Argentina vê série de vitórias chegar ao fim com revés para o Uruguai e tem liderança ameaçada
Com Messi bem marcado e pouca inspiração ofensiva, seleção amargou seu primeiro tropeço em 2023 nesta quinta-feira (16)
Futebol|Do R7
Com Messi bem marcado e pouca inspiração ofensiva, a Argentina amargou seu primeiro tropeço em 2023 nesta quinta-feira (16). A seleção vinha de oito vitórias seguidas após a conquista do tricampeonato mundial no Catar, em dezembro de 2022, mas acabou surpreendida por um atrevido Uruguai, que fez 2 a 0 na Bombonera, em Buenos Aires. O tropeço pode custar caro, e a equipe de Lionel Scaloni corre risco de fechar o ano fora da liderança das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026.
Então tranquila no topo da tabela, com 12 pontos e 100% de aproveitamento, diante de sete de Uruguai e Brasil, agora a Argentina tem somente dois de vantagem sobre os algozes da noite, de quem não perdia desde 1987, ou nove partidas, com sete vitórias. Os uruguaios recebem a frágil Bolívia na próxima rodada, na terça-feira (21), enquanto a tricampeã do mundo visita o pressionado Brasil, no Maracanã.
Antes do apito inicial em La Bombonera, homenagens para Messi e Dibu Martínez. O astro foi agraciado com uma placa pela conquista de sua oitava Bola de Ouro pelos feitos apresentados na Copa do Mundo. Já o goleiro também teve seu grande trabalho no Catar reconhecido, após ser escolhido como o melhor da posição no planeta.
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Disposto a desencantar fora de casa nas Eliminatórias, o Uruguai começou bem diante da poderosa e embalada Argentina e desperdiçou grandes chances de abrir o placar. Após passe errado de Otamendi, Ronald Araújo lançou, de primeira, e Darwin Nüñez, cara a cara, bateu cruzado, para fora. No lance seguinte, o ataque com toques envolventes terminou nas mãos de Martínez. De la Cruz também desperdiçou duas boas chances na primeira etapa.
Homenageado da noite, Messi deu o ar da graça em uma jogada com sua característica habilidade. Ele se livrou do marcador e bateu colocado, mas nas mãos de Rochet. O camisa 10, sempre tranquilo, parecia um tanto nervoso e foi para cima de Oliveira em confusão aos 19 minutos — o uruguaio batia boca com De Paul. O capitão Hermano deu peitada no oponente e depois apaziguou as coisas nas palavras.
Confronto sempre quente no continente, o jogo em La Bombonera começou com todos os ingredientes marcantes de sua longa história. Lances de efeito, chances de gols, entradas duras e por vezes desleais, cartões e muita reclamação.
Em um desses lances de enorme disputa pela bola, Messi empurrou o marcador, o árbitro Wilmar Roldán deixou a jogada seguir e depois apitou a falta no astro argentino. O camisa 10 ajeitou com carinho e acabou parando na barreira em oportunidade de ouro, quase na meia-lua.
Melhor no jogo por sua postura ofensiva, o Uruguai do atrevido técnico Marcelo Bielsa viu sua superioridade premiada na reta final da etapa. O lateral-esquerdo Viña brigou demais pela bola na linha de fundo com Molina, ganhou e cruzou rasteiro para Ronald Araújo aparecer como atacante na área e, enfim, superar Martínez. Até então, a Argentina ainda não havia sofrido gols após o tri.
O Uruguai voltou do intervalo com a defesa reforçada com o retorno de Jimenez, após quatro jogos de punição por agressão. Em contrapartida, Lionel Scaloni respondeu com a entrada de Lautaro Martínez na frente, na vaga de um volante.
Trocas que sugeriam uma Argentina mais ofensiva e um visitante completamente fechado. Curiosamente, porém, foram os uruguaios que continuaram no ataque. O time de Bielsa já assustou com 17 segundos. A estratégia era simples: apertava a marcação, roubava a bola e saia em disparada.
Sem ver sua troca surtir efeito, Scaloni não demorou para apelar a Di María. No primeiro lance, o veterano cavou falta na entrada da área. Messi caprichou, mas acertou no travessão, com Rochet já batido na jogada.
Satisfeito com a vantagem provisória, Bielsa foi recheando sua seleção de defensores. Com uma enorme parede atrás, a Argentina não criava nada. Só conseguiu finalizar novamente aos 38 minutos. E parou em Rochet.
Toda desorganizada na busca pelo empate, a Argentina permitiu um contragolpe decisivo para o Uruguai aos 41 minutos. Darwin Nüñez arrancou em velocidade do meio-campo, teve calma e mandou por baixo de Martínez para definir um triunfo gigante em Buenos Aires. Após 34 anos, com sete derrotas e dois empates, os uruguaios voltaram a ganhar da rival.
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