Arrascaeta revela paixão por clube do maior ídolo uruguaio
Jogador do Flamengo começou no Defensor Sporting, mas desde criança torcia pelo Peñarol, onde atuou Pedro Rocha, que disputou 4 Copas do Mundo
Futebol|Eugenio Goussinsky, do R7
No Uruguai, todo menino que é apaixonado por futebol tem duas escolhas, se quiser se tornar jogador. Uma é aderir à maioria e, desde cedo, colocar a faca nos dentes, na sola dos tênis gastos se ralar nos carrinhos e na gana de vencer divididas.
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Outra, é se sobressair neste emaranhado de pontapés e ímpeto de combate em busca da vitória. Esse caminho é a escolha da minoria, mas, nele, diante de tantas adversidades, são forjadas as maiores pérolas, da estirpe de Pedro Rocha, Enzo Francescoli e Giorgian de Arrascaeta.
E nestes tempos de pandemia, Arrascaeta, atual craque do Flamengo, revelou sua paixão por um destes times uruguaios, na qual a luta sempre foi complementada por um toque de talento, em toda história.
Desde cedo, ele acompanhou com fervor o Peñarol, cujas cores amarela e preta homenageiam a locomotiva Rocket, vencedora de um concurso na Inglaterra no século 19, fazendo em menor tempo o percurso entre Liverpool e Manchester.
Quando jovem, Arrascaeta viu, com emoção, o time, oriundo de ferroviários, conquistar o 47º título nacional de sua história, em 2003, com os iniciantes Pablo Javier Bengoechea e Fabián Estoyanoff, atuando junto com nomes como José Luis Chilavert (em seu último jogo pelo clube naquela passagem de um ano), Cristian Rodríguez, Joe Bizerra e o artilheiro Carlos Bueno.
Ele não escondeu esse envolvimento até mesmo para o portal La Voz del Tuerto (@lavozdeltuerto), direcionado a torcedores do Defensor Sporting, clube onde Arrascaeta começou no futebol, segundo o El País.
O meia completou.
"Não quero que coisas sejam ditas mais tarde, porque sabemos como são as redes e a internet, que uma coisa e outra são ditas. Sou grato ao clube que sempre abriu as portas para mim”, acrescentou, referindo-se ao Defensor Sporting.
Arrascaeta, no entanto, admitiu que, para ele, “o sonho de um garoto é vestir a camisa do Peñarol. Eu assisti todos os jogos e corria com a camisa. Sou fã e é algo que não muda da noite para o dia."
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Neste sentido, a trajetória de Arrascaeta, que disputou uma Copa do Mundo (2018) e conquistou, entre outros títulos, uma Libertadores (2019), guarda uma semelhança com a de Pedro Rocha, tido por muitos como o melhor jogador uruguaio de todos os tempos.
Rocha brilhou em outro clube brasileiro, o São Paulo, entre 1970 e 1977. Arrascaeta vem fazendo sucesso no Cruzeiro e no Flamengo.
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A diferença é que, ao contrário de Arrascaeta, Rocha saiu do Uruguai já consagrado e, neste período, conquistado, entre outros títulos, três Libertadores (1960, 1961 e 1966). Ele foi o único jogador uruguaio a disputar quatro Copas do Mundo (1962, 1966, 1970 e 1974).
Além disso, se consagrou no Peñarol, entre 1959 e 1970, defendendo por anos o clube em que Arrascaeta tanto sonha um dia jogar. Mas o que há de mais comum entre a lenda uruguaia e o jovem em ascensão é a paixão pelo mesmo clube, de cores amarela e preta.
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