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Em um ano, Santos teve oito atletas com lesões de ligamento no joelho

Com quatro machucados, elenco profissional foi o mais afetado. Lesões podem estar relacionadas a predisposição genética

Futebol|Pietro Otsuka, do R7

Lesões de ligamento cruzado anterior assombram departamento médico do Santos
Lesões de ligamento cruzado anterior assombram departamento médico do Santos Lesões de ligamento cruzado anterior assombram departamento médico do Santos

O Santos não vive um bom momento em 2021. Apesar do vice-campeonato na Libertadores, a equipe foi eliminada em todas as competições que disputou (Libertadores 2021, Sul-Americana e Copa do Brasil), brigou para não cair no Campeonato Paulista e agora luta contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Entre diversos aspectos que explicam o mau momento do Peixe, um em específico chamou a atenção: as lesões de joelho no elenco santista.

Entre 2020 e 2021, oito jogadores do Santos romperam o LCA (ligamento cruzado anterior). São eles: o lateral-direito Cadu, o lateral-esquerdo Natan, o atacante Felipe Laurindo, a zagueira Tayla, os meias Sandry, Jobson e Carlos Sánchez, e mais recentemente o volante Kevin Malthus.

A primeira lesão foi do uruguaio Sánchez, operado em outubro do ano passado após romper o ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo na vitória de 3 a 2 do Peixe sobre o Olímpia, pela Copa Libertadores. Do time profissional, ele, assim como Jobson, já voltou a jogar. Sandry deve retornar no final de novembro e Kevin Malthus, apenas em 2022.

Para o doutor Marcus Luzo, professor de ortopedia na Unifesp, a Escola Paulista de Medicina, isso não significa que há algo específico no Santos que esteja ocasionando esse tipo de lesão no clube.

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“A equipe técnica de preparação física do Santos, como de qualquer time de ponta, é excelente. Hoje, o Brasil é referência em medicina esportiva, então não foi culpa de ninguém. Acho que pode ter sido o gramado em algum jogo específico, de repente, que estava esburacado, pode ser a predisposição do atleta. Você vê que um é jogador da base, outro veio de fora, então não tem a ver com a base", analisa o especialista.

O que leva à lesão de LCA

"Então é a predisposição do atleta e, na minha opinião, uma coincidência ter tantos no time com essa lesão. Essa alta incidência de lesões no LCA já aconteceu em muitas outras equipes”, emendou.

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O ligamento cruzado anterior é fundamental para o pleno funcionamento do corpo humano. Em esportes de alto rendimento, particularmente o futebol, diversos movimentos específicos do jogo, assimcomo a evolução da prática futebolística nos últimos anos, influenciam no sentido de que essas lesões se tornem cada vez mais frequentes.

“As lesões de ligamento cruzado anterior são muito comuns no futebol porque existe muito giro. Jogadores de meio-campo, centroavantes, que têm que receber a bola de costas e virar o corpo para poder atacar, estão mais sujeitos a essas lesões. No esporte de alto nível, de alto impacto, alto rendimento, você solicita mais as estruturas”, explicou Luzo.

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Uma pausa no sonho

Ribeiro rompeu o ligamento cruzado anterior
Ribeiro rompeu o ligamento cruzado anterior Ribeiro rompeu o ligamento cruzado anterior

Leon Ribeiro é estudante de economia na Bethesda University, em Anaheim, na Califórnia, e joga pelo time da universidade, assim como no Sporting Club California, clube que disputa o equivalente à quarta divisão nacional nos Estados Unidos. No último fim de semana, em um lance sozinho, sem contato direto com um adversário, Ribeiro rompeu justamente o LCA do joelho direito.

“Eu estava jogando no meio-campo e fui disputar uma bola perto da nossa área. Na hora que fui girar o corpo, senti um estalo muito forte e meu joelho foi de um lado para o outro, como se estivesse mole. Caí no chão gritando e na hora já sabia: rompi o LCA”, relembra. Veja o lance abaixo.

A lesão de Ribeiro, como de tantos outros atletas que jogam futebol de alto rendimento, pode estar relacionada, entre outras coisas, com a maior intensidade que esse esporte exige atualmente. “Há 15, 20 anos, um jogador levantava a cabeça para lançar e tinha tempo. Hoje, ele já tem que fazer um movimento de dois toques, senão o adversário chega junto”, explicou o doutor Marcus Luzo.

Devido à lesão no joelho, Leon Ribeiro teve que voltar ao Brasil para conseguir fazer o tratamento, o que era inviável nos Estados Unidos. "Eu não tinha plano de saúde lá, e no Brasil eu posso fazer o tratamento de graça, pelo menos. Ainda quero continuar atrás do meu sonho, mas no momento tive que dar uma pausa, né", afimou. 

Apesar de causar frustração, a lesão no LCA, especialmente com os avanços nas técnicas de recuperação, não é uma sentença de fim de carreira, tanto para Ribeiro quanto para os oito atletas que se lesionaram no Santos. “Um joelho operado não é igual a um joelho normal, nunca vai ser. Mas ele consegue ter uma atividade no mesmo alto nível que tinha antes, e tem vários jogadores que provam isso”, completou Luzo.

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