Quem acompanhava o Ituano no começo do Campeonato Paulista já dava o diagnóstico: esse time briga para não cair. Depois de oito rodadas, a direção rubro-negra optou por romper o trabalho de Carlos Pimentel e coube a Gilmar Dal Pozzo a responsabilidade de livrar a equipe do descenso. O treinador, porém, fez muito mais que isso.
Depois de perder para o RB Bragantino por 5 a 1, na 11ª rodada, o Ituano precisava vencer o Santos e torcer para São Bento e Ferroviária tropeçarem na última rodada. E assim fez o Galo de Itu, mas a sorte sorriu como poucas vezes anteriormente e a equipe de Dal Pozzo atropelou o Peixe, vencendo por 3 a 0.
Além da permanência, veio a classificação para o mata-mata. O adversário das quartas era o embalado Corinthians, em plena Neo Química Arena. Foi aí que a estrela do treinador brilhou mais uma vez e, de forma histórica, o Ituano conseguiu eliminar o Timão nas penalidades e enfrenta agora mais uma pedreira: o Palmeiras de Abel Ferreira.
E, se existe um time que pode mais uma vez desafiar o improvável, essa equipe é o Ituano de Gilmar Dal Pozzo. Mas o que explica o sucesso do treinador?
Amigo de Tite e técnico "paizão"
Amigo de longa data do técnico Tite, ex-comandante da seleção brasileira, quase que toda a formação de Dal Pozzo veio com a ajuda de Adenor.
"A minha história com o Tite é muito longa. Seguramente, sou o atleta que mais trabalhou com ele. Por seis anos. Criamos um vínculo muito próximo. Uma conexão de família. Inclusive, ele é meu padrinho de casamento", lembrou o treinador em entrevista ao Lance!, no início do ano.
"Toda vez que eu estava de férias eu fazia um estágio e visitava o Tite. Fui ao Internacional várias vezes quando ele passou por lá. Depois no Corinthians fiz visitas. E no período da seleção também. Ele me incentivou muito. Aprendi muito e tenho acesso aos trabalhos dele. Além da amizade, o lado profissional ficou muito evidente na nossa trajetória", disse Dal Pozzo.
Um aspecto importante incorporado pelo jovem treinador do trabalho de Tite é a ótima relação com os jogadores. Em todos os times pelos quais passou, o perfil de "paizão", que acolhe os atletas, foi destacado por jogadores com quem Dal Pozzo trabalhou.
Defesas sólidas e ataques eficientes
Como um bom técnico gaúcho que é, não surpreende que Gilmar Dal Pozzo seja um entusiasta de linhas de marcação compactas e saídas rápidas em transição ofensiva, o que na prática significa que o treinador monta suas equipes prezando pelo equilíbrio, mas dando prioridade inicialmente a fortalecer o esquema defensivo.
Contra o Corinthians, o Ituano se defendeu com duas linhas de quatro jogadores, com Quirino e Eduardo Person mais à frente. Quando atacava, o rubro-negro saía com muita velocidade, explorando os lados do campo com Gabriel Barros e Paulo Victor, além de Person flutuando entre as linhas adversárias para procurar o melhor passe para os companheiros.
Amanhã, domingo (19), o Ituano apostará mais uma vez nos contra-ataques e numa defesa bem postada para inibir as armas ofensivas do Palmeiras, adversário das semifinais do Paulistão 2023. O jogo acontece no Allianz Parque, às 16h (de Brasília), e terá transmissão do R7 e da Record TV.
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