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Palmeiras x Botafogo: encontro dos dois últimos campeões opõe pressão e desconfiança

Rivalidade aquecida pelos clubes, dentro e fora de campo, será tempero a mais no duelo de equipes que se enfrentam às 16h

Campeonato Brasileiro Série A|Do Estadão Conteúdo

Palmeiras x Botafogo Vítor Silva/Botafogo

A primeira rodada do Brasileirão 2025 reserva logo de cara o embate entre os dois últimos campeões nacionais, Palmeiras e Botafogo, que medem forças neste domingo (30) no Allianz Parque, às 16h. A rivalidade aquecida pelos clubes, dentro e fora de campo, será um tempero a mais no duelo de equipes que chegam em baixa, apesar de ainda serem candidatas ao título. A equipe palmeirense está pressionada pelo mau desempenho e a perda do Paulistão, enquanto os cariocas ainda não deram sinais de que podem repetir o ano mágico de 2024.

Para 2025, o Palmeiras adotou uma postura diferente na janela de transferências. Foi justamente após ver o Botafogo vencendo Brasileirão e Libertadores investindo altas cifras na contratação de atletas que a presidente Leila Pereira resolveu fazer o mesmo. O clube gastou 73 milhões de euros (aproximadamente R$ 455 milhões) em sete contratações, com destaque para o atacante Vitor Roque contratado junto ao Barcelona por 25,5 milhões de euros (R$ 154 milhões).

Apesar de ter à disposição um elenco mais qualificado do que nas temporadas anteriores, o técnico Abel Ferreira ainda não conseguiu fazer o Palmeiras jogar um futebol convincente em 2025 O time por pouco não ficou fora do mata-mata do Paulistão, garantindo a vaga somente na última rodada da fase de grupos e contando com um tropeço da Ponte Preta.

O principal problema do Palmeiras é na criação. O time tem dificuldade em articular jogadas por dentro, se tornando refém das jogadas individuais de Estêvão pelo lado direito. Diante do Corinthians, na quinta-feira, a equipe alviverde era quem precisava correr atrás do resultado por causa da derrota em casa no jogo de ida, mas praticamente não levou perigo à meta adversária. Com o volante Richard Ríos iniciando no banco por causa da alta minutagem na Data Fifa, Raphael Veiga não teve com quem articular, e o meio-campo ficou carente de ideias.


Uma das armas mais utilizadas pelo time palmeirense foi a ligação direta entre defesa e ataque, especialmente nos chutões do goleiro Weverton. Com Vitor Roque ganhando a vaga de Flaco López, a solução se tornou pouco eficaz por causa da diferença de características entre os jogadores. Na primeira bola que o ‘Tigrinho’ recebeu em profundidade nas costas da defesa, ele sofreu o pênalti que poderia ter mudado o destino da partida.

Após a perda do Paulistão para o Corinthians, Abel foi questionado sobre o porquê de o Palmeiras não ser mais dominante como anteriormente. O técnico português, que está em seu último ano de contrato com o clube paulista, se limitou a dizer que o equilíbrio entre os times está maior porque “os adversários também se reforçaram”.


Da euforia à interrogação

O Botafogo viveu uma temporada mágica em 2024. Depois da derrocada vexatória no Brasileirão do ano anterior, quando abriu 13 pontos na liderança e perdeu o troféu para o Palmeiras, para quem sofreu uma virada histórica por 4 a 3 em pleno Nilton Santos, o time carioca juntou os cacos e com uma injeção financeira de mais de R$ 350 milhões do acionista John Textor, levou tanto a competição nacional quanto a inédita Libertadores

Para 2025, o Botafogo sofreu um baque em seu planejamento quando o técnico português Artur Jorge decidiu aceitar uma oferta milionária para treinar o Al-Rayyan, do Catar. Para piorar, a previsão da venda de Luiz Henrique, eleito craque do Brasileirão e da Libertadores, foi concretizada, com o ponta-direita sendo ao Zenit, da Rússia, por 33 milhões de euros (R$ 216 mi). Para piorar ainda mais, o meia argentino Thiago Almada foi para o Lyon, time da Eagle Holding, rede multiclubes do magnata americano John Textor da qual os cariocas fazem parte, como parte de um acordo costurado previamente.


Apesar da saída do técnico e dos dois principais jogadores do time, o Botafogo manteve a base e foi ao mercado, gastando quase R$ 500 milhões em contratações. O clube decidiu por uma brusca mudança no perfil do elenco, investindo em jogadores mais jovens, com potencial de revenda, como Jair (Santos) e Nathan Fernandes (Grêmio), e se despedindo de medalhões com altos salários com status de reserva (Tchê Tchê, Eduardo e Tiquinho Soares, por exemplo).

Independentemente da estratégia de mercado adotada, o Botafogo cometeu erro crasso na demora na busca por um novo treinador. O time chegou para a disputa da Supercopa do Brasil e Recopa Sul-Americana completamente desajustado e sequer competiu diante de Flamengo e Racing, respectivamente. No Cariocão, fez a sua pior campanha da histórica, ficando em nono e ficando sem vaga garantida na Copa do Brasil.

Depois de buscar André Jardine, do América-MEX, Vasco Mattos, do Santa Clara-POR, e sonhar com a grife do italiano Roberto Mancini, ex-Manchester City, o Botafogo fechou com outro português, Renato Paiva, ex-Bahia, após 60 dias. O processo desgastou os torcedores e colocou em xeque a temporada. Isso porque o treinador teve cerca de três semanas para preparar o time para a estreia contra o Palmeiras e deve fazer testes nos primeiros meses de trabalho até “azeitar” a equipe.

“Jogar contra o Palmeiras em qualquer lado, até na Antártida, é muito difícil. O momento é o ideal? Só vou saber no domingo. A equipe que vai entrar em campo será a melhor para fazer esse jogo. Essa melhor equipe tem muita gente que já ganhou campeonato, eliminatórias. É um jogo de campeões e difícil. Será difícil para o Palmeiras também”, comentou Paiva.

Desafetos, agora unidos

Palmeiras e Botafogo sempre mantiveram relações cordiais. Anderson Barros, diretor de futebol clube paulista, trabalhou por ano no time alvinegro, e serviu de ponte para negociações e tratativas entre as partes. Tudo mudou na histórica remontada palmeirense, quando John Textor, dono da SAF alvinegra, afirmou sem provas de que o rival foi beneficiado por manipulações de resultados.

Leila Pereira retrucou chamando o americano de “idiota” e propôs que ele fosse banido do futebol, em depoimento à CPI da Manipulação de Resultados, no Senado Federal. Textor, por sua vez, processou a executiva palmeirense por calúnia e difamação. De lá para cá, os confrontos entre as equipes foram cercados de tensão. Desde o 4 a 3, o Botafogo se redimiu e venceu três dos quatro duelos com o Palmeiras, eliminando o rival da Libertadores e batendo o time alviverde no Allianz Parque na véspera do final continental.

Textor e Leila ainda não são próximos, mas pararam de se bicar e se uniram em apoio à reeleição de Ednaldo Rodrigues na presidência da CBF. A presidente do Palmeiras faz parte da Comissão Nacional de Clubes (CNC), e acredita que o dirigente é a pessoa certa por uma maior aproximação dos clubes com a entidade. O dono da SAF botafoguense, que já foi processado pelo próprio Ednaldo, publicou uma carta em apoio ao cartola, que estaria “preparado para fazer a mudança necessária no futebol brasileiro”.

Ficha técnica

PALMEIRAS X BOTAFOGO

PALMEIRAS - Weverton; Mayke, Murilo, Micael e Piquerez; Emiliano Martínez, Richard Ríos e Raphael Veiga; Estêvão, Facundo Torres e Vitor Roque. Técnico: Abel Ferreira.

BOTAFOGO - John; Vitinho, Bastos, Alexander Barboza e Alex Telles; Gregore e Marlon Freitas; Artur, Savarino e Santiago Rodríguez; Igor Jesus. Técnico: Renato Paiva.

ÁRBITRO - Ramon Abatti Abel (Fifa/SC).

HORÁRIO - 16h.

LOCAL - Allianz Parque, em São Paulo (SP).

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