Com Galvão Bueno mais torcedor do que nunca, deu Richarlison, o Pombo, na 'rodada de cão' da zebra
Com seus 'vais', gritos, reclamações e pedido de todas - todas - as bolas divididas, locutor se joga de vez na arquibancada nos 2 a 0
Futebol|Eduardo Marini, do R7
Brasil dois, Sérvia zero, no Lusail Iconic Stadium, Catar, pelo Grupo G da Copa do Mundo 2022.
A Seleção Brasileira termina a rodada de abertura na liderança do grupo, empatada em três pontos com a Suíça, mas com um gol a mais de saldo: 2 a 1.
Uma vitória construída em um segundo tempo quase perfeito, após uma primeira etapa em que a Seleção exibiu tensão e ansiedade naturais nos primeiros momentos de estreia numa Copa, agravadas pela marcação correta mas firme da encardida equipe sérvia.
Em sua Copa de despedida, Galvão Bueno foi de vez para a galera. Se jogou com vontade na arquibanca. Mais do que nunca, comportou-se como torcedor, berrando seus “vais” para os atacantes brasileiros em disparada, reclamando das jogadas e chutes precipitados e avaliando como sendo brasileiras todas as bolas disputadas – rigorosamente e literalmente todas elas.
Júnior, nos comentários, desta vez foi traído feio pela rapidez das jogadas. Por várias vezes, continuou suas considerações corretas mas lentas com um Galvão silencioso diante do Brasil na boca do gol adversário. Faltou pé no acelerador e, acima de tudo, no freio, na hora certa.
Destaque no Brasil para a atuação do volante Casemiro, extremamente bem posicionado, cobrindo os laterais à perfeição e ganhando tudo e mais alguma coisa dos adversários.
E de Vinícius Jr. Ágil, veloz e habilidoso, fez a diferença pela esquerda, com jogadas e toques decisivos nos dois gols do Brasil. Sua saída, aos 30 minutos, para a entrada de Rodrygo, num momento em que atormentava os adversários nos contra-ataques, foi lamentada de forma quase unânime por torcedores e jornalistas, apesar da boa atuação de seu companheiro de Real Madrid nos minutos restantes.
E, sobretudo, a atuação quase perfeita do atacante Richarlison, melhor em campo, autor dos dois gols. O primeiro de típico artilheiro, escorando o rebote do goleiro. E o segundo um golaço, de voleio, após levantar a bola de um passe também brilhante, de três dedos, feito por Vini Jr.
Ao fim da primeira das três rodadas da fase de grupos, resta saber como irão se comportar Alemanha e Argentina, derrotadas para Japão e Árábia Saudita, e, sobretudo, os adversários dessas duas potências.
Será a salvação ou a volta precoce para casa? A ver.
E, tão importante quanto, conferir se a Espanha repetirá, contra os alemães, um adversário de respeito, no domingo (27), o belíssimo futebol que a fez massacrar a Costa Rica por 7 a 0 em sua estreia, um primor de toque de bola, entrosamento, refinamento, talento e jogo para frente.
Se a força da Espanha se confirmar no decorrer da Copa, o técnico Luis Enrique, com seu time povoado por jovens, sua versão 2.0 do Tiki-Taka de Guardiola, ainda mais agressivas e com ingredientes próprios, terá tudo para se transformar no melhor treinador da competição.
E se transformar no mais difícil adversário da Seleção Brasileira, na hipótese de os dois se encontrarem.
Esperemos que não.