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BRASILEIRO 2022

Brasileiro que joga na Bielorrússia: ‘Me cuido dobrado‘

Meia-atacante Gabriel Ramos conta como é ser jogador num dos poucos países onde o futebol não parou por causa da pandemia de covid-19

Futebol|Felippe Scozzafave, do R7

Gabriel Ramos, meia-atacante do Torpedo Zhodino
Gabriel Ramos, meia-atacante do Torpedo Zhodino

O mundo inteiro praticamente parou por causa da pandemia de coronavírus. No esporte, especialmente no futebol, não foi diferente. Quase todas as ligas profissionais foram paralisadas. Quase. Já que na Bielorrússia, uma das antigas repúblicas que formavam a União Soviética, tudo continuou normalmente.

No país, talvez por causa da postura do presidente Alexander Lukashenko, que por diversas vezes minimizou os efeitos do coronavírus, doença que já matou mais de 280 mil pessoas ao redor do mundo, as medidas de isolamento foram bem menores.

A liga de futebol da Bielorrússia, então, seguiu normalmente. E até mesmo com a presença de torcedores nos estádios. Motivo esse que gerou certa apreensão em um brasileiro que joga no país: Gabriel Ramos, meia-atacante do Torpedo Zhodino, atual terceiro colocado no campeonato local.

“Me senti inseguro no começo, só que ao decorrer da situação, tivemos todo o apoio do clube. Aí ficamos mais seguros de atuar e fazer o nosso trabalho fluir”, comentou ele, garantindo que nunca se recusou a jogar por causa da doença.


Cuidados na pandemia

Segundo Gabriel, o país, apesar da postura do presidente, não deixa de cuidar de sua população durante a pandemia.

“Os jogos estão acontecendo com torcida, mas com todo o cuidado com os torcedores. Diminuiu bastante o público por conta da pandemia. A população do país está tomando todo o cuidado, as pessoas estão saindo de máscaras e todo lugar que você vai tem a higienização.”


Gabriel tenta tranquilizar família que está no Brasil
Gabriel tenta tranquilizar família que está no Brasil

O jogador, titular absoluto do Torpedo, já tendo marcado dois gols na atual temporada, admite que seus pais ficaram bastante preocupados quando souberam que o campeonato em que o filho joga continuaria normalmente, mas que faz de tudo para tranquiliza-los.

“Minha família está no Brasil, falo com eles todos os dias, eles ficam preocupados sim, só que eu os tranquilizo, porque o clube está dando todo o suporte para nós atletas e funcionários. Aí meus pais ficam mais tranquilos”, disse, admitindo o desejo de estar mais perto de seus familiares nesse momento.


“Então, gostaria sim de estar com a minha família nessa situação delicada, mas como estou aqui, e nada parou, estou me cuidando dobrado para que nada de mal aconteça.“

Retorno ao Brasil?

Com passagens pelas categorias de base do Flamengo e do Bahia, Gabriel, atualmente com 24 anos, só teve oportunidades no futebol brasileiro em sua breve passagem pelo Cuiabá, antes de ser negociado com o Dinamo Batumi, da Geórgia, onde estava antes de chegar à Bielorrússia.

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Até por isso, admite que gostaria muito de ter a oportunidade de atuar no país em que nasceu, principalmente nos times que o ajudaram a se tornar um jogador profissional:

“Infelizmente não tive muitas oportunidades no futebol brasileiro, mas não só tenho vontade, tenho esse sonho de jogar em algum time brasileiro, para estar mais perto da minha família e dos meus amigos. Não tenho clube específico, mas como eu tive passagens pelo Bahia e pelo Flamengo, tenho esse desejo de quem sabe um dia atuar nesses dois clubes”, concluiu.

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