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BRASILEIRO 2022

Ex-craque da seleção francesa vai à Amazônia para enfrentar treinamento militar

Após disputar duas Copas do Mundo pela França, Florent Malouda ingressou na Legião Estrangeira

Futebol|Do R7

O ex-atleta integra a unidade mais condecorada da Legião especializada em combate nas florestas equatoriais
O ex-atleta integra a unidade mais condecorada da Legião especializada em combate nas florestas equatoriais Reprodução/Instagram/@fmalouda

Campeão europeu com o Chelsea em 2012, o ex-jogador Florent Malouda se juntou à Legião Estrangeira do Exército francês aos 44 anos. Natural da Guiana Francesa, passou por testes físicos e mentais para entrar na corporação, e há pouco tempo passou pela floresta Amazônica para mais uma dura bateria de treinos, agora longe dos gramados. Malouda faz parte do pelotão responsável pelo combate na selva equatorial, o Terceiro Regimento de Infantaria Estrangeira da França.

“Passando pela Amazônia em meu território natal, pude fazer um curso de iniciação com o 3º Regimento de Infantaria Estrangeiro. Agradeço ao 3º REI por este momento de coesão e por estes valores de espírito de equipe diante das adversidades. Esses são valores essenciais no esporte de alto nível”, postou o ex-jogador de futebol nas redes sociais.

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O ex-atleta integra a unidade mais condecorada da Legião especializada em combate nas florestas equatoriais. O próprio regimento descreve a reserva cidadã como “um sistema que permite que civis façam uma contribuição voluntária para promover os valores e missões da instituição militar, sem serem militares”.

A primeira fase do treinamento começa com a seleção de novos legionários. O recrutamento é aberto para homens de várias partes do mundo, com a exigência de que tenham entre 18 e 40 anos, estejam fisicamente aptos e dispostos a servir na Legião Estrangeira. O processo de seleção inclui uma série de testes médicos, psicológicos e físicos, como corridas de resistência, testes de força e flexibilidade, além de uma avaliação mental para verificar a capacidade do candidato de suportar as dificuldades do treinamento.


Após a aprovação, os recrutas passam por uma formação básica de quatro meses no Centro de Formação da Legião Estrangeira, onde são submetidos a um intenso condicionamento físico, táticas de combate, manuseio de armas e habilidades de sobrevivência.

Depois do curso básico, os recrutas são transferidos para o Terceiro Regimento, onde recebem treinamento específico focado em missões de combate em terrenos difíceis, como desertos e áreas montanhosas, além de estratégias de combate urbano, contraterrorismo e operações de paz.


“O 3REI dá as boas-vindas a Florent Malouda em sua reserva cidadã, como oficial. Após uma carreira excepcional no futebol internacional, ele deseja compartilhar e transmitir os valores de comprometimento com a juventude guianense ao lado dos legionários”, destacou o regimento nas redes sociais.

Carreira

Malouda foi revelado pelo LB Chateauroux, defendeu o Guingamp e se destacou pelo Lyon, sendo multicampeão nacional, antes de sair do país.


O francês se juntou ao Chelsea em 2007, foi campeão inglês e da Copa da Inglaterra, além de conquistar a Liga dos Campeões em 2012 contra o Barcelona. O ponta-esquerda encerrou a carreira em um time de Luxemburgo, após passagens pelo futebol turco, indiano e egípcio.

Disputou duas Copas do Mundo com a seleção francesa (2006 e 2010). Atuou em 80 partidas e marcou nove gols com os Bleus.

Em 2011, disse que gostaria de jogar no Brasil em algum momento. “Eu me sinto brasileiro. Minha esposa é brasileira, os meus filhos são meio brasileiros e meus sogros também são”, afirmou, à época, ao jornal Le Parisien.

“Guiana e Brasil são muito similares. Há uma mistura de culturas na Guiana com uma forte comunidade brasileira. Quando eu era pequeno sonhava em jogar no Brasil e por um clube brasileiro. Tendo crescido na Guiana, a França era muito longe e pensei que teria maiores chances de sucesso por lá”, completou.

Luta na selva

A Legião Estrangeira possui uma unidade baseada no município de Kourou, no Departamento Ultramarino da Guiana Francesa. O 3º Regimento Estrangeiro de Infantaria (3º REI) é atualmente considerado uma das unidades mais especializadas do mundo em operações na selva.

O regimento mantém um Centro de Instrução de Operações na Selva, ao lado do Centro de Instrução de Operações Britânico, sendo os dois principais centros de treinamento de operações mantidos por exércitos europeus. Os batalhões também são os principais destinos de militares aliados da Otan, que desejam se especializar em operações na selva, recebendo dezenas de alunos europeus todos os anos.

O curso de operações na selva do 3º REI é baseado no curso do CIGS (Centro de Instrução de Guerra na Selva) e ministrado para oficiais e sargentos recém-chegados ao regimento, ou para militares de países europeus aliados. Até mesmo o grito de guerra do 3º REI é o famoso “Selva!”, dos Guerreiros de Selva do Brasil.

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