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BRASILEIRO 2022

Estudo mostra que posse de bola é responsável só por 5% das vitórias

Trabalho está sendo realizado na Espanha e o seu autor, que tomou por base as oito últimas edições da La Liga, cita Liverpool como exemplo

Futebol|Eugenio Goussinsky, do R7

Salah foi destaque do Liverpool campeão da Champions
Salah foi destaque do Liverpool campeão da Champions

Um estudo de doutorado do brasileiro Diego Brito de Souza, pela Universidade Camilo José Cela em Madrid na Espanha, chegou a uma conclusão que contraria uma tese vigente entre muitos jornalistas e profissionais do futebol de que é a posse de bola o principal caminho para a vitória.

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Formado em Educação Física pela Universidade Estadual de Londrina, Souza, em seu trabalho na Espanha, Souza analisou as últimas oito temporadas da La Liga (Primeira divisão no país).

Ele, que desenvolve estudos sobre análises de jogos para a La Liga e estudos com suplementação em atletas para agência espanhola de anti-doping, chegou à seguinte conclusão.


"As análises estatísticas do conjunto de dados acumulados nos últimos 8 anos apontam que a posse de bola representa apenas 5% do sucesso na La Liga...E em um de nossos estudos, 40% do sucesso é explicado pela eficiência na hora de finalizar, ou seja, as equipes que mais vencem jogos, têm melhor eficiência no chute."

O resultado causou repercussão no país. Isto porque, o Barcelona, desde os tempos de Guardiola, ficou conhecido por desconstruir seus adversários, mantendo em vários jogos quase 70% da posse de bola e impedindo qualquer iniciativa do oponente, geralmente cansado e vulnerável às investidas após a troca de passes. Para Souza, porém, possivelmente não foi a posse de bola o principal fator.


"Aos olhos de quem assistia um jogo desse Barcelona, uma das coisas que mais chamavam a atenção era a posse de bola, o que podia nos levar a crer que o sucesso estava principalmente atrelado a isso. Mas o Barcelona era o que era pela capacidade de passar muito tempo com a bola, mas também por ter jogadores eficientes, inteligentes e absolutamente acima da média, que funcionavam bem individualmente e coletivamente."

Neste sentido, o fator precisão era o que prevalecia, e não a posse de bola. Assim como ocorreu com o Liverpool, campeão da última edição da Champions League.


"Muitas equipes também ganham campeonatos mesmo com uma menor posse de bola, caso do Liverpool (campeão da última Champions, com a 12ª posição em posse de bola). Contudo, uma variável importante a se destacar neste Liverpool e nos últimos anos na LaLiga é a eficiência no chute."

Segundo ele, porém, a causa da vitória não pode ser resumida apenas ao maior número de finalizações. Apesar deste ser um fator de forte influência, é necessário relativizar e ver o grau de eficiência em cada item.

"Embora essa variável (finalização) seja uma das mais importantes no futebol, não podemos reduzir o futebol a eficiência do chute, uma vez que é um esporte extremamente complexo e multidisciplinar."

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Assim como não significa que aquele que tem apenas mais posse de bola estará mais distante da vitória.

"Por mais que tenhamos dados para responder muitas perguntas no futebol, ainda não podemos dizer qual a melhor maneira de criar oportunidades de gol, mas já sabemos que manter a posse de bola simplesmente por manter pode não ser a melhor maneira, até porque uma equipe pode ser capaz de manter a posse de bola por muito tempo sem ser agressiva ou efetiva na hora de finalizar."

E essa tendência é válida também para o futebol brasileiro, segundo ele. Como exemplo, ele cita o jogo entre Palmeiras x Santos, do último dia 19 de maio, pelo Brasileiro.

"A equipe do Palmeiras teve menos posse de bola (39%), mas foi superior em número de finalizações (19 x 13) e em número de gols (4x0)."

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