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BRASILEIRO 2022

'Faltou respeito, ética', diz agente sobre rompimento com Bruno

Jaime Marcelo sustenta que não foi autorizado pelo goleiro a publicar livro sobre a sua história por querer dividir lucros com o filho de Eliza Samudio

Futebol|Cesar Sacheto, do R7

Bruno teria se negado a dividir lucros de vendas de livro com filho, diz ex-agente
Bruno teria se negado a dividir lucros de vendas de livro com filho, diz ex-agente

O empresário Jaime Marcelo, que recentemente rescindiu um contrato de agenciamento esportivo com o goleiro Bruno Fernandes de Souza, condenado a duas décadas de prisão pela morte da modelo Eliza Samudio, acusou o atleta de ter agido com desrespeito e falta de ética. O ex-agente afirmou ainda que a publicação de uma trilogia sobre a história do jogador foi interrompida porque Bruno não queria ceder parte do valor arrecadado com as vendas do livro ao filho que teve com a jovem.

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Segundo Jaime Marcelo, o projeto estava em estágio avançado de produção. O primeiro livro abordaria as origens de Bruno. Já o segundo falaria sobre as fases da carreira como atleta, as passagens por grandes clubes e o sucesso no Flamengo. No terceiro e último volume, o autor pretendia abordar as circunstâncias da morte de Eliza Samudio, o julgamento e a condenação do goleiro.

"Só que, desde o princípio, falei abertamente que uma das condições era realmente que a minha parte do lucro fosse destinada ao Bruninho. Ele não concordou, não aceitou. E, por isso, não autorizou que a gente publicasse o livro", declarou o empresário.


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Em função do contato com a história do goleiro, Jaime Marcelo diz ter se aproximado da mãe de Eliza, Sônia Samudio, além de Bruninho, fruto da relação de Bruno com a modelo. Por isso, o empresário decidiu que publicaria um livro motivacional e destinaria os lucros de vendagem para a criança.


"Trabalhei dois meses seguidos, noite e dia, pegando depoimento de pessoas. E coincidentemente, respondi a algumas mensagens da Dona Sônia, fui colocando um foco motivacional e estou lançando esse livro. Estou destinando todo o percentual [dos exemplares vendidos] para o futuro do Bruninho", frisou Marcelo.

Volta ao futebol

O empresário garantiu que, nos cerca de dois meses que agenciou Bruno, havia obtido propostas concretas para o goleiro atuasse em clubes da segunda e terceira divisões do Rio de Janeiro, além de equipes de outros estados. Entre os times sondados estaria o Rio Branco, que disputa a primeira divisão do Campeonato Acreano. No entanto, o goleiro estaria focado em retornar ao futebol em um clube de maior expressão no cenário nacional.


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Jaime Marcelo também alegou que o rompimento da relação comercial entre ambos ocorreu por algumas atitudes antiprofissionais de Bruno, que teria negociado contratos "pelas costas", sem o aval do seu agente. "Faltou ética, respeito', lamentou o ex-empresário do goleiro.

Apesar do desentendimento que resultou na quebra do acordo com o goleiro, Jaime Marcelo ressaltou que confia no potencial esportivo de Bruno, hoje com 35 anos, e torce para que ele consiga refazer a vida profissional. Entretanto, o empresário considera bastante difícil que a retomada da carreira aconteça da forma como o ex-agenciado almeja.

"Eu acredito no perdão, Acredito na capacidade do Bruno, Acho que ele mereça trabalhar, já que está em dia com a justiça. Só que o perdão tem que caminhar junto com o arrependimento. E é uma coisa que não aconteceu por parte do Bruno. [O jogador] tem que entender que ele não é um herói. Ele vive em um mundo de ilusão, achando que joga no Flamengo", concluiu.

Defesa contesta críticas

A advogada Mariana Migliorini, que representa o goleiro Bruno no campo jurídico, rebateu a versão apresentada pelo empresário sobre a ruptura do contrato de agenciamento esportivo e, especialmente, em relação às negociações para a publicação do livro sobre a história do goleiro.

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"O contrato com Jaime foi encerrado por falta de pagamento da parte dele. Ele só tinha contrato para agenciamento de esporte. Não havia contrato para livro. Bruno jamais se negaria a jogar em qualquer time, inclusive jogou no Poços de Caldas, que era muito pequenino", afirmou a advogada.

Mariana Migliorini ainda rechaçou a hipótese que Bruno tenha se recusado a partilhar possíveis dividendos da comercialização de um livro com o filho. "Ele não quer ver a imagem de seus filhos explorada, não havia contrato para lançamento de nenhum livro. O direito de imagem de criança é algo sério e delicado, não pode ser tratado de maneira ilegítima e sem profissionalismo", complementou.

Outro lado

O R7 enviou um e-mail à assessoria de imprensa do goleiro Bruno com um pedido de posicionamento sobre as críticas feitas ao atleta pelo seu ex-empresário, mas não houve resposta até a publicação desta matéria.

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