O futebol exuberante apresentado por Luka Modric na eliminação do Brasil para a Croácia, nas quartas de final do Catar 2022, continua no imaginário dos amantes do esporte. Aos 37 anos, o camisa 10 é o mais velho jogador a entrar na lista de carrascos da seleção em Copas do Mundo.
Do uruguaio Alcides Ghiggia (Brasil 1950) ao francês Zinedine Zidane (França 1998 e Alemanha 2006) e o belga Kevin De Bruyne (Rússia 2018), mais recentes, ninguém tinha a mesma idade do meio-campista croata. A questão passa longe do etarismo — trata-se de exaltação à qualidade técnica do jogador.
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Modric, revelado no Dínamo Zagreb e no Real Madrid desde 2012, é um autêntico camisa 10. Para ficar só na partida no estádio Cidade da Educação, em Doha, o jogador organizou as ações ofensivas, orientou os seus companheiros com maestria e, quando preciso, foi pegar a bola das mãos do goleiro para distribuir as jogadas. Quando chamado, ainda cobrou o pênalti e levou a sua seleção à semifinal pela segunda vez consecutiva.
“Você é forte. Seja forte. Não foi nada, não foi nada. Você é mais forte do que isso”, disse Modric ao jovem Rodrygo, companheiro de Real Madrid, após a eliminação da Canarinho.
Nascido em Zadar, na beira do mar Adriático, Modric foi forjado na guerra de independência da Iugoslávia. Seu pai foi servir no Exército separatista, e seu avô chegou a ser brutalmente assassinado na porta de casa. A família então passou a viver como nômade, e o jogador, para esquecer a tristeza, passou a bater bola em campinhos improvisados. Não demorou muito até que ele fosse observado por um olheiro profissional e levado para Zagreb.
O atleta já havia comandado a seleção da icônica camisa quadriculada até a final em 2018. Naquela oportunidade, ficou com o vice-campeonato, mas foi eleito o craque da Copa e ainda ganhou o prêmio de melhor do mundo da Fifa. Fez por merecer, apesar da campanha vice-campeã na final contra a França.
Por falar em franceses, Michel Platini (México 1986) e Zinedine Zidane tinham respectivamente 31 e 26 e 34 anos (Zidane foi duplamente carrasco do Brasil). Também camisa 10, o argentino Diego Maradona (Itália 1990), então com 30 anos, iniciou a jogada que culminou no gol da eliminação do Brasil. O uruguaio Ghiggia tinha 24 anos no Maracannazo.
Em outro salto no tempo, o alemão Miroslav Klose (Brasil 2014), que marcou um gol no fatídico 7 a 1, tinha 36 anos. Na última edição, De Bruyne não marcou, mas comandou a classificação da Bélgica.
A Croácia enfrenta a Argentina nesta terça-feira (13), às 16 horas (de Brasília), no estádio Lusail. Quem avançar pegará o vencedor do confronto entre França e Marrocos, que jogam na quarta, no mesmo horário, no Al Bayt. A grande final acontece no domingo (18).
Daniel Alves, Thiago Silva e outros: veja a barca da seleção brasileira após a Copa
O sonho do hexacampeonato foi mais uma vez adiado. Eliminado para a Croácia em mais uma dolorosa quarta de final de Copa do Mundo, o Brasil terá pela frente pouco menos de quatro anos para se reformular — agora com um novo treinador. E parte dessa reformulação é o fim de ciclo para alguns nomes que nos acostumamos a ver com a amarelinha no peito. Confira a seguir a barca da seleção brasileira: