Experiência convertida em bola na rede: veteranos encabeçam a artilharia do Brasileirão
Grafite, 37 anos, Fred, 33, e Diego Souza, 31, estão entre os goleadores de 2016
Futebol|Dado Abreu, do R7
Se o rendimento do jogador de futebol cai depois dos 30 anos o Campeonato Brasileiro é a antítese da teoria. Em 2017, a artilharia da competição não tem sido lugar para novatos. Desde as primeiras rodadas, são os velhinhos matadores quem dão as cartas.
Não é novidade ver o nome de Fred no topo da lista de artilheiros. O atacante do Atlético-MG já sentiu o gostinho de ser goleador máximo em duas ocasiões, nas temporadas de 2012 e 2014, quando ainda vestia a camisa do Fluminense. “É sempre prazeroso para mim porque demonstra que as coisas estão acontecendo bem”, resumiu Fred, 33 anos, ressaltando que o “título é o que importa”.
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Com 12 gols, Fred tem a ajuda de Robinho na linha de frente do Galo. De volta ao Brasil nesta temporada, o atacante busca aos 32 anos ser o principal goleador do Brasileirão pela primeira vez em sua carreira.
Mas, não só do Brasileiro. O feito seria inédito em todos os clubes pelos quais Robinho jogou. Por Santos, Real Madrid, Manchester City e Milan o “Rei das Pedaladas” jamais alcançou esta façanha. A vez em que chegou mais próximo de ser artilheiro de uma competição interclubes foi no Brasileiro de 2004, vencido pelo Santos. Na ocasião Robinho cansou de balançar as redes, fez 21 gols, mas acabou superado por outros três jogadores: Washington (34), Alex Dias e Deivid (22). Em 2016 Robinho tem 11 gols.
Diego Souza é outro velhinho na briga pela artilharia de 2016. Em sua terceira temporada pelo Sport, o meia vive excelente fase. Não tivesse atravessado um longo jejum no meio da competição, provavelmente teria mais do que os 11 gols do momento.
Um feito pessoal, no entanto, Diego Souza já garantiu. Aos 31 anos o camisa 87 do Leão igualou a sua melhor marca em uma única edição do Brasileirão. Em 2011, pelo Vasco, o meia marcou os mesmos 11 gols que já fez neste ano pelo Sport.
Talvez o caso mais surpreendente seja o de Grafite, que se tornou ponto de referência no Santa Cruz com atuação de gala no início do Campeonato – foram seis gols do atacante em três jogos. “Estou bem fisicamente, tecnicamente e mentalmente”, disse o veterano de 37 anos explicando o segredo do sucesso. A rodagem de sobra, porém, não tem evitado o fiasco do time coral, que mesmo com os 10 gols de Grafite patina na zona de rebaixamento da competição.
Fechando o time de velhinhos matadores do Brasileirão aparece Bruno Rangel, 34 anos, autor de 9 gols pela Chapecoense. O atacante tem no currículo uma marca de respeito: é o maior artilheiro de uma única edição da Série B, tendo alcançado a marca em 2013 com 31 gols em 34 jogos. “Um gostinho especial, feliz de alcançar essa marca, marcando meu nome na história”, comemorou na época. Em 2016 Bruno Rangel também escreveu seu nome na história da Chape quando se tornou o maior artilheiro do clube.