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Final da Copa 2022 vale tri para Argentina ou França e coroação para Messi ou Mbappé

Gênio sul-americano busca seu primeiro título mundial, enquanto craque europeu tenta bater ainda mais marcas históricas

Copa do Mundo|André Avelar, do R7, em Lusail, no Catar


Lionel Messi, de 35 anos, já anunciou que esta será a sua última Copa do Mundo
Lionel Messi, de 35 anos, já anunciou que esta será a sua última Copa do Mundo

Deixadas as críticas à escolha do país-sede de lado, depois de 63 partidas, em 29 dias, a Copa do Mundo ainda tem dois últimos assuntos a resolver: quem ficará com o tricampeonato e qual grande jogador de futebol acrescentará mais um capítulo a sua já gloriosa história. Argentina e França se enfrentam neste domingo (18), às 12 horas (de Brasília), no Lusail, com a expectativa de consagração para Lionel Messi ou Kylian Mbappé.

Se os Hermanos foram campeões lá atrás (1978 e 1986), os Bleus têm conquistas mais recentes (1998 e 2018). Por isso, o duelo, no estádio com capacidade para 89 mil pessoas, construído especialmente para o Catar 2022, vale o tricampeonato das seleções. Isso, claro, sem que se deixem de lado as atenções voltadas aos dois camisas 10, dois grandes nomes da atualidade.

No momento em que o Catar foi escolhido sede do torneio, ainda em 2010, quando o então presidente da Fifa, Joseph Blatter, mostrou o envelope com o nome do país em reunião geral, começaram os questionamentos sobre as liberdades individuais em um lugar conservador, de religião islâmica e não muito adepto do calor humano que sobra com as altas temperaturas nas ruas. Por isso mesmo, o primeiro Mundial no Oriente Médio foi transferido do verão para o inverno no Hemisfério Norte.

As arquibancadas, de fato, demoraram a encontrar a temperatura ideal que passasse longe de gelados e potentes aparelhos de ar condicionado. Em um evento por vezes exageradamente masculinizado, com mulheres ao redor dos estádios, como se não gostassem, ou pior, não pertencessem ao que estava acontecendo, sul-americanos e europeus foram ditando o tom nas músicas embaladas por todos os lados, das arquibancadas ao Souq Waqif, tradicional mercado a céu aberto, no centro de Doha. Aos poucos, foram surgindo asiáticos e também africanos, como a torcida do Marrocos.


Dentro de campo, Messi e Mbappé rapidamente mostraram que estavam ali para ser campeões. O argentino mostrou a sua versão mais destruidora de recordes (o maior artilheiro da seleção em Mundiais e o jogador com mais partidas no torneio) e carregou o time nas costas; já o francês disse, quando questionado pelo R7, que estava ali para ser campeão e pouco se importava com as premiações individuais (na Rússia 2018, foi eleito o melhor jogador jovem da competição).

O desfile de talento pode não caber em palavras, mas os números ajudam a quantificar a performance de cada um. O gênio e o craque chegam à final com cinco gols marcados cada um e, como se já houvesse pouca disputa, estão também na briga pela artilharia. Coadjuvantes, os centroavantes, ambos camisas 9, Julián Álvarez e Olivier Giroud têm um gol a menos.


Para os treinadores, um mais emotivo e o outro mais calculista, a final, claro, passa por outros tantos nomes importantes. Lionel Scaloni, comandante de La Scaloneta, por pouco não se emocionou ao falar do prazer de defender o seu país. Didier Deschamps, mais combativo com a imprensa, comentou as sucessivas lesões que o time sofreu ao longo da preparação para a Copa.

“Acredito que temos a melhor torcida do mundo e que, de uma forma ou de outra, estava precisando de uma alegria. No final, o futebol é um esporte e, na Argentina, mesmo que se custe a entender isso às vezes, é um esporte. A emoção maior é ver a torcida aqui, as pessoas vendo a televisão na Argentina… Essas coisas chegam para nós por meio das redes sociais, e nós que já estivemos do lado de lá nos sentimos orgulhosos”, desabafou Scaloni.


“Viemos superando o imponderável das lesões e temos avançado de fase. Agora, estamos na final e estamos prontos para disputar. Acredito que o meu colega argentino também tenha enfrentado os seus problemas, e cada um tem as suas situações para esta final”, disse Deschamps.

Kylian Mbappé, de 23 anos, disse não se importar com conquistas de prêmios individuais
Kylian Mbappé, de 23 anos, disse não se importar com conquistas de prêmios individuais

A história de Messi com a Copa do Mundo parece estar inacabada. E não passará deste domingo, já que confirmou após a semifinal que o próximo será o seu último jogo no torneio dos grandes. O argentino, hoje com 35 anos, estreou na competição há 16 anos e teve no Brasil 2014 a chance de entrar de vez para a galeria dos campeões. Naquela oportunidade, em uma noite que deu tudo errado para a equipe no Maracanã, a Alemanha ficou com o título. Messi ainda aguardou anos mais, tanto que só conseguiu um troféu para o seu país na Copa América de 2021, em uma vitória sobre o Brasil, rompendo um jejum de 28 anos sem títulos.

Mbappé já nasceu para a Copa como um verdadeiro craque. O francês, capaz de correr a 35 km/h sem que a bola escape dos seus pés, assombrou o planeta com essa velocidade e capacidade de fazer gols já no último Mundial. Tanto que um a um foi derrubando os adversários até colocar a segunda estrela no uniforme azul. A terceira estrela confirmaria a hegemonia de um jogador que fará 24 anos daqui a dois dias e ainda tem muita história para contar — apenas Pelé, com 22 anos, foi bicampeão mundial.

Histórias tantas que serão decididas em 90 minutos de futebol, talvez mais meia hora de prorrogação e quem sabe até disputa de pênaltis. Quando a bola parar de rolar, só uma seleção será campeã mundial e só um grande jogador será coroado.

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