Fernando Diniz é apresentado na CBF e se nega a falar de Ancelotti
O treinador foi anunciado nesta quarta-feira e afirmou que ainda não foi definido se ele comandará o Brasil na Copa América de 2024
Futebol|Do R7
O técnico do Fluminense, Fernando Diniz, foi apresentado na tarde desta quarta-feira (5), na sede da CBF, no Rio de Janeiro, como treinador da seleção brasileira até julho de 2024. O contrato é de um ano, e ainda não foi definido se ele será o comandante do Brasil na Copa América de 2024, nos Estados Unidos.
"A gente não decidiu ainda se o contrato engloba a Copa América. Quanto ao Carlo Ancelotti, eu sei do planejamento da CBF e não estou aqui para falar depois de mim o que vai acontecer com o Ancelotti. Vocês vão ter de apurar de uma outra forma, se é que é o nome que vai vir", disse Fernando Diniz ao abrir a entrevista coletiva.
"Eu não conheço o Ancelotti. Mas a condição para meu trabalho é autonomia e liberdade, e uma das coisas é convocação. Não vai haver interferência nenhuma, o presidente foi claro. Liberdade para executar meu trabalho. Converso com muita gente para me ajudar, temos nosso estafe da CBF, quem eu trago comigo e quem podemos convocar”, completou.
O treinador vai ter de se dividir entre o comando do Fluminense e a seleção brasileira. Por isso, Diniz teve de responder a muitas perguntas sobre questões éticas.
"É uma chance de a gente mostrar que o futebol não está acima da ética, acima da vida. Futebol é um espaço de convivência que temos que colocar a vida dentro dele e as coisas boas da vida — e a ética é uma dessas coisas. Jamais vou fazer uma coisa eu estando no Fluminense que eu não faria se não estivesse. Vou fazer as mesmas coisas, vou ser a mesma pessoa."
Opinião de Diniz sobre Neymar
"Em relação ao Neymar, a palavra que me vem é quase que uma aberração. É um supertalento, que demora muito para nascer outro. O Brasil tem a sorte de aparecer jogadores assim de tempos em tempos. Temos que aproveitar o talento do Neymar", respondeu Diniz sobre o camisa 10 da seleção.
Críticas ao trabalho de Diniz
Diniz respondeu sobre a carreira dele como treinador e as críticas que recebe frequentemente. "Minha carreira é muito mais recheada de críticas do que de elogios, por conta da minha maneira de ver o futebol e de enxergar o mundo."
Caminho para ser campeão do mundo novamente
O profissional foi questionado sobre os mais de 20 anos em que o Brasil não é campeão do mundo (a última vez foi em 2002). O treinador respondeu que nem sempre quem ganha é a melhor equipe.
"A gente determina o valor de um time, das pessoas, por uma bola que entra e uma que não entra. Isso aconteceu até recentemente, na Copa do Mundo, onde a gente foi eliminado pela Croácia, sendo muito superior à Croácia. Mas perdemos nos pênaltis e achamos que tudo foi ruim, e não foi", afirmou Diniz.
"A vida é muito mais que uma bola que entra e uma que não entra. Não tem absolutamente nada a ver com não ter um apreço gigante pela vitória. Acredito que quem trabalha dessa forma, acreditando no processo, acreditando que não está tudo ruim quando se perde um jogo, quando se perde um gol, quando o goleiro falha, que as coisas são muito além disso, essas pessoas têm muito mais chance de ganhar", complementou o técnico.
Amado e odiado: veja o retrospecto de Fernando Diniz, novo técnico interino do Brasil