Benzema se recusa a comentar sobre atentado e tensão na França
Seu assessor disse que o jogador, descendente de argelinos, não irá se pronunciar
Futebol|Eugenio Goussinsky, do R7

O atacante Karim Benzema se negou a dar declarações a respeito do atentado ao jornal Charlie Hebdo, que matou 12 pessoas, na última quarta-feira (7), em Paris. Os radicais diziam estar vingando ofensas ao profeta Maomé, em função de charges satíricas criadas pela publicação.
Seu assessor direto e agente, Karim Djaziri, ficou irritado com a simples pergunta do R7 a respeito da posição do jogador sobre o caso.
— Sobre o que você quer falar? Não ele não vai falar nada a respeito disso.
Perguntado sobre o porquê de o jogador francês, filho de argelinos, não se pronunciar a respeito do tema, Djaziri ficou ainda mais irritado, antes de interromper de forma abrupta a ligação.
— Por quê? Porque ele simplesmente não vai falar nada sobre isso, ok? Até logo!
Benzema, atualmente no Real Madrid, é um dos jogadores franceses, islâmicos, que têm representado parte de uma população de origem árabe e muçulmana que se recusa a cantar A Marselhesa. Ele considera que a letra do hino tem uma mensagem de intolerância, com frases como "sangue impuro". Na Copa do Mundo, o atacante permaneceu calado durante a execução do hino francês.
Nascido em Lyon, o atacante, de 27 anos, deu a entender em algumas entrevistas ter optado por atuar pela França, e não pela Argélia, terra dos seus pais, por questões profissionais, já que nunca escondeu que guarda a Argélia no coração.
Benzema também não se solidarizou, pelas redes sociais, com os parentes das vítimas do atentado ao jornal, ao contrário do que fez seu colega Samir Nasri, também de origem árabe, e que, sempre convocado para a seleção francesa, não foi à última Copa do Mundo por divergências com o técnico Didier Deschamps.