Brasileirão: Série B de 2022 terá recorde de campeões nacionais
Com Grêmio, Bahia, Vasco, Cruzeiro, Sport e companhia, divisão de acesso terá uma das edições mais disputadas de sua história
Futebol|Do R7
Com a confirmação do rebaixamento de Grêmio e Bahia na última rodada do Brasileirão, realizada na quinta-feira (9), a Série B de 2022 terá recorde de campeões brasileiros, com a marca de 14 títulos nacionais somados. O número indica quão equilibrada será a segunda divisão do futebol nacional na próxima temporada. Na edição deste ano, Vasco e Cruzeiro não conseguiram subir.
No próximo ano, Grêmio e Bahia, que somam dois títulos do Brasileirão, e Sport, campeão uma vez, se juntam a Vasco e Cruzeiro, que totalizam quatro títulos, e ao Guarani, que possui uma taça, como os campeões que não conseguiram o acesso e terão de ficar mais uma temporada na Segundona.
Entre os times considerados grandes no cenário nacional, apenas o Botafogo retornou para a elite ao se sagrar campeão da Série B. O clube cruz-maltino e a equipe celeste deixaram a desejar, ocupando a 10ª e a 14ª colocação, respectivamente.
Mesmo sem um elenco de grandes jogadores e com investimentos tímidos em contratações, o Botafogo teve uma campanha sólida em uma das edições mais concorridas da história da Série B. O CEO do clube alvinegro, Jorge Braga, destaca todas as dificuldades que passou na competição e frisa que a volta à primeira divisão será fundamental para as finanças do clube.
"A expectativa da torcida era voltar à elite do futebol brasileiro, e a sensação, principalmente pela contribuição financeira, é de alívio", disse o dirigente. "Em um campeonato tão equilibrado e disputado como a Série B, temos ciência de que conseguimos um feito muito importante, embora a primeira divisão seja outro departamento e, a partir de agora, a nossa responsabilidade de administração aumentou ainda mais", explicou Braga.
O presidente do Juventude, Walter Dal Zotto, que celebrou a permanência do time gaúcho na Série A na última rodada, relembra o acesso em 2020, ao terminar a Série B na terceira colocação, com 61 pontos, e elege os principais fatores para um campeonato de sucesso.
"Para ter êxito, é preciso buscar perfis de jogadores que tenham passado por conquistas de acesso e, principalmente, de qualidade e que sejam aguerridos para circunstâncias que a disputa exige. Na primeira divisão, há mais tática e você ganha as partidas nos detalhes. Já na Série B, força e vigor físico sobressaem", disse.
Dal Zotto argumenta ainda que, ao contrário de antigamente, hoje os clubes que caem e possuem maior faturamento em relação aos demais não têm o mesmo aporte financeiro de antes. Por essa razão, a volta no ano seguinte à elite não é certa.
"Agora isso mudou, vemos mais dificuldades financeiras. Eles não podem jogar apenas com a camisa. Se comparamos as duas principais divisões do futebol nacional, a diferença de receita e orçamento de TV é significativa e isso representa um baque razoável para as instituições quando o rebaixamento acontece", analisa o presidente. Em média, há queda de cerca de 50% nas receitas.
Após vencer o Corinthians por 1 a 0 no Alfredo Jaconi, o Juventude, ao chegar aos 46 pontos, concretizou a permanência na primeira divisão, competição que não disputava desde 2007. Pensando a longo prazo, Dal Zotto aposta em uma boa gestão para seguir firme na Série A pelos próximos anos. Nesse caminho, um exemplo de trabalho a ser seguido é o do Fortaleza, gerido pelo presidente Marcelo Paz.
Depois do título conquistado na Série B de 2018 e do ingresso na primeira divisão a partir do ano seguinte, o time cearense é exemplo de baixo orçamento e grandes resultados. Há três anos consecutivos disputa a elite do futebol brasileiro. Sua folha de pagamento é de R$ 3,3 milhões. Nesta temporada, o Fortaleza bateu recordes e protagonizou uma grande campanha, que culminou com a 4ª colocação, classificando-se para a fase de grupos da Copa Libertadores, algo inédito na história do clube.
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"A campanha superou as expectativas. Nosso objetivo era uma vaga na Sul-Americana, já estaríamos satisfeitos, mas vimos que poderíamos sonhar mais", afirmou Paz.
"O processo de consolidação de um time na primeira divisão leva pelo menos cinco anos. O Fortaleza se preparou para chegar ao quarto ano seguido na elite do Campeonato Brasileiro ao investir muito na estrutura física do clube, em condições de treinamento e de tratamento de lesões, na logística para amenizar as viagens, além de rejuvenescer o elenco, considerado um pouco mais velho que o recomendado no Brasileirão 2020."
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