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De Lusa a Paysandu, clubes somem após boas campanhas nacionais

Clubes que brilharam, sobretudo no início deste século, hoje amargam divisões inferiores e até o sumiço do cenário nacional

Futebol|Pietro Otsuka e Kaique Dalapola, do R7

Torcedor do São Caetano fez a festa no auge do clube, nos anos 2000
Torcedor do São Caetano fez a festa no auge do clube, nos anos 2000 Torcedor do São Caetano fez a festa no auge do clube, nos anos 2000

A vitória do Paysandu diante do Boca Juniors, na Bombonera, pelas oitavas de final da Libertadores, em 2003, ou a final do São Caetano no torneio, dois anos antes, são marcos no futebol que torcedores de todos os times que acompanharam à época são capazes de lembrar. Além desses dois, quase todo mundo tem lembranças de participações fortes em torneios nacionais da Portuguesa, sem contar os títulos da Copa do Brasil de Santo André e Paulista.

No inicío deste século, alguns clubes brasileiros supreenderam e fizeram campanhas espetaculares e, em alguns casos, até conseguiram participações sólidas por temporadas consecutivas. No entanto, depois de conseguir as conquistas, os clubes entraram em buracos e hoje amargam diversões inferiores ou até mesmo o sumiço do cenário nacional.

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Portuguesa

Quando se fala em times com muita tradição e história, mas que hoje sumiram do cenário nacional, um dos primeiros nomes que vem a cabeça é da Portuguesa. O clube três vezes campeão estadual e que já foi vice-campeão Brasileiro, atualmente disputa apenas a Copa Paulista, e se despediu novamente de disputas nacionais ao ser eliminado na segunda fase da Série D deste ano, diante do Caxias.

Para 2022, a Lusa ainda não tem nenhuma disputa nacional garantida. A equipe precisará chegar pelo menos até a final da Copa Paulista para garantir vaga na Copa do Brasil ou Série D novamente. E essa amargo atual da Portuguesa iniciou há menos de uma década, após resultados polêmicos da Justiça Desportiva, em 2013.

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A Lusa havia voltado para elite do futebol brasileiro após ser campeão da Série B de 2011 com uma campanha quase impecável, com 23 vitórias e apenas três derrotas, em 38 jogos. Em 2012, o clube conseguiu fazer uma campanha para se manter na primeira divisão. No ano seguinte, em campo, ainda melhorou um pouco o desempenho, e permaneceria na Série A novamente.

No entanto, a Portuguesa acabou sendo punida pela Justiça Desportiva, perdendo quatro pontos, e sendo rebaixada no lugar do Fluminense. No ano seguinte, também o clube também foi rebaixado da Série B, e em 2016 caiu para a Série D. A Lusa, então, disputou a divisão em 2017, e ficou os três anos seguintes sem participar de nenhuma competição nacional, retornando somente neste ano.

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Santo André

Há 17 anos, o Santo André alçava os voos mais altos de sua história. O ano era 2004, contra o poderoso Flamengo, apoiado por 72 mil torcedores que vibravam em um Maracanã lotado contra o modesto time da região metropolitana de São Paulo. Apesar da desvantagem por ter levado dois gols em casa, o Santo André bateu o Rubro-Negro por 2 a 0 naquele 30 de junho e ergueu a sonhada taça.

Mas, como já vimos com tantos outros times, a queda foi tão grande quanto a ascensão. Em 2021, o Santo André foi eliminado de forma melancólica na Série D do Campeonato Brasileiro e, 17 anos após ser campeão da Copa do Brasil, amarga agora um calendário sem competições nacionais. A equipe foi eliminada no último dia 18, contra o Esportivo-RS, nos pênaltis. O Santo André foi o vice-líder no mesmo grupo da Portuguesa e vai retornar à Série D em 2022.

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Paulista

Paulista de Jundiaí foi campeão da Copa do Brasil 2005
Paulista de Jundiaí foi campeão da Copa do Brasil 2005 Paulista de Jundiaí foi campeão da Copa do Brasil 2005

Roteiro semelhante ao do Santo André aconteceu com o Paulista. O clube de Jundiaí, no interior de São Paulo, foi campeão da Copa do Brasil um ano depois que o clube do ABC.

Sob o comando do então jovem treinador Vagner Mancini, o Paulista fez uma campanha gigante na Copa do Brasil de 2005, eliminando times como Botafogo, Internacional e Cruzeiro, até clegar à decisão contra o Fluminense. No primeiro jogo da final, em Jundiaí, o time da casa meteu 2 a 0 e, na semana seguinte, segurou o 0 a 0 em São Januário para levantar a taça.

Mas o clube não conseguiu mais fazer outras campanhas de destaque. No Campeonato Brasileiro, o Paulista nunca conseguiu chegar na Série A, e teve a melhor em 2006, quando ficou na quinta colocação. No mesmo ano, a equipe disputou a Copa Libertadores, e ficou em último no grupo com River Plate (Argentina), Libertad (Paraguai) e El Nacional (Equador).

Mas em 2007 já começou a queda, e o time acabou rebaixado da Série B do Brasileiro. Em 2014, também caiu no Campeonato Paulista. Atualmente, o Paulista não está em nenhuma divisão nacional, e sequer tem perspectiva de volta. No estadual, o clube joga apenas Série B, que corresponde à quarta divisão.

São Caetano

Maior rival do Santo André, o São Caetano viveu seu melhor momento na história no início dos anos 2000. A equipe paulista foi duas vezes vice-campeã do Campeonato Brasileiro, em 2000 e 2001, e vice na Libertadores, em 2002.

Dois anos depois, porém, o Azulão viveu seu pior momento em pouco mais de três décadas de história. Em partida contra o São Paulo, no Morumbi, o zagueiro Serginho, que havia acabado de completar 30 anos, sofreu um ataque cardíaco no gramado e morreu no hospital. O São Caetano até viveu bons momentos em campo depois, mas o trágico ocorrido pesou na história do clube. Más administrações nos anos seguintes afundaram uma das maiores forças que surgiram naquele começo de século.

Atualmente, o São Caetano está sem divisão no Campeonato Brasileiro e disputa a Copa Paulista em busca de uma vaga na Série D.

Chapecoense

O começo da última década foi um sonho para a Chapecoense. De 2012 a 2016, a Chape viveu uma ascensão enorme, desde a Série C até a final da Copa Sul-Americana, a primeira decisão internacional em toda sua história. O adversário era o poderoso Atlético Nacional-COL, campeão da Libertadores naquele mesmo ano.

No entanto, a felicidade em disputar a final deu lugar ao desespero. Na viagem para o jogo de ida, que seria realizado na Colômbia, o avião que transportava toda a delegação da Chapecoense, além de dirigentes e jornalistas, caiu nos arredores de Medellín, na madrugada do dia 29 de novembro de 2016. Todos os jogadores da Chape morreram no acidente, com exceção de Alan Ruschel, Jackson Follmann e Neto.

A reconstrução da equipe catarinense teve seus momentos críticos, especialmente em 2019, quando a equipe caiu para a Série B. Atualmente, depois de voltar novamente à elite nacional, a Chape amarga novamente uma campanha muito abaixo. A equipe tem apenas uma vitória em 21 jogos e é a última colocada na tabela, com só 10 pontos conquistados.

Ipatinga

Tal como Santo André e São Caetano, o Ipatinga viveu seu auge em meados dos anos 2000. Em 2005, apenas sete anos depois da fundação do clube, a equipe do interior de Minas Gerais conquistou o Campeonato Mineiro, desbancando Cruzeiro e Atlético-MG. No ano seguinte, depois de quase ser vice-campeão mineiro, o Ipatinga chegou até a semifinal da Copa do Brasil, sendo eliminado pelo Flamengo.

Em 2008, a equipe foi rebaixada no estadual e, quando disputava pela primeira vez em sua história a Série A do Campeonato Brasileiro, acabou ficando na última colocação na tabela, com 35 pontos conquistados. Depois dos rebaixamentos, o time mineiro amargou momentos de instabilidade em campo e fora das quatro linhas. Atualmente, a equipe está sem divisão nacional e disputa o módulo 2 (segunda divisão) do Campeonato Mineiro.

Brasiliense

Torcida do Brasiliense na final da Copa do Brasil 2002, contra o Corinthians
Torcida do Brasiliense na final da Copa do Brasil 2002, contra o Corinthians Torcida do Brasiliense na final da Copa do Brasil 2002, contra o Corinthians (JOSÉ PAULO LACERDA/AE)

O Brasiliense foi outro clube que ganhou bastante notoriedade no início do século, com campanhas em destaque e batendo de frente com os clubes tradicionais.

A ascensão começou em 2002, quando o time foi campeão da Série C do Campeonato Brasileiro e chegou na final da Copa do Brasil, eliminando gigantes como Fluminense e Atlético-MG. Na final, o time do Distrito Federal fez dois confrontos equilibrados com o Corinthians, mas acabou ficando com o vice-campeonato (perdeu o primeiro jogo, em São Paulo, por 2 a 1 e, na volta, ficou no empate em 1 a 1).

Em 2004, o Brasiliense também foi campeão da Série B do Campeonato Brasileiro, e chegou à elite do futebol nacional. Mas não conseguiu se sustentar, e foi o último colocado do Brasileirão no ano seguinte. Depois disso, não conseguiu mais ter destaque nacional, ganhando apenas torneios regionais.

Neste ano, o clube disputou a Série D do Brasileirão, mas caiu na segunda fase, após dois confrontos equilibrados com a Ferroviária — empatou o primeiro em 0 a 0, jogando em casa, e perdeu de 1 a 0, fora. Na Copa do Brasil, a equipe já entrou direto na terceira fase, por ter sido campeão da Copa Verde, mas enfrentou o Grêmio e foi eliminado.

Santa Cruz

O Santa Cruz, diferente das anteriores, é uma equipe centenária, com rica história no futebol brasileiro e uma das maiores torcidas do Nordeste e do Brasil. Depois de momentos difíceis ao longo dos anos, os milhões de torcedores finalmente puderam lotar o Arrudão para jogos da Série A do Campeonato Brasileiro, em 2016.

Aquele time, que tinha Keno e Grafite como principais destaques, chegou até a liderar o Brasileirão, mas acabou sendo rebaixada para a segunda divisão, ao terminar a competição na 19ª colocação, com 31 pontos.

Cinco anos depois, o Santa Cruz vive mais um drama, mas dessa vez na Série C. A equipe pernambucana é a lanterna do Grupo A do campeonato, com apenas 11 pontos em 17 jogos disputados. Ainda há um jogo a ser disputado, mas que pouco importa ao Santa Cruz, já que o clube não pode ultrapassar o Floresta, primeira equipe fora da zona de rebaixamento.

Paysandu

Paysandu chegou às oitavas da Libertadores 2003
Paysandu chegou às oitavas da Libertadores 2003 Paysandu chegou às oitavas da Libertadores 2003

No dia 24 de abril de 2003, o Paysandu venceu o Boca Juniors, na Bombonera, pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa Libertadores. Esse simboliza o último grande feito da melhor melhor fase vivida pelo time paraense. No jogo de volta, os argentinos venceram por 4 a 2, e foram campeões daquela edição do torneio, ganhando a final do Santos.

Para chegar até a principal competição do continente, o Paysandu foi campeão da Copa dos Campeões de 2002, que foi um torneio nacional, organizado pela CBF, que dava a quarta e última vaga brasileira na Libertadores.

O caminho do Paysandu para o título não foi fácil: passou em primeiro em um grupo que tinha Fluminense, Corinthians e Náutico, depois eliminou o Palmeiras e o Bahia, até chegar na final contra o Cruzeiro.

Nesta mesma temporada, o time de Belém estava de volta à elite do Campeonato Brasileiro, após ser campeão da Série B de 2001. Ele seguiu na primeira divisão até 2005, quando acabou ficando na penúltima colocação e sendo rebaixado. Depois disso, o clube não teve mais as campanhas destaques que aconteceram nesse período.

Em 2018, acabou caindo para a Série C, onde segue até hoje. Neste ano, o clube está classificado para a segunda fase da terceira divisão do nacional, e divide grupo com Criciúma, Botafogo-PB e Ituano. Os dois melhores garantem o acesse à Série B.

Nesta temporada, o Paysandu também chegou a segunda fase da Copa do Brasil, eliminando o Madureira na estreia, mas acabou caindo para o CRB. E o clube também é o atual bicampeão estadual, e venceu a Copa Verde de 2016 e 2018.

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