O atacante camaronês chutou uma bola em direção à torcida ao ouvir gritos que imitavam macacos e, duas semanas mais tarde, contra o Albacete, ele voltou a sofrer ofensas racistas. Em 2005, Eto'o comemorou um gol imitando um macaco. Em 2006, o atleta sofreu novos insultos racistas em Zaragoza e decidiu abandonar o gramado. Ao árbitro, ele disse: "Não jogo mais". Após a intervenção de várias pessoas, o camaronês mudou de ideia e completou a partida. A Federação Espanhola multou o Zaragoza em 9.000 euros (R$ 25 mil, na cotação da época) -
Iñaki Williams
Um dos casos mais recentes de racismo em jogos da Espanha aconteceu em 2020, com o atacante do Athletic de Bilbao. Ele foi alvo de gritos de macaco quando foi substituído na partida contra o Espanyol. Em Gijón, em 2016, o basco já havia sido vítima de insultos racistas, e o árbitro interrompeu a partida por alguns minutos. O primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez condenou o comportamento, e o jornal esportivo Marca escreveu na primeira página: "Basta de racismo. Somos todos Williams". Dois torcedores do Espanyol foram investigados pela Justiça -
Thomas N'Kono
O ex-goleiro, que é uma lenda do futebol camaronês, era praticamente desconhecido quando desembarcou na Espanha para defender o Espanyol, em 1982. Ele foi alvo de gritos racistas e bananas no gramado do Camp Nou, em um duelo contra os donos da casa, o Barcelona. "O mais curioso é que uma parte do estádio me chamava de tudo, enquanto outra parte vaiava para que eles parassem. Sempre encarei isso como um desafio", disse N'Kono -
Carlos Kameni
Compatriota e sucessor de N'Kono no Espanyol, o goleiro também foi vítima de insultos racistas e gritos de "macaco" pela torcida do Zaragoza, em 2004. Anos depois, em 2017, Kameni se pronunciou sobre a violência e disse que foi o pior momento. "Vencíamos por 1 a 0 e me ofendiam de tudo. Até o árbitro perguntou se eu estava bem para continuar. Não sabia onde estava, mas encontrei forças para continuar jogando", disse. Cinco meses depois, no estádio do Atlético de Madrid, atiraram bananas contra o goleiro e, em 2020, ele disse: "Quando uma pessoa passa por algo assim, pode voltar para casa e cometer suicídio. Ninguém pode imaginar o que vivi" -
Guus Hiddink
Em 1992, no aquecimento para o jogo contra o Albacete, o técnico holandês do Valencia avistou uma bandeira nazista em um setor da arquibancada rival, direcionada aos jogadores valencianistas negros. O holandês, então, pediu a um funcionário do clube que retirasse a bandeira. Caso o pedido não fosse feito e a suástica continuasse visível, ele ameaçou não começar a partida. "Quando vejo esse tipo de coisa, não posso ficar calado", declarou