Torcedores do Catar deixaram arquibancadas mesmo antes de a partida terminar
AMR ABDALLAH DALSH/REUTERS - 20.11.2022Os torcedores do Catar que deixaram o estádio Al Bayt pouco depois do segundo gol do Equador já davam o tom das manchetes desta segunda-feira (21). No dia seguinte ao jogo inaugural da Copa do Mundo, os jornais locais apontaram “decepção” naquele que, na visão de quem conhece a limitação da própria equipe, deveria ser o “jogo mais fácil” da primeira fase.
Além do Equador, o Catar ainda tem Senegal (no dia 25) e Holanda (29), pela primeira fase do Grupo A. Apenas os dois mais bem colocados avançam para as oitavas de final.
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O equatoriano Enner Valencia não apenas frustrou a maioria dos 67 mil torcedores no estádio com os dois gols da partida como também impôs a primeira derrota de um anfitrião na estreia, em 21 edições de Copas do Mundo — foram 15 vitórias dos donos da casa e 7 empates (Japão e Coreia do Sul dividiram a sede em 2002).
Ainda que com o cuidado de não “carregar na tinta”, como se diz em jargão jornalístico quando se quer escrachar um assunto, os grandes jornais ficaram desapontados com a péssima estatística histórica.
“Os anfitriões não conseguiram registrar um único chute a gol em sua partida histórica”, lembrou o jornal The Peninsula. “Depois de se tornar o primeiro time da casa a perder a partida inaugural de Copa do Mundo, o Catar terá uma tarefa difícil para chegar à fase eliminatória contra os campeões africanos do Senegal e a Holanda, três vezes finalista de Copa.”
O Gulf Times foi igualmente incisivo e não entendeu a derrota para uma equipe que é a 44ª colocada no ranking da Fifa, segundo eles “apenas seis posições acima do Catar”.
“Sempre seria uma tarefa difícil, mas a forma como eles [os jogadores] desmoronaram contra o Equador decepcionou a maioria dos 67.372 torcedores presentes no Al Bayt”, relatou o jornal, que também considerou os dois próximos jogos os mais complicados.
Além dos relatos da partida, os jornais locais, como o Doha News e o Qatar Tribune, dedicaram longo espaço ao discurso do emir Tamim Al Thani, que lidera o país desde 2013, quando sucedeu seu pai, Hamad Al Thani, que esteve à frente do país por 18 anos.
Da tribuna de honra, o líder do país celebrou a diversidade e tentou tirar o foco das denúncias de violação dos direitos humanos no país.
“Durante 28 dias, o mundo acompanhará essa festa do futebol internacional, em um espaço de diálogo e civilização. As pessoas, por mais diferentes que sejam, de nacionalidades, culturas e orientações variadas, vão se reunir no Catar”, disse.
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